SHTF School: A ação ganha

Após a sugestão do leitor Denis Wolpert, entrei em contato com o Selco do blog SHTF School para pedir autorização para traduzir seus textos e poder compartilhar esse conhecimento brutal e real que ele fornece em seu blog. Espero que vocês gostem do conteúdo e já lhes aviso que o mesmo pode possuir algumas passagens pesadas.

Para vocês compreenderem o contexto vou traduzir o que o autor escreve sobre ele no blog:

“Sobrevivi durante um ano em uma cidade cercada pelo exército inimigo e isolado do resto do mundo. Eu me chamo Selco e passei por essa escola de sobrevivência que eu nunca quis experimentar durante a guerra dos Balkans nos anos 1992 à 1995. Eu escrevo sobre isso em meu blog.”

As experiências relatadas por ele abaixo são REAIS.

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Normalmente nós tomamos o que vemos na TV ou em outra mídia como a realidade. Você Pode dizer “Não, eu estou sempre suspeitando e não acredito em tudo o que mostram” mas a maioria de nós estamos formando opiniões de maneira inconsciente. Então no fim, com o tempo nós temos algumas opiniões e acabamos certos que existem soluções pré formadas para determinadas situações, nós acreditamos que algumas coisas apenas funcionam assim pois vimos várias vezes a situação acontecer. Mesmo que não seja uma experiência na vida real, ou mesmo se não estivermos gastando muito tempo pensando sobre essas coisas.

Você vê um filme de ação e as pessoas simplesmente atiram uma contra as outras sem grandes problemas.

Como eu disse anteriormente, o ato de atirar não é tão difícil, na verdade é bem fácil, mas a decisão de atirar em alguém é muito mais difícil e a grande maioria tem sérios problemas com essa decisão na vida real.

Em uma reunião local durante nossos tempos difíceis as pessoas tentaram organizar algumas idéias para como proteger nossas casas, armar algum tipo de vigia ou algo parecido. A maioria dos rapazes estavam armados ou tinham qualquer outro tipo de instrumento de defesa, mas por outro lado a maioria deles não tinha experiência prévia nenhuma com essas armas.

O cara que tinha um rifle era motorista de taxi nos tempos normais. Ele comprou o rifle alguns dias antes de tudo começar provavelmente conseguindo saber o básico sobre como lidar com a arma, mas lá estava ele, tentando parecer perigoso e relaxado ao mesmo tempo. No meio desse encontro alguns gritos começam a surgir e esse rapaz começa a discutir com outro, que tinha uma faca de caça em seu cinto.

Rapidamente a discussão estava fora de controle e o homem pegou sua faca do cinto e começou a se aproximar do rapaz com o rifle. Não era nada como um pulo ou um ataque rápido… estava mais como um andar lento e ameaçador, com a faca apontada ao homem do rifle. O ex motorista de taxi tinha tempo o suficiente para levantar seu rifle e simplesmente atirar contra o cara da faca, mas… ele não fez isso, acabou morto, esfaqueado múltiplas vezes.

As pessoas deixaram a área e foram embora. O ex taxista foi deixado ali, eu acho que parentes pegaram ele algum tempo depois. O corpo tinha sumido no outro dia.

Isso não era sobre sua velocidade ou algo do tipo, eu acho que ele simplesmente travou com toda a situação, hesitou tanto que, sem preparo algum para essa ameaça, simplesmente não estava pronto… pense como quiser. Agora quando você olha a situação toda parece estranho que o rapaz não tenha levantado o rifle e atirado, mas para fazer isso você tem que pensar em algumas coisas na sua cabeça. Isso toma tempo.

Eu vi mais situações como essa, algumas vezes os segundos contam e, é claro, sua vontade para fazer as coisas também.

Meu ex companheiro de trabalho sangrou até a morte pois sua esposa  congelou quando uma bala de grande calibre cortou seu braço fora, ela até tinha alguns tipos de curativos para fazer torniquetes perto dela mas ela não usou nada, ela apenas gritou enquanto o sangue estava se espalhando ao redor dele.

É difícil de colocar sua mente no estado de não pensar muito para simplesmente agir rapidamente, é difícil de fazer isso principalmente em tempos não normais. Tempos difíceis podem ensinar as pessoas a agir dessa forma, mas é uma escola difícil onde muitos simplesmente falharam. A grande maioria de nós somos como o motorista de taxi, pouquíssimos como o cara com a faca.

Sim, existe razão para você fazer aqueles exercícios de evacuação “entendiantes” no avião e no navio. Eles te ensinam a agir, e isso pode fazer a diferença entre a vida e a morte.

Fonte: SHTF School

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Se vocês quiserem, posso traduzir mais textos do blog dele… deixem opiniões abaixo!

Até.

49 Comentários

  • Pingback: Qual a importância da proatividade? | Sobrevivencialismo

  • Timotê etchecopar

    Ola julio boa tarde , gostaria de agradecer imensamente por esse trabalho de tradução que se estende por anos ,estou lendo os textos e acredito que são de grande importância para qualquer sobrevivencialista.

  • julio os marginais sempre sairão na frente,pois sabem que não tem nada a perder,a justiça só os favorece,e se um cidadão de bem se sair bem de uma situação dessas,terá que andar assustado,pois com pouco tempo estão nas ruas,para fazerem maldades conosco!!!eles podem andar armados a vontade,nós se formos pegos prisão,paísinho atrasado,direitos humanos só pra vagabundos.

  • Pingback: Defesa pessoal: O erro que pode te matar | Sobrevivencialismo

  • Pingback: SHTF School: Em um cenário de sobrevivência… A violência era a parte fácil |

  • Eu gostei bastante desse blog, e essas traduções ajudando muito quando não estou com saco de ficar lendo em inglês (eu acho meio chatinho né). A questão é que eu acho todo esse conteúdo que esse sobrevivente fala é primordial. Com nossa vida urbana atual muitas pessoas gostam de viver aquela frase “isso não vai acontecer comigo” e portanto não se preparam para nada. Eu já passei por algumas situações ruins, não digo absurdamente ruins como o Selco, mas ruins de que não sabendo controlar o medo, não sabendo reagir você pode se dar mal.
    Essa expressão SHTF é bem interessante, e entender ela como tacar o foda-se é melhor ainda, porque certas vezes vocês tem que tacar o foda-se mesmo. Uma coisa que minha mãe me ensinou, em situações loucas, tome atitudes loucas. Ela não prega ser inconsequente, mas se a situação desandou para o anormal, não fique pensando normalmente e certinho, se você tem que ferir alguém para se proteger, você vai ferir.
    Engraçado como depois que algumas coisas acontecem com você, você simplesmente muda seu jeito de pensar e agir, e se sente mais preparado, porem diferente da maioria. No meu caso invadiram a minha casa e vigiaram minha família por um tempo porque estávamos envolvidos com uma investigação de lavagem de dinheiro (uma das pessoas da minha casa era testemunha).
    Depois das primeiras ameaças de morte ainda não levávamos a sério, até que um dia um homem invadiu a nossa casa, quem teve primeiro contato com ele fui eu, uma criança na 5º série. Eu fiquei completamente assustada e quando ele mandou chamar emu pai que estava viajando eu corri para o quarto e acordei minha mãe. Mas o interessante é que na fração de segundos que ele falou chama seu pai eu pensei, vou atacar ele, vou empurrar ele da sacada (ele escalou nossa sacada) vou chamar um responsável, vou gritar? Tudo isso passou muito rápido na minha cabeça, e além de congelar, chorar e gritar achei que o certo era chamar um adulto para lidar com a situação, mas isso não me tirou de jogo de forma alguma. Minha mãe acordada assustada e sem entender nada começou a gritar com o cidadão, sem medo o expulsando de casa. Enquanto ela conversava com ele e o mandava ir embora eu não sentei e fiquei assistindo eu fingi que fui beber água e fiquei ao lado do fogão onde havia uma panela de pressão e a tampa dela.
    A situação graças a Deus desenrolou bem, o homem falou que estava fugindo de um matador de aluguel que estava caçando ele (eu não acredito nisso ainda) e que invadiu nossa casa no 3º andar da vila porque era a única com a luz acessa. Ele foi embora, mas toda a situação eu estava pronta e ciente que eu iria pegar a panela de pressão e atacar ele até ele parar de se mexer. E depois que ele saiu mesmo minha mãe me mandando ir dormir eu fiquei deitada com uma faca esperando que o matador fosse aparecer a qualquer momento procurando o carinha invasor.
    Vendo assim, parece uma situação muito surreal para acontecer com uma criança, ainda mais a forma que eu reagi parece mais surreal ainda. No entanto tudo isso está ligado a forma que eu fui criada, que foi, se alguém me atacar meu pai sempre me ensinou que eu deveria me defender e me ensinou a me defender. Eu estava com medo? Eu estava morta de medo, minha garganta estava seca, e se eu falasse acho que eu gaguejaria. O que me fez pensar tão calmamente então? Foi o fato de meu pai sempre ter me treinado, todo dia fazer flexão, aprender a lutar com ele, para mim tudo era diversão e ainda não havia ocorrido ameaça nenhuma. Tudo isso era uma forma de estarmos juntos, era o modo dele de estar comigo, era o que ele sabia fazer e ele fazia. Mas isso foi primordial para eu me manter razoavelmente calma e conseguir pensar sem deixar o medo me vencer.
    Eu nunca imaginei que algo desse gênero poderia acontecer comigo, mas aconteceu, hoje em dia eu procuro treinar sempre, e estar preparada. Porque se aconteceu uma vez pode acontecer outra e não quero ser pega de surpresa. E quando paro para pensar nisso, quantas pessoas ficam pensando que nada vai acontecer com elas, e não tiveram a sorte de serem preparadas por acaso para se defenderem e não irão sobreviver?
    Não digo que eu estava super pronta na 5º série para matar aquele homem se ele houvesse resolvido nos atacar, mas pelo menos eu iria lutar o máximo possível para me defender (ele não estava armado, e estava sem camisa assim eu pressupus que não tinha como ele atacar com nada a não ser uma faca). Eu resolvi contar a minha história porque com a história do Selco é de guerra, algumas pessoas vão ter aquela ideia idiota “isso nunca vai acontecer comigo”, então um fato que aconteceu no Rio de Janeiro, em um bairro comum que foi meu caso pode despertar as pessoas.

    • Olá Lady M!

      Primeiramente obrigado pelo apoio e meus parabéns pela contribuição ao blog,são leitores e sobreviventes como você que nos instigam a continuar escrevendo.

      Abraços.

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  • Todos sabem o que significa a abreviatura S.H.T.F.?

    • Boa pergunta MRRG.

      Sempre assumi que todos soubessem, mas já que veio a tona, vamos deixar claro:
      SHTF – Shit Hits the Fan

      Em tradução literal significa “Merda que atinge o ventilador”. Esta expressão é usada no sentido de expressar um evento ou situação onde tudo seja afetado de maneira drástica, sem indivíduos ilesos da situação.

      MRRG, se quiser complementar, fique à vontade!

      • Complementando, então.
        Eu traduzo a abreviatura S.H.T.F. como “Merda atinge o ventilador”. Se me permitem ser chulo, “Tocou o foda-se”, “Corre que fudeu”, “Xiiiiiiii, fedeu”, “Danou-se”, “Lascou-se” e por aí vai. Alguma sugestão a mais?
        A situação foge do controle. Aquele controle que todos nós achamos que temos sobre nossas vidas. Aquela segurança toda que dá a certeza de que o dinheiro da poupança sempre estará acessível. São velhos suficientemente para lembrar do Plano Collor? Isso mesmo. O, hoje, quase anônimo senador alagoano aliado do Lula (Parece piada, mas não é!). Pessoas morreram. Tocou o foda-se!
        Pai e filho agredidos por um bando de machões em São João da Boa Vista, pois estavam abraçados. Um dos machos até arrancou um pedaço da orelha do pai agredido a dentadas. Um dos agressores foi identificado e preso. O Meretríssimo (Não há erro de digitação, não) Juiz Heitor Siqueira Pinheiro mandou soltar, alegando que uma lei de 1 989 não autoriza a prisão-temporária para o crime de lesão corporal. Estranho! Se eu for pego (!) com uma faca na cinta, ela é recolhida, minha liberdade é restringida, sou conduzido autoritariamente à delegacia, por causa do Artigo 19 da Lei de Contravenções Penais de 1 941. Não se aplicava nem lá, quanto mais cá. Nunca houve autorização oficial a ser obtida para andar com uma faca. E essa lei nem mais existe nos códigos. Que eu saiba, foi revogada integralmente em 1 997, pois nunca existiu revogações parciais. E a de 1 997 caiu em 2 003. Nenhuma dessas duas falava no assunto. Direito do cidadão, então, certo? Doce ilusão. Acreditar no bom senso de um juiz é crer no Papai Noel. Por mim, corre que fudeu!
        Em muitos estados brasileiros, as chuvas estão alagando tudo. Xiiiiiiii, fedeu!
        Descobrir que o marido, há anos, anda prestando assistência sexual à melhor amiga casada. Lembram da Vivian Almeida de Oliveira, de Sorocaba? E o orgulhoso marido garanhão cabeça-chata deu entrevista ao Fantástico. Danou-se!
        Os soldados (?) norte-americanos engraçadinhos e risonhos urinando nos defuntos derrotados. O Pedro Bial tem algo a dizer, cheio de cerimônia, contra isso? Não, está ocupado com assuntos muito mais vitais. Lascou-se!
        Situações S.H.T.F. estão à nossa volta. O tempo todo. Descobrir-se Homem ou rato numa situação dessas somente em tempo real. Não há pré-paração nem escola. Mas não custa aprender a construir um abrigo, fazer fogo com arco e pua, purificar água e preparar uma armadilha. É para isso que estou aqui. Que sempre fui, sou e serei um Homem eu já descobri sozinho.

  • Ótimo post. Faz pensar que a atitude é a maior aliada na sobrevivência. Seria interessante um post sobre como adquirir tal atitude. Isso lembra os treinos em artes marciais: o aluno executa golpes e fundamentos numa sequência entediante, dia após dia, até que se ganhe a memória muscular, e a reação ocorra simultâneo ao pensamentos. Entretanto falar é facíl, desferir um golpe é diferente de disparar uma arma e saber que se tirará uma vida. Se a vítima não estivesse portanto a arma talvez ainda estivesse viva. Evidente que não possuía o estado mental para portar e ostentar uma arma.

    • Com certeza Ciberpartizan!

      Uma das grandes técnicas de aprimoramento à situações de perigo é a repetição, por essas e outras que não apenas lutadores como policiais e militares também praticam diariamente os mesmos exercícios para adequar as reações da forma eficaz.

      Seja bem vindo ao blog!

  • Pingback: The Darkest Hour – Heróis, Covardes e Armas |

  • Pingback: SHTF School: Sobrevivência com uma guitarra |

  • Acompanho seu site a um bom tempo.
    Ótimo relato, é preciso que tenhamos oportunidade de ler e assistir mais sobre essas experiências para refletirmos sobre nosso conceitos, nós brasileiros geralmente não pensamos em situações assim e muitas vezes achamos que estamos livres dessas coisas, mas não estamos.
    Gostaria muito que você publicasse mais traduções a respeito, com todo o respeito colocarei esse link no meu blog para que outras pessoas tenham acesso a sua publicação (sobrevivencia-muriae.blogspot.com).
    Aguardo próxima tradução.

    • Magnus,

      Realmente precisamos de mais conteúdo nesta temática… visitamos seu blog e é muito legal ver que aos poucos esse conhecimento que pode salvar a vida de alguém já está se espalhando…

      Abraços!

      • Fico contente por ter gostado, em breve vou postar mais informações, continuo acompanhando seu site, vocês estão de parabéns.

  • Lucas Macedo

    Eu estive um tempo sem poder ser o blog, mas quando voltei percebi as grandes novidades que vocês estão trazendo! Só tenho uma coisa a dizer, esse é um ótimo blog, parabéns!

    ah! na verdade ainda tenho outra coisa a dizer:
    continuem assim!

  • Olá.
    serão ótimas traduções!

  • Morrer como um herói ou sobreviver como um covarde ?

    Talvez nessa situação eu fosse o covarde,ou não, realmente não tem como saber, é de se pensar e muito sobre quais seriam as atitudes a serem tomadas e estar preparado mentalmente, para não ehesitar na hora de uma decisão que pode custar sua vida, ou de outra pessoas.

  • Danilo Carnicer dos Santos

    Acredite, já encarei 5 muleques da minha idade mais ou menos, quando um deles pegou uma pedra para tacar na minha cabeça, tive que ter muita coragem para dizer, “taca se for homem”, a pressão pisicológica foi grande, ainda quando pesei que tinha acabado tudo um deles tenta me acerta, e de novo, e de novo, até que passei uma chave de braço e comecei a apertar seu pescoço, tentaram livra ele mais não conseguiram, até que os olhos deles já estavam quase ficando sem vida, senti a pulsação fraca, e por um momento sentu seus batimentos fortes, tum,pipipipipipipipipipipipipipipipi.tum, pipipipipipipipipipipipipipipipipi, tum, pipipipipipipipipipipipipipipipi, tum, e acabei soltando, podia ter matado ele, mais não conseguir, só por uma razão, minha mãe e meu falecido pai, imaginei o desgosto deles por ter um filho assasino, porque senão acho que teria consumado o fato, hoje nunca mais quero fazer isso de novo, porque matar um ser humano não é uma virtude nem uma dadiva, e sim uma maldição, mas se presisar para proteger minha familia tenho força e coragem para fazer o que for necêsario.

  • Olavo Borges

    Trabalhava de segurança e andava armado, registro e porte, no transito fui obrigado a para bem próximo do carro da frente onde estava um homem e seu filho pequeno, para não fechar o cruzamento. Bom o homem saiu do carro com uma barra de ferro na mão e gritando os maiores palavrões que eu já tinha ouvido, o filho deste senhor chorava, chamando o pai. Eu estava segurando minha arma para baixo entre os bancos, fora da vista deste cidadão, calmamente eu pedi desculpas por ter me aproximado tanto do seu veiculo, e abaixei a minha bola, se eu tivesse sacado minha arma, talvez ele volta-se para o seu carro com medo e o seu filho teria ficado mais apavorado ainda, acho que pensei mais no filho dele do que ele próprio. Ou eu teria que atirar e poderia ter matado ele na frente do seu filho, sinceramente eu não queria fazer isso. As vezes sacar a arma, não é a melhor saída, é a ultima.

  • Thank you Julio. Great that you translate this.

    • Selco,

      Thank you for sharing your experiences with us, who are trying be a little more prepared for Tough days like you survived. If you don’t mind i will be translating other texts of your blog… Here in Brazil we have almost zero information about survival, btw people are loving your post!

      See ya.

    • Tks for sharing, Selco!

  • Anderson Cavalcanti

    Um conteúdo que achei recentemente, ótimo para servir de base para postagens sobrevivencialistas: http://sibitotique.blogspot.com/p/free-online-survival-guide.html com conteúdo bastante pertinente. Fica a sugestão (se o autor permitir tradução ou mesmo apenas de referência).
    Quanto o post, se há diferentes vertentes de sobrevivencialismo, se há público interessado, nada contra. Sou da opinião que, do mesmo modo que uma preparação eficiente deve levar em consideração variáveis como clima e geografia, também deve considerar questões práticas como a política local (e internacional) e o nível de possibilidade de ter de estar preparado para eventos como atentados terroristas. Exemplo: pra quem mora em área urbana, rural, litoral, sul, serra, nordeste, cerrado, demanda preparação diferente e específica, então morar no leste europeu, em Caicó (RN), no chifre da áfrica, nos EUA, em Picada Café (RS) ou na Coréia do Norte, também vai ter diferentes níveis de preocupação com guerras, atentados, conflitos étnicos, vandalismo, etc.

    • Olá Anderson!

      Vou dar uma olhada no link hoje à noite… concordo contigo, não importam quantas dicas nós darmos, quantos relatos expormos… no final das contas o que importa é a análise da SUA realidade e das necessidades que VOCÊ possa vir a precisar…

      Abraços!

  • Jose antonio

    É uma situação terrível ter que atirar em alguém.
    MUITA gente escreve, fala, mas se você não for um serial killer ou passar por treinamento é muito dificil… mesmo.
    Passei uma situação complicada certa vez, identifiquei 2 invasores, um deles armado na minha casa, entrarm pelos fundos do terreno e a porta da área estava aberta, tive tempo, frieza e várias oportunidades táticas, como disparar de um abrigo por ex.
    Dificil fazer o que é certo com sua familia em jogo.
    Gritei a ordem, mas ele não largou a arma, a chumbada 3T da 12 atingiu o rosto, entre a boca e o nariz a 4m de distancia… o mala com a cara arrombada caiu e emitia sons guturais, uma espécie de ronco ou rosnar, tentava respirar pelos buracos… o segundo era irmão do primeiro, se jogou surtado no chão, gritava, chamava o nome do Marcos (irmão baleado), simplesmente entrou em panico e não obedecia nem com o cano da 12 na fuça, depois de uns chutes na cara algemei ele de cara no chão berrando pela mãe.
    O irmão… ainda vivo, tava com metade da cabeça espalhada pelo meu quintal, aquele gemido rouco e gutural não cessava, gritos do irmão e o desespero da minha esposa e filhos fechados num quarto sem saber o que aconteceu lá fora.

    Adrenalina era alta irmão, queria passar o outro mala também, mas tive de ser firme pra não perder a razão, mas a adrenalina passa, 2 minutos depois da ação me senti num filme de terror, 12 minutos até a viatura chegar e foi só quando o colega entrou que me senti seguro, mesmo com mais 6 cartuchos municiados na 12 e o outro mala algemado.
    Faziam 5 meses que eu havia deixado o trabalho de rua onde passei 4 anos, muitas vezes a situação era dificil, mas em casa tendo de defender a familia é diferente, o psicológico muda.
    O tal Marcos ainda viveu 2 horas, irmão foi preso e colocado a disposição da justiça.

    • Olá José, bem vindo ao blog.

      Realmente não imagino como deve ser vivenciar uma situação assim… por sorte ainda não presenciei nenhum evento violento, e temo ao pensar que conforme estão as coisas atualmente, é bem provável que me encontre em uma situação dessas até o final de minha vida.

      Obrigado por compartilhar sua experiência conosco, relatos reais sempre nos tocam mais e nos fazem refletir sobre as condutas do dia a dia.

      Abraços.

      • Olá, José, bem vindo. Realmente, o combate armado é uma situação tal que só quando acontece você consegue entender sua real dimensão. Conheço muitos policiais e militares que combateram e combatem até hoje. É difícil.
        É uma situação tão excepcional que o Papa João Paulo II, em sua encíclica “Evangelium Vitae” afirma que o determinadas situação importam na eliminação do agressor. Que isso não é só um direito, mas um grave dever no caso dos policiais. Nesse caso, afirmou o Papa, a eventual culpa pela eliminação deve ser atribuida unicamente ao agressor que se colocou naquela situação.

        Abraços

  • Claramente, deve traduzir tantos quanto for autorizado pelo autor. Este aqui já é excelente.
    Sobre o teor do texto em si, eu fiquei pensando nas pessoas assistindo o assassinato, inclusive o autor, que nada fizeram para controlar a situação. Veja, foram muitas facadas. Alguém tentou impedir? Alguém socorreu a vítima? Alguém deteve o assassino? Não! Viraram as costas e foram para casa. Inclusive o autor. O que concluo? Lá, não havia “alguéns”. Somente, “ninguéns”. Para um alguém, a variação do tempo não importa. Sempre fará algo. Para um ninguém, todo o tempo do mundo não faz diferença.
    Eu testemunho que, em minha vida, nunca conheci alguém. O que vi e vejo são ninguéns. Mas a Esperança é a última que morre, como dizem.

    • Olá MRRG,

      Concordo contigo, porém no blog o Selco demonstra claramente que em um determinado momento isto torna-se parte do cotidiano deles… em outros posts ele afirma que não valia a pena ajudar o indivíduo que estava a morrer na frente dele pois o mesmo poderia muito bem roubá-lo ou até mesmo levar você para a cova junto…
      A escassez de comida era tanta que muitos comiam folhas de árvore cozidas para tentar se alimentar, saques e estupros eram frequentes… dentro dessa realidade qualquer estímulo para manter a ordem ou salvar o próximo fica adormecido…

      Abraços.

      • Como nunca vivi uma situação como essa, a não ser pontualmente, argumentar fica difícil. Mas, sempre que a ocasião pediu, eu fui alguém. Muitas vezes. Anonimamente. Mesmo quando errei. E, do que vi ou vejo, qualquer motivo serve para ser um ninguém. Porém, reconheço, uma experiência prévia não qualifica automaticamente para a próxima. Em cada situação, sempre, encarei as perguntas “Quem sou eu? Um alguém ou um ninguém?” como se fosse a primeira vez.
        Para saber, de fato, o que o sujeito passou, somente estando lá. Não julgo. Comento, apenas. E, afinal, ele sobreviveu.
        Manda as traduções, que já estou no aguardo. Excelente iniciativa. Vai enriquecer ainda mais o tema do blog.

    • Nessa situação apresentada pelo autor intervir pode custar a propria vida.

      Essa situação me lembrou uma cena de um filme que assisti quando garoto, era um filme de faroeste que tinha aqueles duelos marcados ao meio-dia, quando o “Pistoleiro Ricão” (com botas de couro, esporas de prata, revolveres com cabo marfim, resumindo coisas de pleiba da época) perde o duelo pro bastardo é morre, os espectadores correm e roubam todos os pertences do defunto deixando ele somente com aquelas roupas intimas iguais as que apareciam no desenho do Pica-Pau vermelhas e com uma abertura atras para fazer as necessidades. É mais ou menos
      a mesma situação, em épocas de crise não existe solidariedade e nem amor ao próximo

      • Quando vocês tiverem oportunidade, leiam um obra (em quadrinhos) chamada “Maus”. Trata do holocausto judeu na WWII. Os judeus são ratos, os alemães, ratos, os poloneses porcos, os americanos cães e os franceses sapos (e os suiços veados…).
        Trata-se de um relato dramático feito por alguém que sobreviveu a váris campos de concentração. Ele deixa claro que depois de certo ponto nem a familia importava. Não existiam mais famílias. Só sobreviver importava. A situação de barbárie que o Selco venceu é difícil de descrever. ´Só sobreviver importava.

  • Fala Julio, muito bom o texto, me fez pensar um pouco sobre minha atitude no caso do taxista, por mim você pode postar mais, caso você ache algo como tutorias/dicas eu prefiro!!

    Mudando de assunto, eu tenho 2 livros legais em casa sobre Observação da natureza e sobre Tracking baseados no estudo de Tom Brown você não gostaria de traduzilos para nós??
    abraços até +

    • Olá Gustavo!
      O blog do Selco é basicamente composto desses relatos que nos põem a refletir sobre o que realmente é uma crise… sempre depois de ler os posts dele eu tenho de repensar vários aspectos sobre minha preparação…

      Quando aos livros, seria muito bom se você pudesse enviá-los para nós no e-mail do blog! Não sei se terei tempo para traduzir o livro todo, porém posso dividir os assuntos dele em posts variados…

      Abraços!

  • Diego Ferreira da Silva

    Realmente, aqui se separam os meninos dos homens.

    • Diego,

      A verdade é que poucos tem a capacidade de “desligar” nossos conceitos de certo e errado, temores, ansiedade e simplesmente fazer o que deve ser feito… deve ser muito difícil presenciar uma cena como essa e ainda mais difícil ser o indivíduo ameaçado…

      Eu lhe digo que não sei se eu conseguiria.
      Abraços.

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