Como fazer uma avaliação de riscos
Para nos prepararmos devemos ter uma ideia básica sobre o tipo de ameaças que estamos enfrentando. Se é possível ter uma ideia sobre os riscos potenciais, podemos obter as habilidades, conhecimento, treinamento, equipamentos e planos que podem nos ajudar a superar, prevenir e reduzir os efeitos destes riscos.
Governos, empresas, organizações militares e Agências de inteligência gastam uma fortuna a cada ano na coleta de informações visando entender as ameaças e evitar que elas se manifestem em realidade ou catástrofes. Os riscos são também uma questão de percepção. As instituições e os meios de comunicação formam a aceitação daquilo que é considerado aceitável como risco potencial ou não.
Cada pessoa percebe os riscos de forma particular. Ideologias também desempenham um papel fundamental, um exemplo é o aquecimento global e o Pico do Petróleo, estas duas questões são vistas como sérios riscos por alguns e ignorado por outros.
O processo de globalização criou a situação em que uma crise pode se espalhar rapidamente pelo o mundo, como a atual crise financeira. Muitas outras ameaças não estão vinculadas às fronteiras de estados como o terrorismo, o crime organizado, o tráfico, comércio ilegal de drogas e as pandemias.
Então, o que é um risco?
- Perigo é a fonte ou situação com potencial para provocar danos em termos de lesão, doença, dano à propriedade, meio ambiente, local de trabalho ou a combinação destes.
- O risco é o potencial avaliado das consequências prejudiciais que podem resultar de um perigo, expressa em termos de Probabilidade e Severidade, tomando como referência a pior condição possível.
Na realidade, o risco é um subproduto do desenvolvimento das atividades. Nem todos os riscos podem ser eliminados, nem todas as medidas imagináveis de mitigação de riscos são economicamente factíveis.
Por onde começar?
Faça uma avaliação de risco dos locais onde costuma frequentar, como por exemplo:
- Histórico de enchente, inundação, falta de energia, falta de água, telefone e internet;
- Tipos de crimes e sua incidência;
- Se por onde você passa a iluminação é adequada, calçamento plano;
- Se a rede elétrica dos locais por onde passa ou frequenta não está sobre carregada;
- A estrutura dos prédios estão firmes;
- Se não há problemas no abastecimento da cidade de alimentos e combustíveis;
- Verificar nos prédios se as rotas de fuga e saídas de emergência estão bem sinalizadas e desimpedidas.
Passo 1: Identificar os riscos – O que pode acontecer?
Exemplos de possíveis eventos:
- Guerra;
- Guerra Civil (A forma mais comum de conflito humano);
- Genocídio ou limpeza étnica (Alemanha nazista , em Ruanda e nos Bálcãs são alguns exemplos);
- Armas de Destruição em Massa;
- Os ataques com armas químicas;
- Ataques com armas biológicas;
- Ataques com armas nucleares ou um ataque com explosivos convencionais em combinação com materiais radioativos, conhecido como uma “bomba suja”;
- Impulsos electromagnéticos (EMP) de uma explosão nuclear de alta altitude;
- Terrorismo;
- Os atentados suicidas;
- Explosivo improvisado ( IED’s).
Crimes
- Sabotagem;
- Assalto;
- Assassinato;
- Sequestro;
- Furto ou Roubo;
- Furto;
- Estupro;
- Tráfico de drogas;
- Região controlada por milícia ou tráfico.
Desastres Naturais
- Terremotos;
- Tsunami;
- Trovoadas;
- Tornados;
- Calor extremo;
- Furacões;
- Inundações;
- Deslizamentos de terra;
- Incêndios;
- Tempestades solares.
Falha da Infra-estrutura
- Embargo de petróleo, sabotagem ou acidentes de grande porte contra a infra-estrutura do petróleo;
- Escassez de Petróleo;
- Os Limites do Crescimento urbano;
- Aquecimento Global;
- Colapso da Planta Hidroelétrica causado acidentes ou sabotagem;
- Colapso de Usina Nuclear com precipitação radioativa;
- Consequência de Radioatividades de acidentes em instalações de armazenagem ou transporte de material radiológico;
- Perda de energia elétrica ( muitas vezes resulta em colapso dos sistemas de comunicação e sistema de água);
- Partículas emitidas por indústrias químicas ou transporte de produtos químicos;
- Colapso sistemas de Internet e / ou comunicações telefônicas;
- Problema com sistemas de comunicação (estradas , ferrovias, aeroportos).
Problemas econômicos
- Recessão financeira;
- Depressão econômica ou colapso econômico;
- Desemprego.
Diferentes tipos de doenças
- Epidemias;
- Pandemias.
Lembre-se que a classificação de epidemia ou pandemia não leva em consideração a gravidade da doença, desta forma as gripes sazonais são consideradas pandemia.
Passo 2: Qual a probabilidade de que isso aconteça?
- Muito baixo
- Baixo
- Médio
- Alta
- Muito alta
Passo 3: Quais são as possíveis conseqüências desses eventos?
- Pequenos danos
- Médio dano
- Alto dano
- Catastrófico
Passo 4: Calcular o fator de risco
Depois de identificar os riscos, as probabilidades e as consequências, faça uma matriz no qual um eixo vertical será a probabilidade e as consequências o eixo horizontal.
Passo 5: Gerenciamento de Risco
Que recursos existem para administrar esses riscos?
Local / Regional / Nacional
Analise a capacidade que as instituições tem para lidar com diferentes tipos de crise onde você mora.
Exemplo de instituições: militar, polícia, bombeiros, paramédicos, hospitais, postos de saúde, Organizações Não Governamentais (ONG) como a Cruz Vermelha e organizações religiosas.
Pessoal
Sugiro também que inclua essas questões no dimensionamento de sua Avaliação de Risco:
- Como podem os riscos afetar sua capacidade de sobrevivência a curto e longo prazo?
- Sua casa pode ser destruída ou ser/estar contaminados com químicos de modo que você não possa voltar?
- Que tipo de conhecimentos, formação e habilidades e equipamentos que você tem que pode ajudá-lo a lidar com essas ameaças?
- Como você pode reduzir o impacto de um evento ou evitá-lo completamente?
Ajustando a uma situação de mudança
Os riscos não são estáticos, novos tipos de ameaças e problemas potenciais podem surgir. Isto significa que sua Avaliação de Riscos deve ser atualizada constantemente para incorporar novos eventos e tendências caso for necessário.
A Análise SWOT
É uma forma comum de análise concebido para perceber diferentes perspectivas de uma situação em curso ou futura. Ela pode ser usada em diferentes contextos como a Análise de Inteligência, Avaliação de Riscos, Gestão de Projetos, Planos de Negócios, ou simplesmente avaliar um curso de ação ou um plano.
SWOT significa Forças, Fraquezas, Oportunidades e Ameaças.
As forças e fraquezas se assemelham a avaliação de pós e contras, a análise também inclui os potenciais desconhecidos ou fatores externos: possibilidades e ameaças. Você pode conhecê-la melhor no post que já fizemos sobre o assunto se quiser se aprofundar.
Resumo
A análise de risco é uma ferramente que tanto o indivíduo quanto as organizações devem levar em consideração. Saber identificar as ameaças que encontramos com freqüência ou que muitas vezes se destacam na nossa sociedade pode ser determinante na sua preparação.
Traduzido e adaptado do blog Sibitotique.
Muito bom, esse texto é retirado do curso de gestão em segurança pública e ou privada, excelente texto, parabéns.
Ola xiquo! Aqui Otto Smik de Angra dos Reis!Parabéns pela matéria de avaliação de riscos!
Sobre o comentário do Montonero, o caso de Angra é o seguinte: Se tiver contaminação ninguém sai do perímetro! Por isso o plano de evacuação é um imensop teatro, pois é muito mais fácil bloquear os acessos rodoviários e marítimos do que evacuar milhares de pessoas!
É aqui que teremos que sobreviver!
Abraços e na escuta
Selva!
Pingback: Avaliação de Riscos | Backpackers
Quer por favor apagar, pois isso é plágio, não me deu o referido crédito pela tradução e muito menos informou a blog de origem.
Fresca
Ok é interessante esta análise para conversarmos com nossos filhos menores e, paulatinamente ir construindo a cultura da sobrevivência, identificando os riscos e meios de contê-los, pois não sabemos até quando essa bolha vai funcionar.
muito relevante a avaliação de risco, lá em casa o relevo é um pouco irregular e a casa que estou morando está num ponto de baixa altitude, lembro que uma vez estavam fazendo uma fabrica e aterraram um ponto de um corrego, quando choveu forte, inundou parcialmente a região. Após esse ocorrido, desobstruíram o corrego, mas é uma fragilidade da área que vivo no momento.
Ótima postagem!!!
Muito útil para todos refletirem.
Muito bom, parabéns.
Olá Xiquo! Parabéns pela postagem!
Você colocou uma questão muito interessante, pois apesar de haver riscos que são comuns a todos, há aqueles que são mais afeitos a uma determinada região. Por exemplo: um morador de Angra dos Reis corre mais riscos de enfrentar os impactos de vazamentos nas usinas nucleares do que alguém que mora em outras regiões.
Por falar nas usinas de Angra, o Exército realiza alguns treinamentos de evacuação da população da região, em parceria com outras forças e agências. Lembro-me de um desses exercícios, no qual não foi prevista a evacuação de uma tribo indígena que ocupa uma das ilhas da baía de angra, ou seja, esqueceram-se deles! Não devemos confiar que as autoridades irão providenciar socorro adequado em situação de calamidade. Lembram-se do que aconteceu em Nova Orleáns quando passou o furacão Katrina? O socorro demorou a chegar, houve saques, agressões e até estupros. Devemos ter nossos próprios planos.
Há um método de planejamento estratégico governamental que considero interessante, preconizado pela Escola Superior de Guerra (uma instituição de altos estudos vinculada ao Ministério da Defesa, localizada no Rio de Janeiro), e que consiste em reunir as informações inerentes a um risco (chama-se no jargão da ESG “prospectar informações”) e então elaborar cenários futuros probabilísticos, sendo um otimista, um pessimista e um intermediário. É um método que organiza as incertezas em um número limitado de opções, com o objetivo de facilitar o processo decisório. Assim, fica menos difícil agir em uma situação de crise, tendo pré estabelecido protocolos de ação para cada cenário. É importante frisar, no entanto, que nem sempre as coisas ocorrerão como previsto nos cenários e é aí que entra um tipo de tomada de decisão muito utilizado por forças militares e policiais: a chamada “conduta de combate”, ou seja, improvise rsrsrs.
Um abraço e continue postando matérias como essa, que todos aprendemos.