MAYCKEL ANTUNES: O Nº13 DA ODR 3ª TEMPORADA!

Meu nome é Mayckel Antunes, tenho 35 anos, trabalho á 12 anos em uma indústria metalúrgica onde faço parte da gestão do setor, no mesmo período eu participo da Brigada de emergência onde estamos sempre nos atualizando em primeiros socorros e combate a incêndios. Além disso, pratico corrida de rua aliada a musculação a mais de cinco anos, assim como também faço trekking e acampo regularmente.

Tenho duas lindas filhas, Giovana, 09 anos e Cecília, 05 anos, elas são a força que me movem diariamente, inclusive elas são em grande parte o motivo de eu ter participado da ODR, que era mostrar para elas que quando surgir um desafio na sua vida, você deve enfrenta-lo como puder, se conseguir superar ótimo, mas caso não consiga por algum motivo, que possa aprender com a experiência e se reconstruir melhorando os pontos que te impediram de conseguir.

Sou apoiador do canal à mais de um ano, então quando surgiu a oportunidade de participar da ODR eu não pensei duas vezes, apesar de conhecer o Sobrevivencialismo a pouco tempo, eu sempre fui adepto a cultura da preparação (mesmo sem saber), nunca gostei de passar nenhum tipo de dificuldade por algo que eu mesmo poderia ter evitado pelo simples fato de estar despreparado.

Conheci o Sobrevivencialismo quando procurava ideias para construir uma cabana no mato, eis que surgiu um vídeo do Projeto Refúgio para mim, assistindo o vídeo comecei a prestar atenção no canal e fui mergulhando cada vez mais no mundo sobrevivencialista, foi onde eu “me senti em casa” pois o canal mostra muitas coisas as quais eu me identifico e que para a sociedade são taxadas como “loucura” por não seguir os padrões estabelecido pela mídia.

Hoje me considero um sobrevivencialista, isso me deixa muito mais tranquilo para enfrentar os desafios que a vida pode me prover no futuro e agradeço ao SV por todos os aprendizados que estou recebendo, tomei decisões importantes após conhecer esse mundo à parte, como por exemplo tirar meu CR e comprar uma arma para defesa, coisa que sempre desejei, mas vivia postergando.

Participar da ODR foi uma das experiências mais incríveis da minha vida, por ter um espírito aventureiro, sempre desejei participar de algo que pudesse me mostrar do que sou capaz, e na ODR atingi esse objetivo, coloquei meu corpo e mente a prova e o resultado foi melhor do que eu imaginava, hoje sei como eu vou reagir em possíveis situações de estresse físico e mental.

Ainda com um bônus de poder conhecer o Rancho SV e o clã todo, onde pude constatar que não se trata de um “simples canal”, mas sim um estilo de vida, onde existem pessoas muito boas pensando em fazer a diferença na vida de outras pessoas, tornando assim a cultura Sobrevivencialista mais forte e preparada!

Sou morador da serra gaúcha, por coincidência a ODR aconteceu no mês em que eu estava de férias, sendo assim aproveitei para visitar uma amiga moradora de Garopaba SC, me hospedei na casa dela, aproveitei uma semana para conhecer essa cidade linda que é Garopaba com suas exuberantes praias e trilhas.

Na véspera da ODR eu peguei um ônibus até Florianópolis e fiquei hospedado junto com vários candidatos da ODR em um hostel que conseguimos, foi uma experiência muito interessante pois pudemos sair para jantar juntos e nos conhecer melhor.

Todos partilhamos da mesma sensação de ansiedade e expectativas de como seria o desafio, muitos de nós assistiram as outras duas temporadas e já tínhamos bolado algumas estratégias para enfrentar o desafio, não foi fácil dormir naquela noite que antecedeu a ODR, já passava de meia noite e estávamos cheios de ansiedade, o que não facilitou para pegarmos no sono, acredito que perto da 01:00 da manhã adormecemos.

Porém como tínhamos que estar as 05:00am na rodoviária que era nosso ponto de encontro, acabamos por levantar as 04:00am, ou seja, com apenas três horas de descanso na noite que teríamos que ter descansado o máximo possível. Sim, eu sei, nenhum pouco satisfatório.

Levantamos, foi feito uma força tarefa no café da manhã, onde o espírito de equipe já aflorava no grupo, enquanto uns participantes faziam o café, outro arrumava os ingredientes na mesa, outro já lavava a louça e assim todos se ajudaram na tarefa. Após estarmos satisfeitos, nos deslocamos a pé por pouco mais de 1 km até a rodoviária, levando conosco inclusive um pacote de pão de queijo que não ficou pronto até a hora do café, então íamos passando o pacote um para o outro e comendo pão de queijo, enquanto a ansiedade só aumentava.

Enfim chegamos na ODR, avistando o primeiro membro da equipe que era o Tiago, ali para muitos de nós foi onde caiu a ficha que realmente a ODR iria acontecer.

Chegando na rodoviária fui recepcionado pelo Tiago, foi uma experiência interessante pois eu sentia que já o conhecia a tempos pois sou apoiador do canal e os acompanho há bastante tempo. Após os trâmites, enfim entrei no ônibus, um misto de euforia e ansiedade acontecia dentro de mim. Eu realmente estava ali, de fato estava acontecendo, todos os treinos focados na ODR estavam prestes as serem postos a prova.

Entrei no ônibus e sentei no meu lugar, assim que fui “algemado” lembrei dos episódios que tinha assistido, com a colocação do capuz, tudo escureceu e me voltei para dentro de mim, comecei a mentalizar as etapas e pensando em como seria a praia, disse a mim mesmo: ” foi para isso que você treinou, agora vai”.

Começamos o trajeto de ônibus, esse demorou bastante e mesmo tendo dormido pouco na noite anterior, a ansiedade não me deixou cochilar, enfim o ônibus parou e senti os raios de sol aquecerem meu rosto, tínhamos chegado à praia!

Descemos em fila indiana e encapuzados até o local de recepção, tudo ali parecia meio que um dejavú, eu estava vendo todos da equipe a qual acompanhei nas outras duas edições.

A praia cumpriu o seu objetivo, separou muitos de nós. Para mim a pior parte foi deitar com a cabeça para o mar e ser literalmente afogado pelas ondas, nunca fui muito empático com o mar devido ao seu tamanho imponente, a areia também se mostrou um desafio, entrando em todos os bolsos da calça, na camisa e no tênis, dificultando muito a mobilidade, após 5 horas de exercícios intensos meu corpo já mostrava sintomas de exaustão, foi onde finalmente terminamos a praia.

O trajeto de volta no ônibus foi o extremo oposto da vinda, mesmo tentando me manter acordado, acabei por pegar no sono e dormi todo o percurso.

Após um tempo que não faço ideia o quanto durou, chegamos no ponto onde iríamos começar a marcha, e assim fizemos, após todo cansaço acumulado iríamos para mais uma dinâmica exaustiva, confesso que não é fácil manter os dois passos atrás do líder, por causa disso toda vez que ficávamos pra trás pagávamos penitência, desde batida de perna, agachamento em posição PQD, voltar uma boa parte do caminho e começar novamente, descer uma infinidade de km pensando que teríamos que subir novamente visto que não sabíamos o caminho.

Em algum momento um participante pediu água e adivinha?! Tinha uma poça de barro no chão e lá fomos nós, se arrastar no barro. Alguns de nós, inclusive eu, não se arrastaram no barro tanto quanto os outros, pagamos com mais uma passada no barro, óbvio.

Chegamos em um ponto onde tinha um poço com água na beira da estrada e tivemos que entrar, naquele momento eu falei ao grupo que iria ser bom para nós pois a água gelada agiria como um anti-inflamatório para nossa musculatura cansada. Fizemos algumas dinâmicas e seguimos, cansados, sujos e agora molhados, mas eis que se avista a porteira do rancho SV, a tão sonhada porteira, essa que marcava o possível final da exaustiva marcha, ufa.

Chegamos enfim no que para quem é sobrevivencialista é uma realização, entrar no rancho SV, confesso que mesmo exausto foi incrível a sensação de passar por vários locais que nunca passei, mas por acompanhar o canal eu conhecia intimamente, e, diga-se de passagem, a galera caprichou no cenário da recepção, com direito a luzes, fumaça, tonéis com fogo (se não me engano) e uma música que fazia o coração vibrar, parecia cenário de filme de ação, incrível meus amigos.

E seguiu-se a ODR, nos dirigimos até a cocheira, onde tivemos o suporte da equipe médica para tratar assaduras e machucados, após isso fomos para a dinâmica de fazer a fogueira, tivemos uma instrução, e após muita dificuldade conseguimos o tão cobiçado fogo! Nessa hora já estava escuro, estávamos começando a nos aquecer e eis que chegam os instrutores e nos levam para o açude, eu confesso que uma das minhas metas era realmente entrar na água fria e colocar meu corpo a prova para saber até onde poderia ir, e assim foi, para se ter uma ideia estava em torno de 8°C, com neblina e o sereno tomando conta, assim que entrei no açude senti a água “quente” visto que fora estava frio e estavam nos molhando com mangueiras de águas provenientes de uma nascente incrivelmente gelada, e assim se seguiu a dinâmica no açude por acredito umas duas horas. A parte que eu mais gostava era mergulhar pois parava a água gelada no rosto.

Saímos então do açude e fomos até nossas fogueiras, ali sim eu dei o maior valor de toda a minha vida para aquela pequena fogueira, recebemos também um chá que nos aqueceu muito pois continha canela, pimenta, alho e mais ingredientes que não vou lembrar, só sei que estava muito forte e quente, eu adorei.

Após isso fomos até a cocheira novamente onde sentamos e pediram para pegarmos a refeição que tínhamos trazido conosco respeitando a medida de 500g, e adivinhem só??! Os abençoados instrutores chegaram e tiraram de nós a comida, a única coisa que me passou pela cabeça nesse momento foi: “como eu não pensei nisso antes” era óbvio que não iriam nos deixar comer a nossa comida.

Fomos então para a próxima etapa que era a janta de arroz com tenébrios, confesso que não me deu nojo nem repulsa, eu estava com fome, comi e comeria novamente.

Após a janta fomos molhados novamente com uma dinâmica de jogar água da bendita nascente novamente, foi nesse momento que eu senti realmente frio de tremer o corpo, mas eu ficava na respiração, e foi em um desses momentos em que eu estava olhando ao horizonte de mata misturada com o céu estrelado e sentindo frio que aconteceu a coisa mais incrível que já senti, por um breve momento o frio foi embora, os sons de apitos e gritos dos instrutores ficaram muito longes e eu senti uma paz incrível por alguns segundos, isso realmente mexeu comigo, até hoje estou curioso para saber o que foi isso (se alguém souber por favor me explique).

Então nos dirigimos novamente até a cocheira onde finalmente iríamos dormir, recebemos cobertores de emergência e nós nos agrupamos para nos aquecer

Por um momento ou por algumas horas eu dormi devido ao cansaço, mas minha cabeça estava a mil, não conseguia me desligar completamente e foi em um momento onde me virei para mudar de posição que senti a dor horrível em minhas coxas, foi onde eu tive as piores cãibras da minha vida, tamanha era a dor que eu não conseguia me levantar sozinho, mesmo após ser atendido pela equipe médica eu continuava sentindo muita dor, foi então que eu tomei uma das decisões mais difíceis da minha vida, arrancar o número do meu braço e desistir do desafio, não consigo me lembrar de um momento da vida em que desisti de algo, por isso foi muito doloroso desistir da ODR, mas o meu corpo já não performava mais, então saí.

Fui recebido pela equipe médica que fez uma avaliação e me encaminhou para poder tomar um banho quente, colocar uma roupa limpa e após isso uma comida deliciosa estava me aguardando em cima do fogão a lenha.

Mesmo após tudo isso eu deitei na barraca e senti as cãibras novamente, então sentei e elas não paravam de vir, cãibras e mais cãibras, o jeito que consegui ter um alívio foi ficar em pé o resto da madrugada e uma parte da manhã, foi nesse momento que tive o privilégio de um a um, conhecer o clã SV, seus amigos e parentes que deram forma ou de outra maneira contribuíram para a ODR, eu sabia que poderia ser uma experiência única na vida então aproveitei o máximo, e sim, me sentia como um fã diante de seu artista preferido, não tenho vergonha de admitir.

Enfim espero que esse não seja o final, mas sim o início de uma nova história da minha vida, agradeço a todos que estiveram comigo na ODR, espero revê-los em breve, abraços.

Candidato 13.

11 Comentários

  • Acredito que a sensação que sentiu foi uma última defesa do corpo ao esforço extremo antes de entrar em processo de colapso, isso justificaria as cãibras.

    • Mayckel Antunes (Mayck)

      Interessante, faz sentido o seu comentário.
      Na hora parecia coisa de filme, quando tudo desacelera e você se desprende da realidade.

  • Sensacional seu depoimento. Agradecemos por compartilhar seus conhecimentos e desejo-lhe muito mais sucessos.

  • Flavia Mafra

    Experiência única ! E aqui registrada 😀
    Top de Mais 22 🇧🇷

    Uma honra está ao seu lado ! ODR

    • Mayckel Antunes (Mayck)

      Realmente Flávia, foi única, mesmo se eu participar de outra ODR (espero ter a oportunidade), não vai ser igual, fico feliz por ter a oportunidade de relatar e eternizar a minha experiência no site.
      Foi uma honra participar ao seu lado também! abraços!!!!!!!!

  • Reginaldo Fernandes

    Show de bola. Espero logo chegar minha vez.
    Desejo sorte a todos nós. Um forte carinho ao grupo SV.

  • cleiton maciel

    Abençoados sejam os que tentaram, os que conseguiram e mais ainda o que deixaram acontecer, uha…

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