ARROZ: A BASE DA PREPARAÇÃO

O arroz é um dos grãos mais consumidos do mundo, inclusive nosso país é o maior produtor e consumidor de arroz fora da Ásia. Esse grande hábito que muitos brasileiros tem de consumir arroz todos os dias faz com que dentro da comunidade de preparadores seja esse grão a base dos estoques de alimentos.

Apesar de ser de grande importância, é ínfima a quantidade de Sobrevivencialistas que poderão produzir esse valioso recurso alimentício. Cultivar arroz não é fácil e nesse artigo vamos passar por alguns aspectos da sua produção.

Sistemas de cultivo

O arroz é basicamente uma cultura de verão, plantada sempre no início da primavera. Ele pode ser cultivado em vários sistemas, sendo que os mais usados são: convencional, direto e pré-germinado.

Convencional: É feito o trabalho mecânico com arado e/ou grade depois plantado em linha com plantadeiras ou a lanço com semeadeiras depois banhado a área;

Direto: É dessecado a área com herbicida ou amassado com rolo e depois feito as valas plantado em linha com plantadeira;

Pré-germinado: Onde a semente é plantada com o processo de germinação já em andamento.

Abaixo no texto vamos tratar do método pré-germinado que é muito utilizado. Todas as etapas de produção são muito simples, entretanto dentre de cada uma delas é preciso ter conhecimento das técnicas necessárias.

Preparo do solo

As operações de preparo de solo objetivam adequá-lo da melhor forma possível a semeadura e a manutenção da uniformidade da lavoura, além de facilitar a execução das práticas culturais durante todo o ciclo. Essas operações podem iniciar-se logo após a colheita e estender-se até poucos dias antes da semeadura.

O preparo deve ser feito preferencialmente em solo seco para evitar a proliferação de plantas daninhas aquáticas, especialmente de grama-boiadeira. O preparo do solo não deve ser feito muito próximo da época de semeadura porque a incorporação de plantas e outras fontes de matéria orgânica ao solo sob inundação produz compostos que intoxicam as plântulas de arroz, além de metano que é um gás causador de efeito estufa.

Antes da semeadura, promove-se a inundação e a formação de lama nos quadros para possibilitar o renivelamento e o alisamento do solo. O adequado renivelamento e alisamento do solo possibilitam um bom manejo da água, que, por sua vez, é determinante no sucesso de controle de pragas e plantas daninhas.

Adubação

A adubação em arroz irrigado é uma das práticas mais importantes para a obtenção de alta produtividade. Antes de se escolher o adubo, deve-se efetuar a análise de solo, para que se saiba exatamente quais nutrientes e qual quantidade a ser aplicada para a melhor relação custo/benefício. A toxidez por ferro é um importante distúrbio nutricional das plantas de arroz causado pelo excesso de ferro no solo, cujos efeitos negativos podem ser amenizados através de práticas culturais.

Colheita

O ponto de colheita é determinado pelo teor de água dos grãos. Para a produção de grãos destinados ao consumo, o teor de água no grão, na média da lavoura, deve estar em torno de 20% para todos os cultivares. Quando a produção se destinar para sementes, é recomendável iniciar a colheita quando os grãos apresentarem umidade em torno de 22%.

Após a colheita, deve-se proceder imediatamente à secagem dos grãos para até 13% umidade. A secagem pode ser feita em secadores do tipo intermitente, empregando-se inicialmente temperaturas amenas, e mais altas no final do processo de secagem. Também pode ser feita a secagem em silo em que é empregado ar forçado para a retirada da água dos grãos.

O atraso na colheita pode ocasionar redução no rendimento de grãos inteiros no beneficiamento para arroz branco, pelo aumento do trincamento dos grãos na lavoura e durante o processo de trilha, bem como perdas na qualidade de sementes.

O armazenamento do arroz deve ser feito em locais ventilados e secos, com possibilidade de controle de insetos e ratos. Para isso, é necessário dispor de condições para efetuar expurgos, aeração ou controle de temperatura, objetivando preservar as características iniciais dos grãos ou das sementes.

Conclusão

A produção de arroz é difícil e trabalhosa, exige maquinário nem que seja o mais simples possível. Torna-se inviavél para a maioria dos Sobrevivencialistas.

Se você tem essa capacidade invista na produção desse grão tão importante na alimentação. Esse texto não serviu somente para quem tem alguns hectares de terra e pode plantar arroz, você que agora tomou consiciência da complexidade do processo e não pode produzir arroz, dê um foco maior nesse alimento nos seus estoques, caso ele acabe, produzí-lo não valerá a pena e o preço subirá bastante na falta do produto no mercado.

Texto escrito com colaboração de Vinicius Martinenghi.

5 Comentários

  • Gabriel Esteves Cipriano

    Acho que Valéria muito a pena um post sobre quais plantas potencialmente no brasil poderiam ser produzidas, estocadas ou beneficiadas para estoque em uma pequena propriedade, e as limitações de cada uma desses alimentos quanto a produção e estocagem. Por exemplo a batata é ótima para preparação desde que sua região seja de clima mais frio ou ameno, ela in natura pode ser esticada por alguns meses. O milho pode ser cultivado, mas tem a necessidade de um solo mais rico em nutrientes que a batata e pode ser transformado em farinha, o mesmo com a mandioca, porém a mandioca chega a ser uma cultura mais resistente que o milho. Também é possivel produzir oleoginosas como castanhas, nozes e amendoins por exemplo.

  • Gabriel Esteves Cipriano

    Perdoem meus erros de escrita, não sou eu o culpado e sim esse corretor de texto, tenho preguiça de corrigir então que fique por isso mesmo.

  • eu gostei da perspectiva para tambem ser um abre-olhos para quem do arroz fia sua base de preparacao e sustento.
    contudo, o trigo, ou melhor, as gramideas foram as primeiras a serem usadas no sustento no neolitico e consequentemente dando origem a agricultura que trouxe a civilizacao consigo.
    passou-se da ra da pedra para a idade do cobre.
    para mim foi um dos melhores momentos que a humanidade teve, pois foi um consideravel salto na sua evolucao como especie pois o trigo, cevada, centeio foram por muito, e alias, ainda nos dias de hoje o maior sustento energetico para um humano.
    eu provenho de uma zona do globo que nao tem o arroz como base, mas faz parte integrante da cozinha, no meu caso em especifico, mediterranica.
    a base e sim, as gramideas, seguidas da batata, que, curiosamente nao e original da europa e medio oriente, mas sim da america do sul.
    acho curioso nao ser usado o alimento nativo das america como base de preparacao.

  • Welthon Cunha Cunha

    Perfeita análise… Muitos sobrevivencialistas acham que podem “plantar tudo” e serem autossuficientes 100%, o que é uma ilusão. Antigamente, no tempo do meu avô, aqui em Goiás, ele limpava um pedaço de brejo (pantâno) e cultivava arroz para passar o ano, era segundo ele muito trabalhoso, perigoso (pois como ficava no brejo o risco de serpentes venenosas, especialmente jararacas, era alto), mosquitos até não poder mais, perigo de um bando de capivaras ir lá e numa noite acabar com tudo e no final tinha a colheita e ainda ter que limpar o arroz (bater ele para separar o grão da planta)… ainda tinha que levar na máquina de beneficiamento para tirar a casca (mesmo o arroz integral não têm todas as cascas), o que gastava um recursos externo… Quando começaram a vender arroz em pacotes ele abandonou imediatamente esta prática de plantar arroz e passou a dedicar seu tempo em outras atividades menos trabalhosas e mais produtivas…

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