Primeiros socorros: Existe um limite para o que podemos fazer?

A internet está repleta de vídeos que ensinam a montar um kit de primeiros Socorros. Por esse motivo, acreditamos que não seria de muita ajuda mais um post repetitivo que se limitasse a listar os itens que compõem um kit. Ao invés disso, vamos começar com uma pergunta: Será que existem situações onde precisaremos de um hospital para nos salvar ou será que um bom kit de primeiros socorros e treinamento pode ser suficiente?
Você sabe por que os kits de primeiros socorros não são mais obrigatórios nos veículos? Entre outros motivos, é porque os motoristas, de posse dos kits que tinham nos carros, mas sem saber como proceder, acabavam causando danos e agravando os acidentes quando tentavam socorrer as vítimas.
Esteja ciente, leitor: Interferir na saúde de um indivíduo é uma tarefa muito séria, independentemente de quão boas suas intenções sejam. No meu texto passado, falei sobre a importância de não se tornar mais uma vítima. Outro tópico de suma importância é o seguinte: Antes de pensar em ajudar, primeiro concentre-se em não atrapalhar.
Por exemplo: Ao se deparar com um acidentado preso nas ferragens, o socorrista de primeira viagem pode querer proporcionar conforto a ele, retirando-o de dentro do carro. Essa postura é terminantemente desaconselhada, porque pode resultar em danos na coluna, terminar com o acidentado paraplégico ou tetraplégico. Agora, se houver algum risco óbvio em deixar o acidentado dentro do carro (vazamento de combustível, por exemplo), a ordem muda. Afinal, é melhor arriscar uma lesão na coluna, e salvar a vida da vítima, do que evitar a lesão, e terminar com o acidentado preso no carro em chamas.
Quando os primeiros socorros são necessários?
Depois desse aviso tão importante, vamos agora para o que interessa. Existem duas situações que demandam primeiros socorros:
- Acidentes simples, nos quais um kit de primeiros socorros deve ser suficiente;
- Situações de emergência graves, nas quais deve ser feito apenas um socorro pré-hospitalar.
Mas espera, você disse socorro pré-hospitalar? Sim, leitor, essa palavra significa bem o que parece: socorrer a pessoa para possibilitar que ela chegue viva ao hospital. Ao contrário de vários outros assuntos e tópicos no universo Sobrevivencialista, a Medicina carece muito de mão de obra especializada e equipamentos também especializados. Ou seja: infelizmente, nem tudo se resolve no improviso com criatividade e materiais disponíveis no local.
Até existem algumas maneiras de tratar as emergências graves de uma maneira simples e definitiva, ou seja, sem precisar de um hospital,mas te garanto que você não irá querer utilizá-las, a menos que não exista no mundo outra alternativa. Isso porque as soluções simples, ao contrário do que os filmes e seriados romantizados possam sugerir, são basicamente as mesmas que eram utilizadas séculos atrás, ou seja, significam um retrocesso, estão longe das ideais.
Ficou muito abstrato? Seguem alguns exemplos:
- No caso de um acidente traumático, onde um dos seus membros (braços e pernas) foi esmagado, ou sofreu grandes cortes, ou até mesmo foi decepado, como na queda de objeto pesado, em ataque de animal, acidente de trabalho, e etc, existe uma solução simples definitiva e que só necessita de uma serra, fio e agulha: a amputação (vide filme 127 horas). Já num ambiente hospitalar, os profissionais fariam de tudo para retardar a deterioração dos tecidos do membro, enquanto tentariam reconstituir os vasos sanguíneos, nervos, tendões, músculos e pele, e caso conseguissem, isso tudo poderia culminar na não-amputação do membro;
- Em pacientes que estejam lutando contra alguma infecção, seja ela em um ferimento, ou em algum sistema do corpo (meningite, pneumonia), o que se pode fazer com poucos recursos é apenas tratar os sintomas: abaixar a febre utilizando medicação antitérmica, ou através de processos físicos, como banhos frios e compressas frias, e no máximo tentar tratamentos com algum antibiótico de largo espectro (aqueles que tentam atacar todas as bactérias, mas não são particularmente eficazes), o que significa que as chances de cura não são boas. Enquanto isso num ambiente hospitalar, seria possível analisar com muito mais propriedade as manifestações clínicas da doença como a febre, alterações hemodinâmicas, como pressão arterial e pulsação, fazendo as correções de maneira mais precisa, o que preserva o paciente, e, através de testes laboratoriais, descobrir com precisão o tipo de agente agressor, podendo assim direcionar o tratamento antibiótico.
Também cumpre ressaltar que existem emergências que simplesmente não podem ser tratadas fora de um hospital. É o caso de grandes perdas de sangue, apendicite, pedras no rim, traumas na coluna, e etc. Em suma, o panorama da saúde no caso de pacientes que estão em condição grave não é nem um pouco animador no caso de um colapso da sociedade, onde hospitais e profissionais especializados não estariam ao alcance. Isso não significa, em hipótese alguma, que aprender técnicas básicas de socorro é inútil. Pelo contrário, a ideia aqui é ser realista, saber identificar as situações onde só o tratamento local é suficiente, e aquelas onde o hospital é o fim inevitável.
Respondendo a pergunta deste nosso texto, sim, existe um limite. Existem procedimentos e situações que simplesmente somos incapazes de resolver sem a tecnologia e medicina moderna – além de profissionais altamente especializados e treinados. Isso pode ser frustrante, mas é a realidade. Por isso, a conduta de prevenção e evitação de confronto em um cenário de crise é a maneira mais segura de conseguir sobreviver.
Contudo, ainda existem boas notícias: As chances de o leitor se deparar ao longo da vida com uma situação que demande conhecimento em primeiros socorros são enormes, e na maioria dos acidentes, ter uma noção de primeiros socorros pode ser a diferença entre a vida e a morte da vítima.
Pensando nisso, se vocês gostarem posso escrever textos focados em cada tipo de emergência e sugerir o uso correto de equipamentos que talvez você já tenham em seus kits. Quem sabe até mesmo uma série focada nestes pontos. O que você acha?
Texto escrito por Gabriel Abe, acadêmico de medicina e leitor do Sobrevivencialismo.com.
Bom dia Júlio e demais participantes, ótimo texto, é muito importante a atenção também a problemas de saúde pré existentes, como a manutenção de estoque de medicamentos de uso contínuo, seja para diabéticos, cardíacos asmáticos já diagnosticados, pessoas com problemas locomotores prótese bastão para áuxilio em caminhada informação é sobrevivência.
No curso de socorrista que fiz, o objetivo principal é manter os sinais vitais da vitima até a chegada ou remoção a uma clinica/hospital. Procedimentos evasivos também não são feitos por socorristas.
Acho extremamente importante ler livros sobre primeiros socorros, medicina, cirurgia, ler bula, app de celular sobre medicamentos e conversar com profissionais da área… o estudo vai trazer conhecimento para uma situação caótica, onde não vai ter hospital e nem SAMU…
Para o dia-a-dia e pro mato eu acho interessante manter-se dentro do que já se sabe que é seguro, como o band-aid, gaze, atadura, anador, antigripal, sonrisal…. coisas simples que não irão piorar a situação. Depois de enfaixar o braço é só chamar o SAMU. hehe
Ótimo texto!! fica a expectativa para os próximos sobre o assunto.
Grande abraço.
CPR & EAD – Manobras de Ressuscitação cardiopulmonar e uso do DEA – Fisioterapeutas, quiropraxistas, dentistas, educadores físicos, terapeutas ocupacionais, técnicos/tecnólogos e Engº de segurança do trabalho, membros de CIPA, profissionais responsáveis da área de segurança de grandes fluxos de pessoas;
PHTLS – PreHospital Trauma Life Support – Atenção básica: Técnicos e auxiliares de enfermagem, bombeiros, estudantes de enfermagem e de medicina, profissionais que desejam trabalhar em serviços de emergência ou de atendimento pré-hospitalar ou que necessitam aprimorar seu currículo nesta área. Atenção avançada: Médicos e Enfermeiros que trabalham ou desejam trabalhar em serviço de emergência ou de atendimento pré-hospitalar, Médicos e Enfermeiros que necessitam aprimorar-se em atendimento pré-hospitalar e de trauma, independente de especialidade;
BLS – Basic Life Support – Enfermeiros, acadêmicos de enfermagem, acadêmicos de medicina, técnicos e auxiliares de enfermagem, bombeiros, policiais, guarda municipal, forças armadas, condutores de veículos de emergência e demais profissionais que trabalhem ou desejam trabalhar em serviços de emergência móvel ou fixo;
ATCN – Advanced Trauma Care for Nurses – Enfermeiros e Acadêmicos de Enfermagem do último ano que trabalhem ou desejam trabalhar em serviços de emergência ou de terapia intensiva;
ATLS – Advanced Trauma Life Support – Médicos, Doutorandos, Enfermeiros e Acadêmicos de Enfermagem do último ano que trabalhem ou desejam trabalhar em serviços de emergência ou de terapia intensiva, ou que, por qualquer motivo, possam deparar-se com situações de emergência cardiovascular e terem de atendê-la;
ATOM – Advanced Trauma Operative Management – Médicos residentes de cirurgia de todos os níveis e especialidades, cirurgiões militares, cirurgiões experientes de todas as especialidades que não atendem trauma no dia-a-dia e cirurgiões do trauma em busca de aperfeiçoamento;
AMLS – Advanced Medical Life Support –
ACLS – Advanced Cardiovascular Life Support – Médicos. Abre-se ainda possibilidade da participação (somente como ouvintes) a Enfermeiros e Acadêmicos de Enfermagem do último ano que trabalhem ou desejam trabalhar em serviços de emergência ou de terapia intensiva;
PALS – Pediatric Advanced Life Support – Médicos. Abre-se ainda possibilidade da participação (somente como ouvintes) a Enfermeiros e Acadêmicos de Enfermagem do último ano que trabalhem ou desejam trabalhar em serviços de emergência ou de terapia intensiva;
… Tem muitos cursos sobre o assunto … Geralmente tem validade somente de 02 anos …
Minha opinião é meio controversa… Primeiramente, a atuação de alguém em socorro a outrem carece de TER CONHECIMENTO SOBRE O ASSUNTO e depois de SABER AVALIAR UMA SITUAÇÃO… O “socorrista” não pode correr riscos e nem colocar o outrem em maior perigo… É difícil entender isso, mas já vi muita gente, munido de boa vontade, piorar o que já estava grave…
Os TIPOS DE RISCOS mais comuns quando se esta em um resgate são:
– Choques Elétricos;
– Fugas de Gás e Explosões;
– Atropelamentos;
– Agressões Físicas;
– Ataques de Animais:
– Contaminações;
– Intoxicações;
– Queda de Objetos;
– Afogamento;
– Soterramento;
– Queda de Altura;
Nunca se deve esquecer que a avaliação das condições de segurança se faz sempre ANTES DE INTERVIR e que as duas primeiras horas após o acidente são decisivas para o tratamento eficaz dos ferimentos e consequentemente da sobrevivência da vítima…
Os passos a seguir pelo “socorrista” são:
– Manter a calma (ser imparcial e muitas vezes “frio”) diante da situação;
– Nunca esquecer que a prioridade num resgate é:
1º Eu (“socorrista”);
2º Equipe;
3º Vítima;
4º População;
– Pedir Auxílio sempre dos BOMBEIROS e da POLICIA;
– Verificar Riscos Existentes antes de Agir;
– Manter o Bom Senso;
– Manter o Espírito de Liderança;
– Distribuir Tarefas que Visem Auxiliar o Socorro;
– Evitar Manobras Intempestivas e/ou Imprudentes;
– Dar prioridade às Vítimas mais Graves;
– Não ser Herói;
– Reconhecer suas limitações pois existem emergências que simplesmente não podem ser tratadas fora de um hospital;
Você “socorrista” devera agir diante das vitimas da seguinte forma:
– Faça o exame primário para a avaliação completa do estado da vítima;
– Inicie o “ABCDE” ;
– Se necessário comece as manobras de respiração boca-a-boca e de reanimação cárdiopulmonar (RCP);
– Faça um exame secundário, que visa descobrir quais foram as lesões sofridas, porem isso só pode ser feito se a vítima se encontrar em condições estáveis;
– Proteja a vítima;
– Não remova a vítima do local do acidente sem os meios adequados pois isso pode piorar as lesoes;
– Manter o Bom Senso;
Mas, minha opinião controversa, é que se você NÃO SABE ou NÃO TEM CAPACIDADE psicológica e física, por favor NÃO TENTE SOCORRER ou AJUDAR “SOCORRISTAS”…
Comentário brilhante! Existe um outro texto sobre isso, também escrito por mim. Lá eu detalho essas informações sobre as responsabilidades de quem vai se propor a socorrer alguém.
A ideia dessa série é instruir as pessoas no espírito do faça você mesmo, para as situações específicas onde não houver outra opção, sempre lembrando das responsabilidades que vocês citou tao bem.
Não opinião controversa, é sensatez.
Olá Murilo,
Agradeço imensamente pela complementação do texto e acredito que assim como os colegas acima disseram, sua opinião está longe de ser controversa. Só podemos pensar em ajudar quando estamos plenamente qualificados para isso!
Um grande abraço.
Bom testo!
E a ideia no fim do post é ótima!
Uma série com o uso correto de cada equipamento seria bastante útil.
Abraços.
Ola pessoal. Acho que realmente o kit de primeiro socorros são para atividades simples que podemos realizar com um pouco de conhecimento como pequenos cortes, imobilização de algum membro. Atividades mais complexas deve ser feitas por profissionais. O máximo que podemos fazer é garantir que a pessoa esteja segura até a chegada dos paramédicos. Que com certeza estão acostumados a lidar com essas situações.
Ótimo texto, claro e diretivo. Sua sugestão de escrever textos sobre cada tipo de emergência e seus respectivos equipamentos sera muito bem vindo!
Bem contar duas experiências. Não sou da área de saúde, mas já fiz 2 atendimentos reais. a primeira foi uma ´vitima que embarcaram no ônibus já em parada cardíaca, tinha acabado de terminar o curso de socorrista e esta cruzinho, ainda bem que uma técnica em enfermagem estava no mesmo ônibus e me ajudou, ela fez a RCP e eu mantive a cervical estabilizada e as vias aéreas permeáveis. Na terceira compressão os sinais vitais voltaram, mas mesmo assim monitirar a vítima, o motorista parou próximo da UPA e ela foi levada para lá. Na segunda vez, foi na Central do Brasil indo para um treino de altura na Urca, como eu a minha colega estávamos uniformizados, uma mulher pensou que fossemos médicos resgatistas, fui ver o que era, um senhor deitado, secretando muito pela boca e nariz, boca e ponta dos dedos já cianóticos, o segurança da estação de tem já tinha chamado o socorro fazia 30 min… Inicieo o RCP até a chegada do socorro, vi a equipe da ambulância fez acesso venoso e uso de desfribrilador, mas não adiantou muito, soube por amigo que tb ia fazer treino que passou pro lá que vítima veio a óbito. Apesar da semelhança do do caso há diferenças importantes. No primeiro só presei do par de luvas de procedimento por questão de biossegurança e fui até o LIMITE DE PRIMEIROS SOCORROS, como o atendimento foi rápido as chance de sucesso foi maior. Na segunda, já ULTRAPASSOU o LIMITE, quando foi necessário o acesso intra venoso e uso de DEA. Ou seja, no segundo caso, já houve necessidade de equipe especializada, equipamentos mais sofisticados, o que se pode fazer num caso desses é manter a massagem cardíaca para manter um pequeno fluxo sanguíneo circulante até a chegada do socorros especializado.
Agradeço seu relato XIquo, e parabéns pela sensatez e proatividade.
Um grande abraço.
Recomendo também que vocês leiam o PHTLS Primeira resposta ao trauma. Tem tudo o que o socorrista precisa saber pois esse é o protocolo de atendimento utilizado no Brasil e em outros países. Criado pela NAEMT na Argentina desde de 1981.
Boa leitura !
Ficar atendo ao protocolo que de 5 em 5 anos muda… hoje em dia é de 100 a 120 compressões por minuto, caso não tenha AMBU.
Bem lembrado pelo “XIQUO”, pois algumas vezes o protocolo de atendimento muda a ponto de contraindicar um procedimento que era corriqueiro…
Para RCP e Ventilações de Resgate o protocolo a que seguimos é o da A.H.A (AMERICAN HEART ASSOCIATION) atualizado em 2015. E sim são de 100 a 120 compressões por minuto pressionando tórax em 5 cm de profundidade. (esse procedimento muda quando em virtude da disponibilização de uma bolsa-valva-máscara (AMBU), 5 ciclos de 30 compressões seguidas de 2 ventilações.
Tópico muito interessantes. Gostaria de ver mais sobre esse assunto por aqui.
Gostei do texto, principalmente por se tratar da minha area e você ter discorrido Muito bem sobre o tema. Eu diria que numa situação de emergencia em que a sociedade está arruinada, talvez a unica saída seja se virar mesmo, vai fazer o que se não tiver recursos ou Socorro. Numa situação de acampamento, alguma coisa que não envolva uma situação social drástica, o grande Lance é ter conhecimento e atitude para se manter vivo ate chegar no hospital. Não vejo muita utilidade num kit de sutura na Mao de quem nao entende de anatomia, assepsia, infecção, etc. Você sabe que tipo de ferida se sutura e qual tipo se deixa cicatrizar por segunda intenção? Voce sabe se tem alguma artéria ou nervo passando do lado do corte onde vc quer suturar? Voce vai aguentar uma sutura sem anestesia (e se tiver anestesia, você usar?)? Então por que nao pensar no mais simples, que é ter uma gase, faixa, e em caso de um corte você Tapar tudo para chegar ate o hospital e resolver?
Muita pessoas morrem por sangramentos que se resolveriam com uma simples compressão local.
Eu ainda creio que o melhor kit é o intellectual, caso contrario vai ter maluco querendo fazer torniquete sem necessidade, dar uma de Rambo e necrosar o braço por causa de um corte na mão, sei la. Então temos que buscar soluções simples até conseguirmos ajuda e estrutura profissional, ninguém vai conseguir virar medico nos estudos e preparações sobrevivencialistas, realismo e conhecimento na medida do possivel é a chave, gostei do texto.
Uma outra coisa que lembrei agora. Cuidado com medicamentos…já pensou ter (ou induzir alguem a ter) uma reação alérgica no meio do mato? Já era.
Não tem que tomar remedio, fazer sutura e cirurgia no mato. Se der ruim aborta tudo e volta procurar ajuda, não inventa de querer se tratar e conseguir fazer cagada quando nao precisa.
Excelente texto. Belo choque de realidade. Também conheço a área de APH e Primeiros-Socorros. Claro que ter um bom equipamento é útil, mas o que faz a diferença é saber usa-lo. Muitos são influenciados por seriados e filmes, que passam uma noção errada de como executar um atendimento. Um grande exemplo é esses canivetes que vem com quebra-vidro, que pode induzir ao erro de quebrar o para-brisas para resgatar a vítima, sem antes uma avaliação da sena. Como pode causa ou agravar um ferimento ou lesão na cervical. Por isso que existe o colete KED, para imobilizar a estabilizar a cervical , mas para usar este equipamento tem que ter técnica e sobretudo treino. E falando em treino, não só ficar em vídeo do youtube, é cansar o joelho praticando Reanimação Cardio Pulmonar, enfaixar membro, etc.
Medicação, concordo plenamente que isso é responsabilidade de médico… Já li comentários em grupos de como se usa Adrenalina, anestésicos, até mesmo de levar soro antiofídico na mochila… Desculpe dizer… mas o Médico é que sabe a dosagem e intervalo de templo de aplicação, e ainda estar atento a reações alérgicas que pode culminar num choque anafilático…
Mas não despreze os Primeiros-Socorros… Meu instrutor diz o seguinte… Se o pré hospitalar não é bem feito não tem intra que dê jeito
Ótimo texto!!!
Fala meu nobre, otimo tema sem duvida, os kits que carregamos por mais completo que possa ser nunca irá subistituir um para médico ou um socorrista, não adianta ter um monte de coisas se não sabemos utilizar. Ja vi nego com kit de sutura completo e o cara mal sabia segurar numa tesoura… prefiro sangrar até morrer a ser suturado por uma criatura dessas kkkk
Agora o básico podemos e devemos aprender, curativos, limpeza de ferimentos, imobilizar uma perna ou um braço partido… aprender fazer uma respiração boca a boca caso seja necessário ou uma massagem cardíaca, mas isso apenas para uma emergência extrema…. como foi dito no texto, não podemos tentar fazer aquilo que não sabemos ou não temos os meios para o fazer… Mais uma vez otimo texto.
Concordo plenamente Marcelo!
ótima matéria. Chame alguem ai Julho pra fazer uma serie voltada a nossa tematica em conjunto com primeiros socorros. forte abraço
Gosto desses choques de realidade. E eu ainda ressaltaria outro ponto: Você teria coragem de se aproximar de alguém seriamente ferido, sangrando muito, com uma fratura exposta, com queimaduras graves? São imagens terríveis para quem não está acostumado… Há uns 20 anos, vi uma pessoa presa entre as ferragens de um carro destruído num acidente. Ela gritava muito. Sinceramente, passei mal… Confesso que não teria condições de agir em uma situação assim…
Carlos gostei do teu comentário, é importante se preparar psicologicamente para estas situações. A certo tempo vi um amigo vomitar ao ver um porco sendo abatido ( isso que foi com uma punhalada no coração, não com machadadas ou marretadas na cabeça do animal, como já vi fazerem).
Tem o fato de certas pessoas simplesmente não conseguirem ver sangue sem passar mal, e muitas talvez nem sabem disso pois não se expuseram a tal situação.
Olá Carlos,
Por essas e outras que é necessário vivenciar estes cenários de maneira controlada (em cursos, estágios e semelhantes) para gerar uma certa “dessensibilização” a este choque. Conheço pessoas que começaram a trabalhar em hospitais e vi claramente o quão resilientes se tornaram a estas situações. É um caminho duro, mas me parece ser o único.
Abraço!