Estamos realmente preparados? Uma conversa sobre negociação
Quando falamos em sobreviver em meio a situações de crise, muitas pessoas tendem a imaginar situações clichês envolvendo pessoas paramentadas como militares, veículos blindados por toda a parte, variedade armas de fogo etc. Mas será que essa seria a cena real?
Temos suprimentos, armas, preparação e estamos tentando aprender ao máximo uns com os outros, afinal, somo uma grande comunidade aqui. Já relatamos neste texto aqui como se misturar na multidão e passar despercebido tornado-se um verdadeiro sobrevivente de perfil baixo.
Mas uma grande questão que muitas vezes esquecemos é que de nada adianta isso se não tivermos a capacidade de negociação e adaptação ao meio em que estaríamos inseridos durante uma situação de crise.
“Como assim Diego?”
Bom, com alguns anos de experiência como negociador e intermediador – que é minha função – percebi que não importa se somos resilientes ou até mesmo falamos diferentes idiomas e possuímos muita qualidade de informação… Percebi que na verdade, o essencial é o famoso “jogo de cintura” e a percepção. É claro que já falamos aqui, sobre as principais habilidades para um sobrevivencialista, mas a frieza para negociar, para mim, é tudo.
Afinal, de que adianta você focar apenas em ter uma grande preparação se em uma crise prolongada seus suprimentos hora ou outra podem vir a acabar e você se ver forçado a negociar para conseguir um medicamento que alguém de sua família precisa?
Em um cenário complicado, dinheiro não serviria. FATO. Mas… Se você tiver uma boa moeda de troca como: cigarros, bebidas, comida e até papel higiênico, PERFEITO. Aliás, também já deixamos dez dicas de como negociar trocas em tais situações aqui.
Contudo, caso você não tenha os recursos que estão com alto valor no mercado de trocas e ainda assim precisar conseguir algum recurso específico – como no exemplo o medicamento – o que nos resta é o famoso jogo de cintura e a capacidade de manter a vantagem durante a negociação, mesmo em uma situação de estresse elevadíssimo.
Dependendo do recurso que você precisar, você sabe que se não levá-lo de volta o seu familiar pode entrar em apuros ou até morrer. E convenhamos, talvez matar o possuidor do medicamento não seja a melhor solução – isso só é interessante nos filmes de ação. O que nos resta é manter a calma, colocar os fatos na mesa e ler… SIM! Ler a linguagem corporal da outra pessoa… Afinal, nosso corpo fala mais do que nossa boca.
Quando estiver em um processo de negociação, existem dois grandes perfis que precisam ser reconhecidos:
- Postura dominadora: Uma postura de dominação é sinal de que o negociador pode ter atitude mais agressiva ou está mostrando sua força para intimidar. Deve-se tomar cuidado com este perfil visto que a negociação pode ser tensa e com ameaças e/ou blefes. Este tipo de postura geralmente inclui sinais como peito estufado, movimentos amplos (que tomam espaço), tom de voz claro e grave, olhar firme e discurso direto;
- Postura submissa: Qualquer movimento ou postura corporal que envolva “encolhimento” demonstra fraqueza e abertura à dominação. Este tipo de postura geralmente envolve braços encolhidos, coluna arqueada, ombros caídos e fala insegura e volume baixo. Você deve evitar esta postura à todo custo, visto que lhe põe em postura de possível vítima. Contudo, ao lidar com alguém com perfil dominador muito forte é mais prudente manter alguns sinais deste perfil para demonstrar respeito e não incitar conflitos.
Conseguir reconhecer ao menos o quão seguro, agressivo ou submisso o possível negociador se apresenta já lhe colocará à frente na negociação. Dada a importância deste assunto em breve vamos abordar a parte comportamental com maior profundidade. O segredo aqui é manter a calma e pensar de forma racional mesmo em meio ao CAOS, somente assim você se manterá saudável, ainda mais importante… Vivo.
JOGO DE CINTURA em meio a uma situação de crise? COM CERTEZA! Afinal o que a boca não puder falar o corpo irá revelar. Esta será sua melhor arma.
Então é isso caras! Be ready!
EXCELENTE, vlw por compartilhar da sua experiencia cara 🙂