Quais são os primeiros passos para se tornar um sobrevivencialista?
Dentre a enormidade de ideias, pensamentos e técnicas, nos vemos muitas vezes sobrecarregados de informação. Entramos em blogs, canais de Youtube, livros e o mar de afirmações e dados parece não ter fim. Então, a grande pergunta vêm a mente: Em que devo focar primeiro para me tornar um sobrevivencialista?
Primeiro devemos entender um primeiro ponto: Se você se preocupa com a sua sobrevivência e a de sua família e tem pensado em como se preparar para possíveis tempos ruins, você já é um sobrevivencialista. Não é necessário ter um estoque ou equipamentos, basta ter a linha de pensamento correta.
Nós não temos uma faculdade ou requerimentos técnicos para ganharmos a titulação de sobrevivencialista, é por isso que sempre digo que aqui tratamos de uma ideologia, não uma profissão ou semelhante. Dito isso, assumo que se você ainda está lendo este texto, é um dos nossos.
Elaborei os passos abaixo imaginando que você acabou de conhecer toda essa história de sobrevivencialismo e está atordoado com a quantidade de informações, pois não entendeu como exatamente deve dar o primeiro passo, nem o segundo e muito menos o terceiro. Então, vamos lá:
Entenda para o que você está se preparando
Por que você se interessou em sobrevivencialismo? Qual é a ameaça ou possível problema que você acredita que pode te prejudicar (ou prejudicar sua família) e você sente que precisa estar preparado?
Neste ponto é natural você se deparar com uma série de dilemas. Talvez você goste apenas de acampar por prazer, não esteja se preparando para nada. Se sim, é mais interessante você se restringir aos temas de bushcraft e resenhas sobre equipamentos.
Talvez você ache que tudo está errado no mundo e precisa criar um local seguro contra tudo., ou ainda veja uma ameaça muito próxima na sua região (inundação e afins) e precise se preparar para ela.
Não existe certo ou errado aqui, mas é importante ter de uma forma muito clara na sua cabeça porque diabos você vai investir tempo e dinheiro nesse negócio todo.
Também é aqui que você vai ter uma série de receios que talvez não sejam reais. Talvez você percebe que quer se preparar pois viu o seriado The Walking Dead e, apesar de ser uma ameaça assustadora, talvez não seja tão próxima quanto a crise econômica que está se abatendo em nosso país.
É errado gostar de cenários com invasões de zumbis e se preparar para isso? Não, se está lhe motivando a se tornar um sobrevivencialista, ótimo! Entretanto cuidado apenas para não fazer investimentos errados e que vão apenas ficar pegando pó dentro do seu armário. Entenda e saiba diferenciar um hobby de uma preocupação real.

Até a FEMA usou zumbis para estimular a preparação
Para lhe ajudar neste processo de determinar as possíveis ameaças da sua região, recomendo que aprenda a fazer uma análise SWOT, como ensinamos em um post mais antigo (clique aqui).
Lembre-se: Não entender o que lhe atraiu para o mundo sobrevivencialista lhe fará gastar dinheiro e tempo a toa com coisas que você não vai usar como achou que ia.
Entenda o que os outros estão fazendo e leia relatos
Esta parte é a que eu chamo de “pesquisa de campo”. Entre em fóruns, leia diversos sites sobre o assunto e comece a ver o que as pessoas tem feito para se preparar e quais são os acertos e erros deles.
É por essas e outras que faço sempre questão de traduzir os textos do Selco aqui para o blog, assim ao vermos as opiniões de alguém que já esteve em um cenário de crise conseguimos aprender com os erros e acertos dele.
Eu entendo que talvez você já esteja “pirando” em tal faca, tal mochila e outros itens, mas segura a onda e continue vendo o que as pessoas têm falado sobre esses equipamentos e outros itens alternativos.

Você não quer ser o cara cheio de tralhas empoeiradas em casa, quer?
Se você sair comprando tudo de forma aloprada neste momento, vai gastar dinheiro a toa.
Ponto importante: Cuidado com sites conspiratórios que apresentam notícias chocantes sobre a Nova Ordem mundial, Illuminatis, ET’s e Reptilianos. Não julgo quem gosta desse tipo de coisa, contudo para um iniciante os assuntos podem ficar meio nebulosos e você pode acabar se perdendo nas tramas e conexões que esse pessoal costuma fazer, te direcionando para longe do seu objetivo inicial.
Em resumo, entenda como outros sobrevivencialistas pensam e agem para só depois compreender qual a maneira mais interessante para você proceder.
Selecione uma ou duas habilidades para começar a aprimorar
Depois de entender sua razão de ser sobrevivencialista e ver o que os outros estão fazendo, você precisa definir onde quer se aprimorar. Quando falo aprimorar, digo ESTUDAR para adquirir novos CONHECIMENTOS, esta não é a hora de comprar nada ainda.
Digo isso pois geralmente neste ponto a primeira coisa que as pessoas fazem é entrar em frenesi buscando por equipamentos e resenhas online, prontos para torrar dinheiro em equipamentos que sequer sabem se vão servir de forma prática (as lojas adoram e estimulam isso).
Você também deve ser real quanto as possibilidades. Se você não tem dinheiro para investir em um curso completo de primeiros socorros, foque em algo que você pode fazer a partir de amanhã. Muitos ficam procurando as habilidades mais “tops” e, por não conseguirem pagar ou dedicar tempo para estas, desistem de se preparar.
Hoje com a internet o conhecimento está praticamente gratuito. Só aqui neste blog você já tem 4 anos de informação para digerir, então não espere o cenário ideal, busque por habilidades que você pode focar agora.
Algumas habilidades importantes para os sobrevivencialistas:
- Técnicas de sobrevivência;
- Primeiros Socorros;
- Radioamadorismo;
- Manutenção, manejo e prática com armas;
- Criação de animais e plantas;
- Ervas medicinais;
- Estocagem de alimentos e rotacionamento;
- Nós e amarras;
- Uso e manutenção de facas, machados e afins;
- Arqueria;
- Condicionamento físico;
- Conservação de alimentos;
- Defesa pessoal (lutas e artes marciais).
São inúmeras as habilidades que podem lhe ajudar a sobreviver a cenários de crise, então com certeza alguma delas você terá condições de começar a desenvolver, mesmo que seja somente por meio de pesquisas online.
Tudo começa por algum lugar e você não vai virar o master sobrevivencialista super sônico da noite para o dia. Comece aprendendo uma habilidade, domine ela, vá explorando novas e aos poucos você acaba tendo um bom repertório de conhecimentos e técnicas para usar em caso de necessidade.
Hora de comprar alguma coisa!
Depois de todo esse estudo com certeza agora você já deve estar se coçando para comprar alguma coisa. Talvez para treinar as habilidades você já tenha de comprar alguma coisa e isso não está errado. Na verdade, o que quero pontuar aqui é… Comece pequeno.
Já cansei de ver caras com facas lindas de quatrocentos reais que tinham dó de riscar a faca batendo em madeira. Também já vi outros usarem ferramentas de forma errada e judiarem o ou até mesmo quebrarem o mesmo.
Se é para comprar alguma coisa, compre algo iniciante. Compre um facão de 20 reais, uma faca de 10, uma mochila “mais ou menos” e vá testar e aprender! A vantagem de equipamentos “ruins” é que você pode judiar eles durante o processo de aprendizagem e não terá dó de realmente colocar a mão na massa.
Você também entenderá o que você realmente precisa ter, o que serve e o que não serve para você sem ter aquele sentimento de “caramba, gastei 200 reais nesse treco”.
Os equipamentos iniciantes além de serem “dispensáveis” também lhe mostrarão como é trabalhar da forma mais difícil, com coisas de baixa qualidade e que lhe darão a arte mais fina do sobrevivencialista: A gambiarra.
Cuidado com o consumismo
Toda loja quer vender para você, óbvio. Para isso, colocarão grandes nomes indicando o produto tal, frases de impacto dizendo o quão fera você pode ser se usar ele e muito mais.
Contudo, como dissemos acima, o mais importante não é ter bons equipamentos e sim se virar com as situações mais “ferradas” possíveis, do tipo onde você tem uma faquinha de bolso chinesa para cortar uma tora.
Aqueles que dependem de seus equipamentos para sobreviverem estão fadados a se encontrar em uma má situação. Equipamentos quebram, somem e falham. Além disso, de que adianta investir 5 mil reais no melhor equipamento do mundo e de repente se ver na situação onde tem de abandonar tudo ou será morto?
O melhor sobrevivencialista é aquele que é criativo e adaptável.
Por fim, siga o ritmo natural das coisas
Não se torne um obsessivo, qualquer excesso na vida faz mal. Se você começar a pensar só em sobrevivência e querer falar só disso com as pessoas, vai parecer um daqueles paranóicos que aparecem em programas como “Preparados para o fim”.
Não tente convencer ninguém sobre o que você está fazendo, você vai falhar em 90% das vezes. Mantenha-se focado em aprimorar suas habilidades e lentamente vá mostrando o quão “legal” é ir acampar para ver a natureza, como é legal aprender a conservar alimentos e por aí vai. Talvez aos poucos as pessoas (familiares e amigos) tenham interesse.

– Uau, como você pegou este peixe? – Usando algumas técnicas, quer aprender? – Sim!
Mantenha sempre em mente que o mais importante é você se construir como pessoa, adquirindo novos conhecimentos, testando seus limites e respeitando o ritmo natural de aprendizagem. Entenda que ser sobrevivencialista é ser um indivíduo flexível, detentor de vários conhecimentos diversificados e que foca sempre em manter as pessoas em volta em segurança.
Até.
Olá Júlio, excelente texto parabéns! me preocupa na verdade um espaço desse, repleto de informações ficar disponível pra quem quer que seja entendeu? teria alguma forma de controlar informação ou criar um grupo mais “em off”? nunca sabemos os reais objetivos de quem está do outro lado…
Gostaria de alertar a todos que não saibam dirigir ou que por ventura assim como eu* não ligam muito para isso, que atentem para aprender, pois nesses últimos dias essa habilidade me fez muita falta em uma situação de emergência médica, mas que por muita sorte acabou sendo resolvida por uma outra pessoa que estava presente na situação e pode ajudar.
Aprendam a manejar o maior número possível de veículos, essa é minha dica :/.
*Tenho CNH mas não pratico direção de veículos a muito tempo por achar que não necessitaria dessa habilidade em meu dia a dia, já que na cidade onde vivo consigo fazer tudo a pé (cidade bem pequena), mas após esse episódio irei me esforçar ao máximo para sanar essa falta de habilidade.
O ideal é associar o sobrevivencialismo a uma atividade prática como, por exemplo, os adeptos de acampamentos. Assim barracas, facões, equipamentos de caça e pesca serão úteis como meio de lazer (e preparação) e não equipamentos que ficaram guardados por anos sem uso.
Estou investindo em meios náuticos (muito humildes). Já tenho caiaques de pesca, equipamento de pesca amadora, barraca, etc. Meu próximo passo será a aquisição de um pequeno barco de pesca artesanal (já tenho o motor) e redes para camarão e tainhas. Dessa forma é diversão garantida aos fins de semana, abastecimento de peixes e um meio futuro para evasão sem depender de vias públicas congestionadas e de sobrevivência com a pesca.
Então, fazer do objetivo sobrevivencialista um meio de lazer é um jeito de fazer os investimentos valerem a pena.
Texto excelente. E considero obrigatório estar a par da situação político-econômica do país, estado e cidade em que se vive. De nada adianta, por exemplo, saber tudo sobre armas, se o sujeito reside no Brasil, tendo em vista que nosso atual Governo Federal segue uma política de desarmamento, tendo em vista que a autoridade competente pode negar o porte de arma por discricionariedade e tendo em vista que, cada vez mais, cresce a aceitação da tese de excesso da legítima defesa no direito penal brasileiro. Na situação econômica, o problema se agrava ainda mais. De nada adianta também gastar uma fortuna em equipamentos de sobrevivencialismo, sendo que é justamente o fator econômico que derrubará muitos brasileiros daqui pra frente. Tudo está ficando caro, o desemprego está aumentando, em breve pode faltar água e energia, o Estado Brasileiro precisa segurar as pontas e manter as aparências até 2016 em função das Olimpíadas, depois disso literalmente o país se tornará um inferno. Pra não dizer que estou sendo extremista, posso até citar um exemplo, e não preciso ir tão longe, basta observar a Venezuela, país que atualmente está em crise, mas que, ironicamente, não se tem tantas notícias dela aqui nos noticiários brasileiros. Lá, a Polícia usa munição de verdade para conter os manifestantes, falta comida, falta água, não há emprego, eles vivem uma guerra civil. E apesar disso, o atual governo de lá diz que fará de tudo para continuar defendendo a ”democracia”. Compare esse discurso com nossos governantes e tirem suas próprias conclusões. E nesse sentido, eu ainda questiono: antes de estourar essa crise na Venezuela, aposto que lá haviam pessoas com a mentalidade de um sobrevivencialista. Mas será que adiantou alguma coisa na prática? É nesse sentido que considero essencial o sujeito estar bem informado da situação política do país. Vocês acham que há outra opção senão sair daqui o mais rápido possível? (fiquem à vontade para discorrer acerca do assunto)
A crise mundial de 2008 foi causada pela política venezuelana, pois o medo de que ela se espalhasse pelo mundo causou a bolha imobiliária e a consequente falência de importantes bancos. Hoje, temos a Grécia, berço dos ideais democráticos, falida devido ao monstro bolivariano ressuscitado por Hugo Chavez.
EUA começou a dialogar com Cuba e logo serão contaminados pela ideologia de Fidel. Há de se observar: Obama é comunista!
O mais seguro é fugir sim – para o Paraguai! O Partido Colorado, que controla o país por mais de 60 anos (não contando a interrupção de Lugo), está levando a nação ao rápido desenvolvimento social e econômico.
Não sou sobrevivencialista ainda, não na prática, mas penso bastante sobre isso e, como não tenho ainda condição financeira de investir em equipamentos, comecei pelo condicionamento físico, estudo de primeiros socorros e massagens terapêuticas, cultivar alimentos em casa, e no reconhecimento de plantas medicinais e espécies espontâneas (mato) comestíveis e venenosas. Estou também aprendendo a fazer em casa, com pouca matéria prima, sabão, creme dental e outros itens de higiene diária, além de alguns cosméticos e remédios.
O corpo precisa estar saudável e bem cuidado, de nada adianta você ter um machado de 300 Reais se não consegue erguê-lo, ou comprar uma mochila que cabe sua casa se não consegue carregá-la, de nada adianta ter binóculos de visão noturna se é incapaz de andar meia hora, de agachar para pegar algo, ou de subir numa árvore. Também devemos pensar que numa situação de “apocalipse”, prevenir doenças é tão importante quanto comer ou repousar, tudo é parte do processo de manter o corpo funcionando da melhor maneira possível, por isso a higiene é crucial. Enfim, não sou estudiosa do assunto, apenas pensei no que seria necessário e possível fazer num primeiro momento. Correr, nadar, subir, pular, lutar, podem ser cruciais numa situação entre viver e morrer. Também tenho tentado acostumar meu paladar a todo tipo de alimento e não depender tanto de comida industrializada, tudo que tem nutrientes é alimento e devemos saber identificá-los, conservá-los e torná-los seguros para o consumo. Mais pra frente quero aprender le parkour ou artes marciais e o manejo de alguma arma.
Penso exatamente assim! Costumo dizer “primeiro o primeiro”. Comecemos por algo que quase sempre não se precisa gastar um centavo para melhorar: sua saúde física, mental e emocional. Quanto mais forte forem esses aspectos, mais fácil será superar desafios. Antes de comprarmos toneladas de equipamentos, vamos, como você bem disse, aprender a correr, nadar, subir, pular, lutar, caçar, pescar, limpar carnes, preparar alimentos, construir abrigos improvisados e etc. Vamos primeiro atacar o básico. Dezembro do ano passado apareceu uma oportunidade de fazer um curso de primeiros socorros promovido pelo Corpo de Bombeiros de minha cidade. Fiz o curso e me senti muito mais preparado. Me senti muito mais tranquilo sobre diversas situações. Esse ano planejo fazer um curso de Krav Magá. Meu condicionamento físico também está em dia. Primeiro estou construindo a “fundação” da minha preparação, para então partir para aquisição de equipamentos. Excelente comentário 😉
Está certíssima Badá! concordo com todo o conteúdo, reiterando a importância vital de um bom condicionamento físico! não que seja necessário ser um “atleta”, mas com certeza o que fará a diferença entre quem vive e quem morre é o trinômio saúde/condicionamento > conhecimento técnico > condição psicológica. investimento em equipamentos seria o passo imediato, começando por uma boa lâmina e passando pelo adestramento em todas as ferramentas que for possuir, alem do socorrismo de campo. parabens!
Ferramentas são só um facilitador, o que conta realmente é o conhecimento e o auto controle para conseguir raciocinar corretamente e utilizar o que tem ao redor para se virar em uma situação de sobrevivência, claro, falando assim parece ser a coisa mais fácil do mundo, mas não é, existem muitas variáveis, que envolvem até mesmo o “estado de espírito” no momento em que tal necessidade se apresente, enfim, até a sorte conta, no mais é preciso estar atento e sempre buscando conhecimentos, pois não da para estar perto de todos os recursos 24/7 do tempo.
Muito bom Julio!
Texto muito esclarecedor e coerente.
Obrigado pela ajuda.
Estou interessado em arqueria vocês podiam ensinar a como contruir um bom arco e boas flechas e como manuseá-lo já busquei em outros sites e tentei mas não deu muito certo además meus familiares não acreditam muito num provável colapso e acham que eu só quero mesmo é ter uma arma e o jogaram fora
Amigo, infelizmente, assim como a minha família que acha sobrevivencialismo loucura e coisas assim, não tem jeito. O negócio é começar a se preparar sem mostrar ou falar de sua preparação para sua família porque vai ser muita dor de cabeça. Ou se você tiver paciência, tentar convencê-los com calma.
Muito bom o “post”, Júlio.
Gostaria de acrescentar, entre as Habilidades, as Técnicas de Reaproveitamento e Reciclagem de Materiais.
É impressionante o quanto um PET vazio pode se tornar útil em situações de penúria.
Na rede existem milhões de dicas ótimas, desde armadilhas para peixes até como obter fitas para amarração, só a partir do tal PET.
Até o próximo,
FORÇA e HONRA !
CAVEIRA!!!
“a arte mais fina do sobrevivencialista: A gambiarra”!
Leio sempre as postagens no blog e quase nunca comento, mas dessa vez, parece que “o destino quis assim”, então vou dar uma divagada sobre um ou dois pontos do teu post…
Estava discutindo isso com um amigo ainda ontem, sobre os equipamentos que tenho e sobre como estou sempre em busca do equipamento “ideal para as necessidades”, comprando e vendendo uma coisa de cada vez e sem deixar as finanças arrombadas por uma preparação que, espero eu, nunca precise usar. Claro, eu invisto em equipamentos que servem como acessórios de uma preparação para situações difíceis, mas o objetivo de comprá-los é exatamente o de fazer a minha vida mais “fácil” nos acampamentos que faço. E esse é o ponto do que conversávamos: saber o que e como fazer sem esses equipamentos. Lembro de usar a seguinte frase: “Mas cara, passei muitos anos acampando com poucos equipamentos e coisas de procedência e qualidade duvidosa para agora, ter conhecimento e condições de adquirir coisas que me sirvam mais adequadamente. Isso não quer dizer que eu esqueci como se faz com o canivete da AM/PM que ganhei na troca de óleo e usando só um moletom e um chinelo havaiana…” O caso é que a maioria das pessoas confunde as coisas. Sair pra acampar levando os itens que levo normalmente NO MÁXIMO da pra chamar de acampamento “selvagem”. Mas mesmo nessas situações prático técnicas de sobrevivência, prático técnicas de bushcraft, tento fazer comidas mateiras diferentes, utilizar recursos diferentes e construir coisas diferentes. Mas, caso nesse treino essas coisas falhem, eu tenho minha comida, meu isqueiro, minha faca, minha barraca e minha lanterna pra me suprir a falta de habilidade em algum desses quesitos. E para mim, isso é o mais importante pra que. Está começando: não se coloque em risco e não faça de você mesmo uma vítima. Me parece crucial pra pessoa que esteja iniciando que não se iluda também com esses discursos de “seja independente” e “DIY” que vemos por aí. Muitas vezes, por falta de conhecimento e de habilidades necessárias, o “patatenra” que iniciou agora pode se colocar em risco financeiro, gastando com equipamentos desnecessários ou que custam mais do que alternativas viáveis e melhores, ou ainda se colocando em risco de vida pra testar se “conseguiria sobreviver”. Ouso ainda deixar uma dica para os que estão começando: vá com calma! Você está se preparando antes para uma ameaça que todos esperamos que não se concretize, então, estude e aprenda com certa calma. Você já está dois passos à frente de muitas outras pessoas, aprenda com cuidado e tenha a saúde necessária para se colocar a dois km à frente dos demais. Forte abraço e parabéns pelas dicas Julio!
Aprende um pouco mais com o que li agora… Pretendo aprender mais e mais, e se o Julio Lobo estiver vendo meu comentário quero que ele entre em contato com migo OK.. OBG. que Deus abençoe todos !!!
Estou sempre por aqui amigo, muitas vezes não comento por falta de tempo mas faço sempre questão de ler os debates e relatos dos colegas. Abraço.
Ser um indivíduo flexível, ou seja, não seja cabeça dura, não seja dono da melhor ideologia, ou coisa assim.
Comigo foi mais ou menos assim, sempre gostei de armas =)
Porém como não tenho condição e nem idade, na época, comprei uma
besta, que esta comigo desde 2009, e pratico =)
Procurar alternativas, nem sempre uma marca ou um preço, do que você pagou por aquilo poderá salvar você em um situação real, ou ainda ter “dó” de usar o que comprou…
gostei muito esclarecedor!!!