Fuga para o mato: Uma outra visão
Por Eremita Urbano
Hoje vou falar um pouco da minha percepção de fuga para o mato. É um assunto onde existe muita divergência de opiniões então vou deixar a minha para servir de reflexão, mas que fique claro que a sua escolha deve ser sempre pessoal e pautada na sua experiência pessoal e no seu planejamento individual. Não existe “resposta padrão certa”, seja qual for a sua escolha, ela vai ser certa apenas para você. Lembrem-se, cada caso é um caso. Não tente impor a sua resposta – mais uma vez eu friso – ela só é certa pra você!
Eu gosto muito de mato, gosto mesmo, mas apenas pra ficar de uma a três noites no máximo, mais que isso só se for preciso… Ficar uns 30 dias no mato? Consigo! Mas não vou achar confortável ou divertido – explico melhor a frente. Quem consegue ficar “na boa” em um acampamento por mais de quinze dias tem o meu mais profundo respeito e admiração.
Se você nunca foi para o mato amigo, não vá para lá sem conhecimento… O natural para o ser humano é a cidade. Digo isso pautado na nossa constituição física frágil, que exige que tenhamos sempre artifícios para permanecer por lá.
Vou exemplificar.
Não temos pele grossa ou pelos em grande número, então temos que sempre apelar para repelentes de insetos ou então ter meios “artificiais” para os repelir, como fumaça por exemplo. Não temos garras afiadas ou dentes fortes então temos que sempre estar ao menos com uma faca ou bastão para nos proteger.
Nossa fisiologia é mais frágil, isso implica que não podemos beber água da mesma forma que os animais bebem ou ficaremos doentes, então mais uma vez temos que recorrer a artifícios usando filtros, cloro ou fervendo a água. Do mesmo modo a comida, se você conseguir caçar um javali por exemplo, você não vai conseguir comer ele cru. Tem que prepará-lo, tem que assar.
Por essas e outras que digo que mato é pra quem sabe e me preocupo com alguns novatos que acham que mato é a melhor opção porque alguém famoso falou… Amigo, não é não, não é mesmo! A melhor opção é ficar no ambiente que lhe deixar mais confortável.
Falando por mim, eu não tenho condições financeiras para ter um local de fuga preparado(BOL), então meu planejamento é todo focado no “forte urbano” de forma que eu possa ficar meses sem sair de casa numa crise.
Sou uma pessoa muito ligada em tecnologia, ela está fortemente presente em minha vida e na minha formação, entretanto gosto muito de conhecer e praticar artes mateiras e as valorizo muito, por isso sei e reafirmo que mato não é pra qualquer um, tem que estar muito bem preparado e realmente saber o que esta fazendo.
Muitos falam em ir pro mato quando a crise aparecer, mas eu pergunto… Já tentou efetivamente ficar 15 dias no mato só com a mochila? Não é fácil! Por isso para eu deixar meu “forte urbano” só se for por um acidente radioativo, nuvem tóxica ou se eu ver no jornal o Willian Bonner mostrando que de acordo com um novo programa da NASA, os cálculos indicam que um meteoro vai cair nesse local… E mostrar na TV a casa dos meus cachorros na foto do satélite, aí sim eu sairia, de resto vou é me entocar em casa e eu não saio do meu “forte urbano” para nada, por um bom tempo.
Em minha opinião, baseada na realidade que vivo, mato é minha última opção. Isso se dá pelas maiores adversidades de estar nesse meio – como já citei, e principalmente com família. Temos que pensar bem antes de uma atitude assim. Vão por mim, a não ser que sua família TODA (toda mesma) sejam exímios campistas, vai ser um inferno ficar fora da cidade com um pessoal sem experiência mateira. É serio!
Mas mesmo que você seja um ser totalmente urbano, recomendo fortemente que aprenda sobre artes mateiras, afinal, dependendo da crise e do tempo de duração pode ser que você tenha que cozinhar sem gás então é interessante saber preparar alimento em fogueira ou em um pequeno fogão a lenha, e vou além… Pode ser que seja necessário caçar e preparar a caça.
Ah, Eremita caçar na cidade?
Claro! Eu creio fortemente que é muito mais fácil caçar alimento na cidade. Vejam!
Mamíferos… Temos facilmente cães, gatos e ratos em abundância e todos esses animais são comestíveis se bem preparados. Não vou colocar links já que a visão pode não agradar alguns, mas você encontra material facilmente no google, ensinando preparar caso queira.
Quanto a aves, temos pombos em fartura e como no exemplo acima basta saber preparar. Quanto a abrigo nem preciso falar muito, e muito mais fácil encontrar abrigo em cidades que no mato.
Água potável eu também acho muito mais fácil achar na minha cidade do que no mato, visto que eu conheço várias fontes nas proximidades e até dentro da própria cidade que não estão poluídas. Isso em último caso, já que na minha casa além da água padrão da distribuidora em uma caixa de 10.000 litros, poço e captação de água da chuva.
Para frutas e verduras tenho uma horta em casa que produz bastante, é incrível o quanto se pode produzir em pequenos espaços fazendo do jeito correto. Além disso se for preciso na própria cidade existem árvores frutíferas! Pelo menos na minha a dois quarteirões tenho jaqueiras, pés de manga, coqueiros, e muitas outras. Por isso afirmo que NO MEU CASO, não é a melhor opção ir paro mato, com certeza estou bem mais confortável nesse ambiente urbano que conheço bem.
Tudo se resume ao conhecimento do meio em que vive.
Bom amigos, frisando mais uma vez: Ir ou não ir pro mato é uma ponderação individual baseada na sua realidade. Se você é um mateiro experiente tudo bem, mas me preocupo com pessoas que leram em algum lugar que o ideal é ir para o mato e vão, sem ter conhecimento prático algum sobre esse ambiente que pode facilmente custar vidas.
O melhor lugar para ficar numa crise principalmente com família é onde puderem ficar o mais confortáveis possível.
Resumindo: Sair para o mato é para quem sabe o que esta fazendo, gosta, tem experiência e alguma preparação por lá como uma BOL montada. Se você não tem, pode ser mais interessante ficar na cidade, principalmente se tem família. Aprenda as artes do mato mesmo sendo um ser urbano, elas podem ajudar muito em algumas situações. Mas seja no mato ou na cidade, sobreviver se resume a conhecer bem o meio em que vive e assim poder tirar o melhor dele. Não dê por certo nem a afirmação que “ficar na cidade é o melhor” e nem que “ir para o mato é o melhor” analise ponderadamente a sua realidade e se baseie nela para fazer sua escolha.
Eremita Urbano(@fortedoeremita) é Cientista da Computação, pós-graduando em Gestão da Tecnologia da Informação e Técnico em Administração Empresarial. Atuou mais de 10 anos como instrutor de computação e rotinas administrativas. Aficionado em aprender, acredita que o estudo do sobrevivencialismo e assuntos correlatos, pode nós aperfeiçoar e nos tornar humanos melhores.
Eu acredito que o pior (para quem esteja preparado) na cidade sejam as outras pessoas. Vão tentar saquea-lo quando a fome bater e haverá desordem total. Nesse caso armas seriam a melhor saída. Acho que hoje você pode ter registro de arma para ter em caso, daria para ter para se preparar. O outro lado disso é que tem que se ter muito cuidado com filhos para que não peguem para brincar e acabe acontecendo uma tragédia familiar.
Além disso, munição tem vida útil e é necessário prestar atenção nisso e volta e meia ir trocando o velho pelo novo.
Eu, por enquanto não acho que algo terrível está pela frente. Tenho um filho de 1 ano, não vou arriscar em ter uma arma em casa.
Como última forma de defesa, meu pai tem um sítio no interior a 90Km daqui. Pretendo fugir para lá com barracas em caso de desastre e lá aumentar a plantação (horta) que já existe para uma subsistência básica. Tem água limpa também e não tem eletricidade. O básico mas essencial à vida.
Aqui na capital de SP, onde moro, a situação parece mais complicada… não tenho espaço para estocar alimentos, e sequer há caixa d’água ou espaço para cultivar alguma coisa. Quais seriam as opções que eu teria?
Oi Rodrigo.
já morei um tempo em São Paulo e sei como é.
Lá vão umas sugestões para aumentar suas chances de sobrevivência WSHTF:
1 – Se prepare para ser útil às outras pessoas: Aprenda primeiros socorros, purificação de água, como tratar vermes, diarréia, vômitos, aprenda algo sobre marcenaria, encanador, pedreiro, etc;
2 – Fique em excelente forma física. Sempre. Evite fumo, drogas, álcool em excesso;
3 – Faça uma rede social fora de São Paulo;
4 – Faça uma rede social com seus vizinhos. Faça com eles uma horta no condomínio (cara é difícil);
5 – Compre um purificador de água que não precise de água sob pressão;
6 – Compre um botijão de gás adicional;
7 – Guarde uns galões de água de 20 litros;
8 – Aprenda a fazer um banheiro de compostagem (para o caso de falta de água);
9 – Pague todas dívidas que você tiver;
10 – Tenha uma pequena reserva em cash;
11 – Armazene um pouco de cereais em garrafas pet;
12 – Aprenda a salgar carne e armazene um pouco;
13 – Aprenda sobre a geografia do seu bairro e descubra onde tem nascentes de água;
14 – Aprenda novas habilidades que permitam a você ganhar a vida se você perder seu emprego atual para sempre;
15 – Plante um vaso com salsa e cebolinha na cozinha;
16 – Tenha algumas roupas e calçados de material resistente;
17 – Quando for ao supermercado, compre umas latinhas a mais para fazer um estoque rotativo;
18 – Se torne uma pessoa mais culta, aprenda outras línguas;
19 – Se prepare para a falta de letricidade: Tenha um bom estoque de isqueiros, fósforos, velas, lampião a querosene, fogareiro a álcool;
20 – Não vote e ensine seus amigos a não votarem em candidatos corruptos.
Boa sorte na sua preparação!
Oscar
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Eu me sinto mais confortável no mato, meu marido na cidade, moramos em área urbana, mas pertinho do prédio, tem um parque ecológico, um mangue, que apesar de não ser muito largo, é uma boa área de mata, que se estende até o interior[o rio é reserva ecológica do começo ao fim]. Às vezes, eu penso que seria uma boa tentar sair da cidade através da reserva, mas é conhecido que muitos assaltantes e bandidos costumam se esconder lá pra fugir da polícia[e eu realmente acho que se a cidade virar um caos em algum momento, pode ser que essa galera saia, ou apenas encha mais de gente], além de que há moradias ilegais dentro do parque e esgoto ilegal sendo lançado nele, e quando eu paro pra pensar nisso, começa a parecer uma idéia muito ruim tentar usar o parque pra sair da cidade. Aí eu pergunto: o que fazer? como faço pra sair da cidade de maneira segura no caso de uma crise social[é o que acho mais provável, ou pelo menos é o que me faria sair da cidade]? é uma boa idéia sair pelo parque? o parque em questão é o Parque do Cocó, em Fortaleza, CE. https://www.google.com.br/maps/place/Parque+Ecol%C3%B3gico+do+Coc%C3%B3,+Fortaleza+-+CE/@-3.7682905,-38.469265,17960m/data=!3m1!1e3!4m2!3m1!1s0x7c748b07b7b75bb:0x68b8e89b9da9fe73
Eis aqui a imagem de satélite do parque /\
Imaginem seguir o rio em direção à sua nascente até a área de mato fora da cidade. Bom, essa é a idéia! Ótima Idéia ou péssima idéia?
Também tem áreas de mato[com o tamanho de quarteirões, nada muito grande] que eu acho que dá pra transitar ou se esconder se necessário, mas eu não sei se é recomendável…
Eu e meu marido já estamos nos preparando pra ajeitar duas BOB, uma pra cada um, e eu estou querendo juntar o máximo de conhecimento sobre fuga que eu posso.
Nem mato e nem cidade, a melhor opção é ter um veleiro de pelo menos 25 pés equipado com comida e aparelhos de pesca. Se vc não tem condições de ter um, pelo menos tenha noção de vela em alto mal, pescaria e more perto de uma marina. O mar é uma fonte de recursos inesgotável, e é possível se deslocar com muito mais segurança ou então morar no mar até que a situação catastrófica se normalize. Aconselho também ter um bom revólver, uma glock e uma 12, com farta munição. Abraços
Esqueci de mencionar, mas na cidade, em caso de inverno nuclear, deverá haver uma altíssima poluição do ar, porque as pessoas deverão estar queimando qualquer coisa que pegue fogo: madeira, plástico, pneus, papel, etc.
Também deverá haver contaminação das fontes naturais de água por material fecal.
A poluição, somada às guangues que irão se formar, tornarão a sobrevivência nas cidades muito difícil. Penso que, para quem reside próximo a uma grande floresta, deverá ser mais vantajoso criar algum tipo de abrigo escondido na floresta, mas que possa dar proteção contra baixas temperaturas, do tipo -10º Celsius…
Perfeito, valeu!
Eremita urbano, no meu caso moro em um apartamento e não tenho condição de ter um posso, uma horta urbana, oque faço ?
Oi pessoal!
Desde uns 20 anos atrás sonho com survivalism e só agora descobri que este maravilhoso conjunto de ensinamentos existe. Vai lá o que penso e onde escolhi optar por tentar sobrevivier:
– Na região onde vivo não tem extensas florestas. e no campo, se o dono da propriedade (todas as terras têm dono) não te matar primeiro, irão ter um monte de gangs pilhando e matando, igual na cidade.
– Não conheço estratégias de sobrevivência e guerrilha, que me permitiriam sobreviver no campo.
– Na cidade, em caso de inverno nuclear, a melhor opção é ficar escondido em um discreto abrigo, com banheiro de compostagem, água, comida, medicamentos, etc e uma entrada bem escondida. Depois, sairia para ver o que iria dar para fazer para reconstruir a civilização, com os outros 1% de sobreviventes.
– Tenho armas, que usaria para defender minha casa e minha família, mas em caso de a defesa ser impossível, colocaria fogo/explodiria a casa, para que ninguém a utilizasse. E depois, ficaria bem escondido no abrigo até decidir fazer outra coisa…
– Haveria a opção de entrar para algum grupo de sobreviventes, mas silenciando sobre meus reais recursos. Eu poderia comandar meu próprio grupo, com os conhecimentos que pretendo adquirir sobre survivalism…
– Pretendo aprender a fazer uma horta decente em casa. Isso poderá ao menos, evitar que eu morra de fome após a fase mais aguda da crise, quando algum tipo de estrutura de poder voltar a existir.
– Assim, opto por ficar em minha casa na cidade, que é onde tenho mais chances de sobreviver.
Parabéns a todos os colegas mais experientes que gastaram seu tempo para ensinar aos novatos!
Valeu demais, muito obrigado pelas suas considerações.
Obviamente todos nós que nos preparamos temos nossas peculiaridades a respeito de preparações, cada um com suas limitações e modo de ver as coisas, mas sem duvidas tentando encontrar o melhor caminho.
No meu ponto de vista, apesar de ter crescido na cidade tive um contato muito grande com ambientes mateiros, sem duvidas ficaria o maior tempo possível em minha casa, mas também viso minhas preparações em fugas, considerando sem duvidas o ambiente rural e matas (claro que com lugares preparados para garantir segurança e manutenção de vida).
No meu ponto de vista esses lugares mais ermos possuem seus pontos positivos e negativos.
Ao se levar em consideração lugares mais ermos devemos estudar a fundo todos esses pontos, temos que conhecer bem o local, sua topografia (essencial para se garantir segurança com êxito, preferencialmente locais com visão de toda área), obtenção de alimentos (se é possível obter com mais facilidade uma caça, frutas, etc…vá preparando ao longo do tempo a sustentabilidade do lugar previsto) rotas de acesso e fuga, lugares estratégicos para abrigos, obtenção de água, ter sempre em mente mais de um lugar como esse, e maneira de chegar lá com maior segurança possível. Temos que pensar muito bem, pois não vai ser um passeio de fim de semana, um hora pessoas com o pensamento de obter recursos no mato vão acabar te encontrando, e não pense que vão te chamar para um piquiniqui, imagine se todos da cidade forem em busca desses recursos no mato.
Mas para mim, se você tiver mínimo conhecimento para manter sua saúde, é uma opção louvável sair dos grandes centros onde tudo vai acontecer primeiro e a destruição vai ser muito maior, para os amantes de the walking dead, quando eles estavam refugiados na prisão e alguns zumbis tentavam entrar eram inofensivos, mas ao se juntar uma multidão deles começaram a derrubar as contenções, penso que nas cidade seria assim, enquanto poucos lutarem por seus recursos você vai conseguir conte-los, mas com a grande multidão as coisas vão ficar feias e suas contenções aos poucos vão ruir.
Perfeito, obrigado pelos seus comentários!
Olá Eremita. Tenho algumas observações a fazer sobre o texto.
É muito interessante ver sua franqueza e sinceridade em afirmar e repetir que o mato não é seu forte e não está em seus planos em momentos de crise. Muito bom ressaltar também que esta é a sua opinião pessoal e que não consiste em um manual que se aplicaria para todas as pessoas.
Entretanto, como formador de opinião acredito que analisar melhor suas afirmativas seja conveniente. Em diversos casos, sobreviventes de crises e guerras afirmaram que estariam bem melhores se estivessem em uma zona rural ou de mata. E isso pode ser facilmente compreendido por quem já morou na cidade e no interior. Falo por minha experiencia.
Em poucas, ressalto, poucas situações de crise será melhor permanecer na cidade. Primeiro, doenças sempre se alastrarão mais rapidamente em áreas urbanas devido a densidade populacional e pragas (insetos e animais).
Em diversas situações vimos que a suspensão do abastecimento de um bem (como gasolina) ou serviço oferecido pelo governo (greve da polícia) por poucos dias ou simplesmente algumas horas foram suficientes para despertar o que há de pior nas pessoas e motiva-las a praticarem assaltos, assassinatos, estupros e etc.
Cadeias e delegacias se localizam muitas vezes em zonas urbanas e não é raro ver uma fuga em massa de alguma penitenciária.
A falsa segurança que se tem na cidade é totalmente ilusória. Mesmo dentro de casa, de muros com cercas elétricas e grades, não é suficiente para desmotivar meros assaltantes ou viciados. Afirmo que com certeza também não desmotivariam uma multidão com fome ou uma gangue em cenário de crise.
Um estoque de água como seu na cidade é simplesmente fabuloso, mas não representa segurança alguma. Uma simples enchente ou a fossa estourada do vizinho, ou a sua, poderá destruir por completo a segurança que o poço lhe oferece.
Por fim, afirmar que você deve permanecer no lugar que se sente mais confortável foi talvez a mais imprecisa das afirmativas. Não, não se deve permanecer no lugar mais confortável, nem no lugar menos confortável. Deve-se permanecer ou ir para o lugar que oferece mais segurança, oportunidades e quase sempre menor densidade populacional. O mais atrapalhado dos campistas provavelmente se sairia melhor na maioria dos cenários de crise na floresta do que na cidade. Com algumas ferramentas e um conhecimento razoável e bom-senso se consegue dar manutenção nas necessidades básicas do ser humano no mato, com a vantagem de não ter alguém querendo tomar o que é seu como na cidade. Claro, para isto deve-se estudar, conversar com nativos e buscar conhecimento de plantas e armadilhas. Você foi preciso em incentivar a prática mateira. Sobreviver no mato para a maioria de nós vai ser bonito? Tenho certeza que não, mas com maiores possibilidades que na cidade eu garanto.
No campo as pessoas nasceram e cresceram em o que poderíamos chamar de “crise”. Não há abastecimento de água na maioria das zonas rurais, por isso os moradores tem um ou mais poços na sua propriedade. Sempre dando manutenção e longe de fossas. Na minha casa, por exemplo, tenho dois. Na cidade não se pode na maioria das vezes criar animais como galinhas, bodes, carneiros e porcos. E no fim do dia esta é a segurança alimentar de muitos que residem em zonas rurais, mesmo sem dinheiro eles sabem que tem a galinha ou o porco disponível. E a troca é rotineira. Ajudo vizinhos com minha profissão e recebo em troca sacas de milho, chuchú e muitas frutas. Sem contar o costume de se armazenar comida para um mês ou mais, isto acontece com todos meus vizinhos. E finalmente, a noção de comunidade. Mesmo quem não se gosta no interior convive e se ajuda, hoje te ajudo a cavar teu poço, amanha você me ajuda a a cavar a barreira.
E finalmente, acredito que a palavra chave do sobrevivencialismo é a sustentabilidade. Ser sustentável a médio e longo prazo sempre será mais importante do que um ano de comida estocada. A sobrevivência na cidade depende basicamente do que se tem estocado e se alguém não vem tomar, a longo prazo tudo acaba de munição (SE o preparador brasileiro tiver armas) e a comida. Acredito que a preparação na cidade é um meio, passageiro e nunca deve ser olhado como fim.
Um abraço do Ceará
Olá Ceará, gostei bastante de seus comentários um ponto de vista diferente é sempre bom para vermos outros lados do assunto. Através dessa troca de ideias o tópico vai enriquecendo. Fica aqui meu obrigado pelo tempo que disponibilizou para fazer sua argumentação, foi bem interessante. Abraços!
Parabéns, Eremita.
Obrigado por mais uma excelente aula, que me apontou o caminho certo.
FORÇA e HONRA !!
CAVEIRA !!!
Valeu, muito obrigado pelo comentário.
mato ou cidade? acho que vc não considerou a terceira hipotes que é o meio termo a zona rural, que é um mato que passou pela ação do homem, vc terá as vantagens de estar no mato com as ventagens da civilização como casa, fogão, cisterna etc… acho que o mato puro é para quem não tem opção e a cidade pode ser perigoso a zona rural é a melhor opção.
Ok, valeu Eliezer, obrigado pelo comentário.
Caro Eremita Urbano e autores dos comentários,
Vou começar com um “com todo o respeito” — mas, por favor, não tomem isso como demagogia ou bajulação.
Afinal, se discordo um tanto da perspectiva geral do Eremita Urbano, creio que sua argumentação é irrecusável à nossa consideração, e que somente o seu trabalho na divulgação e desenvolvimento do pensamento e das práticas sobrevivencialistas no Brasil já avalizam suas posições sobre esses assuntos.
O que farei é problematizar mais o problema, numa perspectiva assumidamente antitecnológica… porém, calma! não vou aporrinhá-los com proselitismo chato, prometo!
Eis alguns pontos, de improviso:
1. temos sempre de considerar em que crise (a ser enfrentada) estaremos pensando; uma epidemia ou uma pandemia, um conflito social (por motivos econômicos e/ou políticos), a brusca e demorada escassez d’água — e o consequente e descontrolado crescimento da agressividade e da violência, especialmente no meio urbano –, tudo isso e muito mais pode tornar as dificuldades de sobrevivência em um meio natural selvagem bem menos assustadoras e incômodas do que, agora, podem nos parecer;
2. pensemos numa crise de maiores proporções, porém; imaginemos que uma guerra de baixo impacto (Índia X Paquistão, por ex.) se desenvolva para um confronto nuclear; por mais distante que se dê, atualmente, um confronto nuclear pode causar tais e tamanhas transformações climáticas que, provavelmente, nos poriam numa crise (tomo a liberdade de usar um chavão…) sem precedentes; imaginemos o deslocamento de uma nuvem radioativa, sem que a população tivesse informações claras e confiáveis; as transformações climáticas propriamente ditas, sem que soubéssemos bem a que ponto chegariam; os boatos, os motins… caos, talvez; nesse caso, a possibilidade de sobrevivência em um meio natural selvagem torna-se ainda mais plausível e considerável;
3. por outro lado, a existência desse tipo de meio, natural e selvagem, torna-se, por sua vez, mais e mais reduzida…
Sugiro, pois algumas considerações que considero consequentes:
1. quem não pudesse preparar a instalação de um BOL (é o meu próprio caso…), poderia privilegiar as possibilidades de instalação que melhor permitam uma fuga, como moradias em chácaras e sítios rurais e semi-rurais e/ou em cidades menores, com mais “campo” ao redor;
2. — e aqui acredito que ao menos a primeira parte da proposição que se segue seria de aceitação geral — na eventualidade de situações extremas como as que apontei antes, o desenvolvimento de conhecimentos e práticas de acampamento, digamos, rústico e radical, de artes mateiras (bushcraft), de sobrevivencialismo em situações extremas, isso seria até mesmo imprescindível, valendo seu cultivo apenas por isso; por outro lado, considero que uma maior dependência da tecnologia limitaria nossas condições de sobrevivência nessas situações;
2. uma defesa radical e efetiva da máxima preservação de ecossistemas possíveis, ao redor de nossas moradias, poderia aumentar significativamente nossas chances de fuga e sobrevivência.
Em suma, creio que não podemos prescindir da preparação para situações extremas, por um lado, e que, por outro, a preservação de qualquer meio natural e selvagem poderá garantir certas condições de sobrevivência que não encontraríamos numa preparação voltada exclusivamente para o meio urbano.
Eita, me alonguei demais; fico aqui, então, e até!
Gostei bastante de suas colocações Rui, sem dúvida elas enriquecem o assunto. Muito obrigado pelas suas considerações. Abraços.
Eremita, repensando sobre o artigo, parece que ele polariza duas opções: estruturar e abastecer a casa ou buscar refúgio em ambiente natural – no caso, o mato. Ainda existe a possibilidade de carregar recursos mínimos numa mochila, com vários quilos nas costas por quilometros – que descarto completamente.
Não seria interessante armazenar esses recursos fora de casa? Quem tem experiência em mato e conhece lugares ermos, pode fazer estoques nesses lugares. A vantagem é a maior gama de opções:
– Não manter estoque de alimentos e recursos em casa não atrairá invasores, e se invadirem não se perde nada;
– Poder ir nesses “esconderijos” e pegar o que precisa aos poucos, mantendo a discrição;
– Se for pego, na crise, fora de casa – ou se dela tiver que sair -, seus recursos estarão preservados e
– Não precisar carregar nada, assim não atrai a atenção e tem seu deslocamento facilitado.
É possível fazer uma grande reserva num local só ou espalhar seus recursos em pequenas quantidades em diversos pontos.
Pode ser o mínimo: arroz, feijão, fósforos, água sanitária, sal (cada ítem em uma garrafa pet), roupas e toalha (velhas, claro) e alguma ferramenta. tudo enrolado em lona preta – é barata e além de servir como barraca, também dá de fazer uma cisterna improvisada. Assim, dá de fazer várias reservas, estrategicamente colocadas há poucos quilometros uma da outra. São estoques baratos e que devem ser renovados de tempos em tempos – a cada 3,4 ou 6 meses? Não tenho ideia. Bem, cada um traça sua estratégia de armazenamento conforme suas possibilidades e crise que pretenda enfrentar.
–
Beleza Max, são muito válidas as suas considerações. Obrigado pelos comentários.
A vida me ensinou, a ser adaptável.
Ok, valeu Sandra.
Eremita e amigos guerreiros, sejam da água, ar ou terra, bom dia e muito prazer!
Sou treinado em mato como sobreviver, entrar e sair e concordo com as colocações do Eremita!
Sou muito treinado no mar e também não é fácil sobreviver nesse ambiente!
Mas na cidade pode também não ser fácil!Por exemplo na cidade de São Paulo COM A SECA QUE SE ENCONTRA, imaginemos uma crise política institucional se instalando que paralise a máquina pública e falte água por exemplo!!!!
Que seja perigoso sair na rua a qualquer hora?
A verdade tudo é difícil nos momentos de conflito.Tenho um mestre na família, meu pai, coronel do antigo exército russo, que foram os verdadeiros ganhadores da 2ºª guerra, que sempre me falou que no mato era melhor, mas nas cercanias das cidades onde se pode planejar incursões, etc!
Mas como sobreviventes e talvez combatentes, que pretendemos ser, acho que devemos procurar o adestramento básico em tudo!Pois todos os ambientes serão difíceis principalmente que com certeza vai haver carga emocional forte em cima de nossas mentes e corações!
Abraços a todos e Eremita, quando tiver treinamento de mato, favor convidar a Patrulha do Norte do BLESS acantonada em Angra dos Reis!
Excelente, muito grato pelas suas considerações!
Acho que o grande problema dessa opção por um forte urbano é que, pelo que vejo no caso do Brasil, a crise não é uma coisa que ocorre na forma de uma grande explosão 💥 e então: PEI! Bem vindo ao mundo de Mad Max, sim, agora você pode sim abrir o crânio de quem for o máximo de consequências que enfrentará por conta disto será que os amigos do morto tentarão lhe matar. Mas, como eles já queriam lhe matar de qualquer forma mesmo, então não faz diferença, você só precisa de mais balas para resolver este problema também.
Enfim, em um mundo que nós gostamos de chamar de “o colapso” tudo fica mais fácil na realidade e planos que fazemos podem ser executadas em perfeição . Ou seja, nós preparamos nossa ação para uma dada realidade, o colapso, nesta realidade as coisas que temos e que pensamos funcionam, mas na hora H cadê o tal do colapso que me permitiria usar minhas coisas? Mas ainda assim eu morro, e morro exatamente porque o colapso prometido não vem.
Este é o problema, o colapso simplesmente não ocorre é assim eu não posso resolver problemas na base da bala. Mas embora o colapso não ocorra, todas as desgraças que ocorrem no colapso me atingem e podem me matar . Esta é a desgraça do Brasil, o colapso ocorre lentamente e o estado existe cada vez só para controlar caras como eu, o cidadão, porque afinal de contas é só sobre mim que ele ainda pode exercer controle, porque sobre o bandido e o esquerdista de ONG e de universidade, estes estão livres .
E ai vem a analise disto relacionado ao tema de por exemplo construir uma fortaleza urbana. Vejamos, seria possível construir uma fortaleza destas no morro do alemão no Rio? Ou então no morro dos macacos?
Construi-la neste caso para se proteger de alguma gang de criminosos que habitem estes morros? Para defender você deles hoje, agora, não em um mundo imaginário do futuro chamado de “colapso”, que cada vez mais para mim se parece com uma visão messiânica de algum paraíso futuro. Não, digo fazer isto hoje?
Vejamos, você constrói um bunker e uma casa fortificada, enche ela de defesas e armadilhas, bombas, muitas armas e munições, comida para anos, tudo. Pronto, você está definitivamente preparado para o colapso.
E aí então no segundo seguinte alguém bate em sua porta, toc toc, e uma voz diz: oh mano, sai aqui que eu quero falar contigo. Sou eu, o fulano (chefe do tráfico no morro), sai aqui para nós conversarmos sobre estes teus negócios que já me falaram que tu tens aí.
E aí, você vai fazer o que, atirar?
Eis o problema, mesmo se você matasse o morro todo no final acabaria em uma cela do estado preso com os amigos dos caras que você matou. Isto porque o colapso prometido não está a sua disposição para quando você precisa colocar seu plano em prática .
Então para concluir , o problema que vejo em se basear plenamente em uma fortaleza é que o que observo, é que estas coisas que atacarão a fortaleza ,as gangs, estas coisas não aparecem derepente ,elas na verdade avançam sem que se perceba, um dia você percebe que a sua rua tem dono, alguém que cuida da segurança. E simplesmente não da para você simplesmente atirar neste cara, porque se você fizer isto os amigos dele atiram eme você, depois os inimigos dele também atiram, e se você conseguir mesmo assim matar a ambos e sobreviver a tudo, então neste caso o Estado vem e demite você do seu trabalho, confisca a sua casa, o seu dinheiro, coloca seus filhos para adoção, obriga você a sustentar para o resto da sua vida os filhos e amantes dos caras que você matou, e, no final prende você no mesmo prédio em que estão os parentes e amigos de todos os caras que você matou, para que você seja estuprado para o resto da sua vida.
Lamento. Seria realmente muito bom se o Estado Islâmico invadisse o Brasil e então tudo fosse para a merda de uma forma bem rápida e sem volta, mas o problema é que isto não ocorre.
Agora, só para complementar. Nada contra ter um bunker, eu já inclusive resolvi que quero ter um, isto porque há situações que só um bunker possibilita a sobrevivência e porque também é útil em situações comuns envolvendo ladrões e assaltos tão comuns hoje. Mas é preciso para ser útil que ninguém saiba da sua existência e da minha presença.
Entretanto a minha maior opção ainda é fugir para um local onde a sobrevivência seja o mais difícil possível. Para isto sei que ainda tenho que me preparar em muito. Ainda nem comecei isto.
Beleza Vilhena… todas as considerações são válidas, obrigado por comentar.
A crise vai privilegiar os mais preparados, os que se adaptam melhor a ela e não os mais fortes. Quando a desordem tomar conta de tudo, a maioria das pessoas vai querer fugir para algum lugar, mas fugir para onde? A foto da matéria ilustra bem essa situação. Eles estão indo ou voltando? Não importa, a resposta será a mesma: “eu só quero água, comida, abrigo e proteção”. Todos estão em busca daquilo que você e sua família têm. Por isso, penso que o sobrevivencialista deve estar preparado para enfrentar situações diversas independente do tipo de crise, seja no campo ou na cidade. Eremita, parabéns. Como sempre, a matéria ficou excelente.
Valeu, obrigado pelo comentário!
Gostaria de Entrar na questão preparar alimentos quentes sem se tornar alvo seguido pelo odor, mesmo queimando lixo junto acho difícil evitar tal situação. Belo texto!
Ótima observação, é algo a se pensar mesmo…!
Pensei sobre isto uma vez e o que pensei como uma das soluções foi: arrastar cadáveres para perto do lugar em que eu estaria entrincheirado e manter alguns deles permanente queimando. Viver cercado de cadáveres e manter sempre alguns com uns foguinhos. Assim o nojo afugenta intrusos e o cheiro de carne queimando torna-se comum. Mas isto depende do cenário possibilitar.
no CIGS tive instruçao suficiente pra mim, levar familia pra mato fugir pra mato isso seria muito improvavel , o fort urbano é a minha opçao tambem, conhecer bem a cidade em que moro e como captar recurso,mas fugir pro mato só faria sozinho e como ultima opçao pois as vezes sei oq me espera, e se lembre q mais gente vai ter a mesma ideia,saques na mata sao uma coisa feia se manter seguro eh dificil.
Como sempre otima abordagem Eremita parabens.
Valeu, obrigado pelos comentários!
Bom dia, grato pelo texto.
A meu juízo pela pouca experiência que estou acumulando em pouco tempo, em caso de crise, as pessoas não vão conseguir chegar no ‘mato’. Não vão conseguir carregar uma mochila mínima de 10KG por 15KM, que será completamente cheia de coisas inúteis, isso é pra quem tem alguma prática. Estamos falando de caminhar por 5 ou 6 horas sem parar e se não houver qualquer inconveniente. Com a vida de sedentarismo de hoje qual percentual da população tem essa experiência pra um deslocamento mínimo desse? Se tentar, vai sofrer violência no percurso. Se chegar lá, não terá sucesso. Existe uma infinidade de dificuldades, já relatadas aqui, inclusive de segurança, estará completamente exposta.
É melhor ficar onde esta, pois existe algum conhecimento. Sucesso? Probabilidade baixa. Água, segurança, alimentação e higiene básica vai minar completamente o psicológico das pessoas. Vai ser necessário ter uma atitude completamente pró ativa o inverso da mentalidade de hoje.
Literalmente, e não é brincadeira, vai ser Deus nos acuda.
abraços
luisf
Perfeito, obrigado pelo comentário!
Concordo plenamente com seu ponto de vista, no meu caso desde pequeno tenho uma familiarização com o mato que veio através de meu pai que passava dias no mato(mato mesmo) pescando, com isso peguei gosto com esse ambiente, mas contudo pode perceber como é difícil passar mais de dois dias sem sofrer um estresse para conseguir recursos, contudo em nem um momento dispenso conhecimentos mateiros(e gosto muito), e acredito sem duvidas que em uma crise ou outro cenário prolongado seria indispensável esse conhecimento mesmo que seja somente para captação de recursos para seu abrigo.
Valeu, obrigado pelo comentário!
Acredito que cada um deva tentar a sorte no meio em que se sentir mais adaptado. Mas, em situações de caos urbano acontecerão, na minha opinião, algumas coisas:
1) Saques e arrombamentos. Nos dias após a crise, grupos vão se organizar e vão sair arrombando casa após casa, apartamento após apartamento procurando por recursos. E, quanto maior a resistência, maior será o número de pessoas que tentará invadir a casa ou apartamento que tiver recursos. O desespero será tanto que nada deterá as pessoas.
2) Falta de recursos: Cachorros e gatos poderiam sim ser possíveis presas. Mas ou estes fugirão para viver de restos, ou morrerão de fome. Tudo depende da raça e da criação. Raças menores de cachorros, principalmente esses que vivem em apartamentos serão os primeiros a perecer. Assim como as raças maiores, como pastor alemão, que também passarão fome. Os que terão mais chances são os vira-latas, já bem adaptados à dificuldades.
3) Desconhecimento das ameaças: Num mundo pré-crise, conhecemos bem o meio urbano em que vivemos. Mas, e após uma crise? De estradas bloqueadas por carros, até gangues transformarão as cidades em um território diferente e hostil.
Então, na minha opinião, é melhor se preparar para sair das cidades, e tentar a sorte no mato, do que tentar ficar trancado à mercê de todos os perigos…
Ola, achei interessante ressaltar no noticiário que vi hoje 15/09 no rio de janeiro, de um iate que encalhou em uma praia e em menos de 3 horas algumas pessoas invadiram o barco e roubaram, o fato é que o ser humano só demonstra sua real face em um momento de crise,” preparar sempre”!
Boas considerações, obrigado por deixar seus comentários.
Mato ë muito interessante quando ë do tipo sitio, chacara, e tem alguma estrutura, casa, bunker, cercas…. dai acho que fica mais facil pois junta os beneficios da cidade e do ,mato, mas isso vai um pouco de $$$$$. A onde moro precisaria de ums r$ 60.000,00 para comessar a pensar em algo desse tipo. Outro ponto a se observar é o deslocamento da cidade para o mato, que dependendo da situaçao pode nao ser possivel ou muito arriscado, sobramdo apenas a opcao de ficar em casa e sobreviver, e nem precisamos imaginar invasao alienigena ou zumbi…. moro no sul do pais e aqui jä teve alguns episodios, furacao, grandes deslizamentos, explosao de gazoduto, mais de 72h sem energia eletrica.
Valeu, obrigado pelos seu comentário!
Show de bola brother, texto bem elaborado e muito relevante, concordo plenamente com sua opinião um ser totalmente urbano estaria em total desconforto no mato por mais de 3 ou 4 dias principalmente com crianças e idoso, e conhecer e praticar as artes mateiras , minimalistas e até mesmo se utilizar do conhecimento rural que é outra realidade é muito importante pra nós. Abração Irmão.
Marcio Simões / Sobrevivência Urbana
Valeu, obrigado pelo comentário Marcio!
O problema é saber qual situação vamos enfrentar… Eis a dificuldade de traçar uma estratégia sobrevivencialista, pois exige uma dinâmica de ações em face de qual catástrofe esteja em curso.
Mas acho que antes de tudo devemos conhecer bem nossas imediações. Somos cercados por mato, cerrado, deserto? A partir daí, saber quais locais tem abrigos e acesso à água(essencial).
Ficar em casa, mesmo abastecida e auto-suficiente, em um clima de caos social, causado por uma guerra civil por exemplo, seria complicado também.
No meu caso, moro prensado entre o oceano Atlântico e a Lagoa dos Patos, com arroios acessando lagoas menores entre banhados. Vejo o potencial de fuga e\ou meio de conseguir alimentos (peixes e camarões). Por isso não me imagino morando no mato, mas a beira da água salgada ou salobra e não é nada agradável. Tenho 2 caiaques de pesca, vara, tarrafa, linhas, anzóis e chumbadas, mas pretendo adquirir redes para peixe e camarão.
Também vou construir ou comprar um barco de pesca típico da região com capacidade para 1.500 kg(um usado com motor custa menos de 2 mil reais). Servirá para pesca, lazer e meio de fuga\abrigo numa crise.
Mas enfim, seja a vida no mato ou na água por longo período seria desgastante ao homem civilizado e dependente do conforto e tecnologia de hoje.
Valeu Max… obrigado pelos seus comentários, gostei bastante! Como você disse o conhecimento das imediações é muito importante.
Boa tarde, camarada Eremita.
Bom texto!
Sobre as questões abordadas no início, de falta de água potável, falta de algo cortante, tem algo que defendo fortemente para aqueles que querem entrar no mundo sobrevivencialista ou até mesmo o simples fato de acampar, que é praticar BUSHCRAFT! Ajuda muito mesmo. Aos poucos o praticante vai aprendendo noções básicas de sobrevivência, vai aprendendo que pra sobreviver no mato não precisa de faca de 1000 reais nem machadinha de 500 reais. Tem até um vídeo explicativo no facebook sobre essa questão, onde um camarada foi pra o mato com uma faca que custou 12 reais, ele adaptou bem e funciona para ELE até hoje.
Quem pretende se preparar para algo futuro, deve estar familiarizado com os diversos ambientes, desde o mato até a caatinga.
Existe vários manuais na internet sobre sobrevivencialismo no mato e alguns para urbano.
Como o camarada disse, fiquem onde for melhor para vocês e não onde a maioria pode ir. Imagine se todos pensarem de ir pra o mato? No fim a cidade seria o melhor lugar, concorda?
Para mim seria melhor o misto. Ficar no mato durante um tempo e ir esporadicamente para a cidade. Ou fortalecer minha “base” na cidade e ter um plano e local muito bom para fuga no mato. O problema de ficar somente na cidade é se seu local for bem protegido e vim uma insanidade de pessoas para tentar invadir sua base. Mesmo que tenha arma, a munição seria eterna? Não. Por isso penso que o modelo misto seria o mais viável.
Desculpa pelo texto longo, mas espero contribuir para o debate com os camaradas.
Perfeito Acson Barreto, gostei demais de suas ponderações, com certeza enriquecem a discussão. Obrigado!
Eu também gostei do texto, embora venho sempre pedindo uma postagem para aqueles como eu, que não têm um plano de fuga do centro urbano em caso de crise aguda. Será que alguém com experiência poderia atender? Obrigado.
Bom Marcelo, eu penso que sem plano de fuga ou sem ter para onde ir como comento no texto, melhor é ficar em casa mesmo. Para isso, é bom que tenha.
*Reserva de água – Caixa d’água grande(10.000 litros); Captação de água da chuva e/ou poço/cisterna.
*Reserva de alimentos – Pelo menos uns 2 meses de alimentação. Incluindo botijão de gás extra.
*Kit de primeiros socorros.
*Formas de proteger a casa.
*Itens de emergência (Lanternas, rádios, carregador solar, entre outros itens).
Esse é um começo do que fazer, considero também a discrição muito importante, nenhum vizinho precisa saber que esta se preparando, perfil baixo é uma boa sempre.
Muito bom texto , é um aviso que não deve ser ignorado.
Eu acampo e pesco desde moleque , vou pro mato pelo menos uma vez por mês , aprendi muito principalmente sobre plantas com gente da roça , e digo que NÃO é fácil encontrar caça e plantas comestíveis no mato , frutas então é raridade , pelo menos aqui na minha região é assim. Pescar aqui raramente dá peixe de mais de 1Kg e muitas vezes é pouca , mau dando pro almoço de uma pessoa se ela só tiver os peixes pra comer. Então eu concordo com o texto e penso que essa história de viver no mato só funciona se o sujeito: 1- se sentir confortável por dias seguidos sem conforto no mato , 2- conhecer bem as plantas comestíveis e medicinais da sua região , 3- saber rastrear os animais pra saber onde montar as armadilhas , 4- saber pescar razoavelmente , 5- e principalmente ter um abrigo ou “barraco” construído no mato e com uma “roça” plantada e ter também alimentos guardados lá. Sem contar que dependendo da situação seria mais perigoso ir da sua casa na cidade até o BOL do que ficar quieto em casa
Obrigado pelos comentários Magnus Cascelli, complementam muito bem o texto. Valeu!
Sempre considero perigoso quando novatos passam a acreditar que em uma situação SHTF vão fugir para o mato com uma mochila, uma faca e recomeçar a sociedade. O maior tempo que passei no mato foi de 10 dias. Não via a hora de voltar para casa, tomar um banho quente, um chocomilk gelado (Que naquela época não era a coisa horrível que passaram a vender depois que mudaram a garrafa…) e dormir em minha cama. O mato é sujo, úmido e cheio de insetos inconvenientes / assustadores, como aranhas (argh). Considere ainda a possibilidade de você arrastar uma esposa e uma filha de 5 anos a uma ambiente hostil e diferente do habitual. Terrível. Parabéns pela postagem.
Obrigado pelas considerações hwidger. Valeu!
Muito bem colocado Eremita, mas gostaria de complementar que muitas das vezes você não precisa ir para o mato para aprender como se portar lá, por exemplo, você não precisa ir para o mato para aprender fazer fogo por fricção, ou pederneira, nem para fazer comida mateira, como pão de caçador. Mas como você diz, é sempre bom saber técnicas matérias. Eu mesmo acampo a mais de 20 anos, e eu só penso em me deslocar para uma área de mata em último caso.
Obrigado pelo complemento Eli. Valeu!
Muito bom, nada mais sabido de se buscar onde se tem vantagens, da mesma forma quem mora em roça, dificilmente aguentaria uma temporada em uma cidade grande, sem um conhecimento prévio.
Perfeito Saulo, obrigado pelo comentário.