Sobrevivência Urbana – Sobre as crises pessoais

Por eremita urbano

“Em uma situação de sobrevivência ou crise grave, limite as suas necessidades ou tarefas para um período curto de tempo. Isso é importante pra você manter a sua integridade psicológica, emocional e até sua capacidade de planejamento para um futuro breve… Em momentos de absoluto desespero, viva um dia, um momento de cada vez!”nunca-desista-6191

Muitos se preparam para grandes catástrofes, mas as crises mais corriqueiras são as crises pessoais, afinal, elas podem vir sem aviso e desestruturam tanto quanto grandes eventos. Devemos nos atentar a elas, são as mais frequentes e podem acontecer em qualquer lugar. Acompanhem a seguinte história abaixo:

Era uma vez um homem chamado João. Ele vivia bem tranqüilo e feliz com sua família, esposa e uma filha pequena. A esposa então chega pra ele e diz que quer se separar e assim é feito, ela sai de casa levando a filha.

Para conseguir o divórcio de forma consensual e evitar um litígio, ele faz um acordo muito ruim pra ele. Ficou com todas as dívidas (prestações e financiamentos), pagará a pensão e ficará sem nenhum dos móveis da casa. Sobrou para ele uma mesa com quatro cadeiras, um computador antigo, um colchão com um travesseiro, um lençol, um cobertor, as roupas pessoais em uma mala – onde estão também documentos – e sua mochila(BOB), que ainda estava sendo montada e faltando muitos itens….E era tudo que ele tinha no momento.

Só o divórcio por si já é muito ruim, mas acreditam que piorou? Ao lado disso tudo, poucos dias depois ele recebe a visita de um oficial de justiça e descobre que um “grande amigo” que ele tinha sido fiador há alguns meses pelo aluguel de um imóvel “sumiu no mundo” e ele teve que assumir mais uma dívida alta pra não perder sua casa.

Pois é… Sem poupança e subtraindo as dívidas do salário que ele recebe no atual emprego sobram exatamente 200 reais. Esse valor ainda serve para pagar em torno de R$100,00 de energia, a água ele deixou cortar pois tem poço (cisterna) então usa a água dela. Com apenas cem reais de sobra ainda tem que sobreviver o mês inteiro. Será assim por um ano…

Na cidade onde ele mora existe um “restaurante cidadão”, onde se paga 1,00 para almoçar. Como o local funciona de segunda a sexta, ele consegue almoçar bem gastando 22,00 por mês e assim sobram 78 reais. Com menos R$13 do celular pré-pago sobram R$65,00 com os quais compra o básico: Arroz, feijão, farinha, macarrão, sal, óleo e itens básicos de higiene… As verduras, alguns legumes e temperos como salsa, cebolinha, manjericão, limão e entre outros ele tem no quintal, então no jantar dá para comer algo simples, porém sem luxo (mas sem fome).

A noite e finais de semana cozinha num fogareiro de uma boca que acoplou a um botijão comum de 13 kg que ainda conseguiu comprar. As panelas são um conjunto de acampamento que tem na mochila, o feijão, cozinha numa garrafa térmica.

A situação é ruim para o João, amigo leitor, mas ele nunca foi de ficar se lamentando e sentindo pena de si mesmo. Uma coisa que aprendeu sobre crises é que não adianta se desesperar, muito menos chorar. O que você tem que fazer é aceitar os fatos como eles realmente são, sem minimizar a situação ou criar falsas esperanças. Esse também é o segredo da sobrevivência em qualquer ambiente… O que o ajuda a seguir é a moral a vontade de vencer e de se reerguer.

Essa longa introdução foi para traçar o cenário. A seguir veremos os próximos passos do João na luta pela sobrevivência e mostrar algumas coisas que as vezes não enxergamos, como a possibilidade de fazer trocas na cidade como forma de obter recursos, entre outras dicas.

O principal em toda crise é responder a pergunta: O que posso fazer para resolver? A dica principal é… Conhecimento é tudo!

ALIMENTAÇÃO

Tanto para o sobrevivente da mata quanto para o sobrevivente urbano, é muito importante tentar comer da melhor forma possível, afinal, você precisa de força para vencer as adversidades. Na cidade é possível comer bem com muito pouco dinheiro.

Atualmente ele almoça em um restaurante popular financiado em parte pelo governo, o chamado de “restaurante cidadão” onde se paga apenas 1,00 pelo prato, como já havia dito mais acima. O cardápio é variado todos os dias e a base consiste em arroz, feijão, salada, complemento, alguma carne e sobremesa – que as vezes é um doce e outras vezes uma fruta como maçã, banana ou laranja -, ao final ainda tem um cafezinho na saída. Assim, com apenas R$22 mensais, ele consegue almoçar bem. O jantar ele faz em casa.

Caso não exista esse tipo de restaurante na sua cidade e você também estiver com pouco dinheiro, aí é cozinhar você mesmo seu almoço e jantar. Uma pessoa consome mais ou menos os seguintes recursos descritos abaixo em um período de trinta dias:

  • 5 kg de arroz – R$9,90
  • 2 kg de feijão – R$5,80
  • 4 pacotes de macarrão – R$4,80
  • 1 litro de óleo – R$2,60
  • 1 kg de farinha de mandioca – R$3,50
  • 1 kg de sal – R$1,20
  • 2 sabonetes – R$2,20
  • 1 pasta dental – R$2,50
  • 1 pacote de sabão em pedra (para lavar roupas e panelas) – R$4,40
  • 1 kg de sabão em pó – R$4,30
  • 1 Desodorante – R$9,80
  • 1 aparelho de barbear – R$2,50
  • 1 rolo de papel higiênico – R$2,00

Esses valores são da cidade dele no final do ano de 2013. Aqui percebe-se que com menos de R$60,00 você consegue alimentação e higiene básica para uma pessoa durante 1 mês. Lembrando que as verduras e legumes ele tem no quintal algumas coisas como: couve, rúcula, cenouras, rabanetes, cebolinha, salsa, limão para temperar a salada, entre outras… É uma boa ideia manter uma hortinha em casa, seja para economizar ou servir para momentos de crise.

ESCAMBO

Não se desespere, numa crise o desespero turva a visão e as oportunidades para o sobrevivente urbano estão geralmente “na cara”, tais quais estão muitos recursos na mata, para o bom mateiro.

Nessa semana ele estava pensando… Como eu posso melhorar as coisas por aqui? O que eu sei fazer? O que posso oferecer para alguém em troca de algo? E a oportunidade de melhorar um pouco veio de uma troca, o famoso escambo… E o mais legal é que o escambo não tem que necessariamente ocorrer mediante itens físicos, trabalho também pode ser moeda de troca.

Passando no início da semana em frente a um “pregão” (lugar que vende móveis usados) ele viu alguns computadores no chão e perguntou ao dono se ele estava vendendo. Ele disse que apenas um, os outros seis haviam parado de funcionar. João então pensou: “Opa! Eu sei arrumar computadores, pode ser coisa simples, quem sabe não consiga arrumar”.

Disse que poderia tentar arrumar os computadores sem compromisso e cobraria R$50,00 por cada um que colocasse para funcionar. O negociante achou caro, disse que não compensava. João falou que não precisava me pagar em dinheiro, que como eu estava sem móveis ele podia me pagar com mercadorias que estivessem por lá “freadas”…

Resumindo, conseguiu colocar quatro computadores para funcionar em uma madrugada (tudo coisa simples pra ele – tirar poeira, limpar as memórias para tirar a oxidação e um deles fazer formatação) e em troca ficou com um fogão de quatro bocas, velhinho mas funcionando, uma mesa para o computador cor de rosa(…Mas está valendo) e um sofá velho. O cara buscou os computadores e trouxe os produtos… Já estava melhor do que estava na semana passada e sem gastar dinheiro.

Outra coisa que se pode fazer é trocar coisas da horta. A couve por exemplo é muito fácil de lidar, depois de plantar as primeiras com as mudas você pode ir conseguindo vários outros pés! Você aproveita o excedente trocando de vez enquanto por banana ou laranja em um pequeno mercadinho perto de sua casa.

Outro exemplo: Existe uma senhora já idosa, que mora a algumas ruas da casa de João. Ela estava com o seu quintal tomado pelo mato e em um dia que ela estava do lado de fora ele educadamente perguntou se ela não gostaria seu quintal fosse limpo. Explicou-lhe parte da situação, disse que não tinha mais uma enxada mas que ela poderia comprar uma – que custa uns R$40,00 com cabo – e então limparia o lote pela ferramenta.

Ela disse pra ele passar no final da outra semana… E é isso! Do computador para enxada, da enxada pro computador. O sobrevivente urbano só não pode ficar com “frescura” escolhendo serviços, sobreviver envolve fazer o que for preciso.

Está sem dinheiro envolto em uma crise pessoal? Faça trocas, troque serviço por “coisas”, trabalhe final de semana em pizzarias, capine um lote! Não precisa fazer nada errado pra viver, as oportunidades estão geralmente bem na sua frente tudo que você precisa é calma para pensar.

Eu sou um cara revoltado com ladrões e elementos correlatos por isso… Em um universo de crise apenas pessoal não é necessário você fazer nada de errado pra sobreviver! Dá para trabalhar com honra e sobreviver sem dar prejuízo pra ninguém.

HIGIENE E APRESENTAÇÃO PESSOAL

Os humanos julgam sim pela aparência e se a crise for apenas pessoal, saiba que para você conseguir fazer trocas ou solicitar ajuda uma boa apresentação pessoal e um sorriso vão ajudar bastante. Por mais “lascado” que você esteja saiba que cara de derrotado não vai lhe ajudar… Mas como ficar bem apresentado e sem grana?

  • Barba: Se você fizer a barba apenas no sentido para baixo ela não vai ficar perfeita, mas a lâmina vai durar mais e não vai irritar tanto a pele  depois de muito tempo de uso;
  • Bicarbonato de sódio: Este item tem um série de utilidades! Entre elas serve como desodorante e custa apenas 0,70 centavos 100 gramas;
  • Corte de cabelo: É importante manter seu cabelo cortado na cidade. Se você em algum momento ficar sem dinheiro ou tiver que economizar, geralmente em alguns momentos do ano como dia 01 de maio (dia do trabalhador) e algumas outras datas, acontecessem ações com alguns serviços comunitários e inclusive corte de cabelo grátis. Claro que não dá pra cortar o cabelo apenas 1 vez por ano, o ideal da maioria é um corte a cada 1 ou 2 meses… Então como fazer? A dica é localizar as escolas de cabeleireiro de sua cidade, a maioria delas elegem 1 dia da semana para seus alunos cortarem cabelos dos “cobaias”. Pode ser que não fique perfeito, mas é melhor que ficar com o cabelo muito grande e mal cuidado.
  • Lavar roupas: Sem máquina de lavar roupas? Deixe sua roupa de molho em água e sabão no dia anterior ao que você vai lava-las… Vai ficar bem mais fácil de limpar!
  • Passar roupas: Sem ferro de passar roupas? Com exceção das “roupas sociais”, para não amarrotar muito você tem que sacudir bastante antes de estender no varal. Não deixe secar demais e ao recolher já dobre as roupas.

DICAS DIVERSAS

O feijão é muito importante na alimentação, mas… Não tendo geladeira, nem panela de pressão e ainda racionando o gás, como fazer então? Ficar sem comer feijão? Claro que não!

A noite coloque meio copo americano de feijão de molho em 2 copos e meio de água. De manhã, um pouco antes de sair para o trabalho, troque essa água pela mesma quantidade dela quente. Ferva o feijão com a água por 5 minutos e coloque dentro da garrafa térmica. Cinco horas depois ele estará cozido, bastando apenas temperar!

Se você que faz trabalho na rua precisar de água potável, não precisa comprar garrafas de água mineral. Procure shoppings, grandes supermercados, rodoviárias e você pode encher seu cantil nos bebedouros sem problemas! Porém em um shopping por exemplo, se você tiver parecendo um mendigo talvez os seguranças possam querer lhe incomodar, então mais uma vez se atente as dicas de higiene e apresentação pessoal.

Nos grandes mercados você pode conseguir lambiscos de guloseimas, refrigerantes, sucos, bolachas e em algumas épocas até mesmo degustar vinhos, ou seja, mesmo sem grana, se quiser, você pode se dar ao luxo de pequenos prazeres.

Essa é pra quem gosta…”Pontos de café”. Se você gosta de café, mapeie os locais que liberam um cafezinho grátis, existem vários… Mercados, bancos entre outros locais que deixam um cafezinho à disposição dos clientes. Alguns bancos tem até uma maquina de café expresso liberada para clientes. Fica a dica… Mapeie os pontos de café da sua cidade se você gosta. :o)

Espero que esta postagem sirva para mostrar que todos estamos sujeitos a crises pessoais. Elas vem algumas vezes de onde menos se espera, lhe desestruturam… Mas o principal item de sobrevivência é a sua cabeça. Pare, analise a situação com calma. O desespero turva os sentidos, então mesmo cansado siga de cabeça erguida e você vai sobreviver a qualquer crise que surgir! O melhor item de sobrevivência que existe é a sua mente!

Durante períodos de extremo desespero viva um dia de cada vez. Você já parou pra pensar exatamente no que isso significa? Já aplicou alguma vez na sua vida? Não estou dizendo pra você viver sem planejamento, o que estou dizendo é que podem surgir alguns momentos que você passará por momentos graves e que não conseguirá imaginar como superar e até mesmo como sobreviver a esses momentos.

Você pode então pensar agora? Como vai ser daqui um mês? Como vai ser daqui seis meses? Nos momentos de desespero a pergunta tem que mudar para:
– Como eu vou passar o resto do meu DIA, ou no máximo, como será meu dia seguinte?

Em uma situação de sobrevivência, ou crise grave, limite as suas necessidades ou tarefas para um período curto de tempo de 24 horas. Você não precisa imaginar como vai viver o resto da sua vida naquela situação, você precisa imaginar como você vai passar o seu dia HOJE. Você não precisa pensar como você vai pagar as suas contas daqui a três meses, você vai imaginar e agir para pagar o que tem que pagar HOJE. Isso é importante para você manter a sua integridade psicológica, emocional e até sua capacidade de planejamento num futuro breve. Em momentos de absoluto desespero, viva um dia, um momento de cada vez!

46 Comentários

  • Esse texto fez um enorme sentido para mim. Tanto que o li pela primeira vez em 2014, quando foi publicado, e esporadicamente volto aqui para ler novamente. Em momentos de desesperança, me ajuda muito.

  • Muito bom o seu texto, parabéns!

    Gostaria de contar minha experiência pessoal:
    Estou passando por um processo de separação que me desestruturou tanto psicológica quanto econômicamente, pois além de ficar sem meus filhos, fizemos um “acordo” e fiquei praticamente sem nada dentro de casa (sem dívidas, mas quase sem nada!) e pagando pensão. Ganhando pouco e com as contas cada dia mais caras, percebi que seria praticamente impossível comprar móveis e aparelhos novos (confesso que nunca gostei de comprar coisas usadas, mas tive que rever esse conceito) e comecei a garimpar sites de troca e lojas de usados e encontrei preços até 80% menores, e com paciência, pouco a pouco vou me estabilizando novamente. O lado bom disso tudo é que poucos meses antes dessa separação ocorrer eu já vinha pesquisando sobre preparação e sobrevivencialismo, e agora irei colocar em pratica parte desse conhecimento adquirido iniciando uma pequena estocagem, treinando habilidades e o que considero o mais importante: a mudança de mentalidade (antes de ler este post, nunca havia pensado como um “simples divórcio” ou a perda do emprego pode ser tão catrastófico quanto um apocalípse). A lição que tiro dessa situação é a seguinte: “ESTEJA PREPARADO!” seja precavído. Não podemos esperar a me#%@ acontecer para planejar algo.

  • Venho acompanhando seus textos, muito úteis. Essa dica do feijão, foi demais !

  • Estou há 4 anos num emprego que detesto; o patrão irá acertar o tempo de casa com todos aos poucos pra depois os re-efetivar; é a chance que eu queria pra pular fora sem pedir a conta e recebendo seguro-desemprego. Mas o país parece entar entrando numa recessão; tenho medo de não conseguir me recolocar no mercado de trabalho depois; ao menos poupei uns 30% do que ganhei nesse emprego e tudo que leio em sites como esse pode ser de grande ajuda; nunca se sabe não é?. Obrigado e boa sorte a todos!

  • QUE TEXTO LEGAL COLEGA! MUITO BOM. ISSO TAMBÉM SERVIRIA PRA MUITA GENTE QUE VIVE DE MANEIRA DESONESTA E USA A DESCULPA DE NÃO TER TIDO OPORTUNIDADES NA VIDA. ACREDITO QUE SE TEMOS CONDIÇÕES FÍSICAS E MENTAIS PARA TRABALHARMOS HONESTAMENTE, TEMOS TODAS AS CHANCES DO MUNDO. EXCELENTE ARTIGO!!!

  • Júlio, seus post’s são sempre ótimos. Faça mais vídeos para nós! hehe Abraço

  • Olá, gostaria de colocar mais algumas opiniões sobre assunto.
    O modo mais eficaz de enfrentar uma crise será se precavendo a ela no período de “bonança” ou “estável”, por assim dizer. Assim como muitos constroem bunkers, estocam alimentos,armas e adquirem técnicas de sobrevivência antevendo uma época hostil numa sociedade em colapso, também devemos nos preparar para uma crise pessoal. Na fase estável de nossas vidas, são providências a tomar (ou mantê-las) para enfrentamento de crises pessoais (e algumas sociais) futuras:
    1- Ter uma poupança, investir em ativos de alta liquidez como ouro e prata(digo comprar barras pequenas e ter em casa bem guardado) ou ainda imóveis.
    2- Desenvolver habilidades(e adquirir ferramentas básicas) em alvenaria, carpintaria e\ou elétrica. Mesmo fora da crise, pode nos poupar da cara mão-de-obra, ajudar um parente ou amigo ou pode servir como bico. Não precisa saber tudo, mas algumas coisas como instalar tomadas, fazer um piso, etc
    3- Estudar sempre. Uma faculdade a mais, uma pós ou mesmo um curso profissionalizante que possa exercer de modo autônomo sempre será bom..
    4- O mais importante: ser honesto e interessado pelos problemas dos parentes e amigos. No momento da crise, muitos irão se afastar, mas os que ficarem estarão dispostos a ajudar de alguma forma, seja com comida, roupas e até empréstimos. As pessoas gostam de ajudar quem elas julgam que merece! Mas mesmo o melhor amigo ou parente tem paciência curta com quem não busca se levantar! Não abusar é a regra!
    Acredito que são estratégias eficazes que atenuam qualquer tipo crise, mas antes disso trará oportunidades imediatas e favorecem nosso desenvolvimento pessoal.

  • Amigos sobrevivencialistas, adoro as postagens de seu blog, leio com frequencia mas gostaria de orientação no seguinte:

    Onde como e com quem posso começar minha preparação de sobrevivência? Tenho muita determinação, entusiasmo e vontade de aprender técnicas, treinar, me preparar fisicamente e psicologicamente para cenários de crise e/ou somente sair dessa vida ilusória que estamos vivendo; Mas tipo, como começar? Não tenho amigos que curtem sobrevivencialismo/bushcraft/camping, tenho estado muito só ultimamente e gostaria de me preparar junto com outro ser que é bem mais interessante! Pensei em procurar associações de escoteiros por aqui, mas tenho 22 anos… seria uma boa ideia? um bom começo?
    Sou de MG mas atualmente moro em Natal/RN, o que você(s) sugere(m)?

    Grande Abraço!

    • Eremita Urbano

      Obrigado Felipe! Sobre sua pergunta, realmente uma grande parte dos sobrevivencialistas são sozinhos, pois a maioria da população não se interessa sobre o assunto, o que se pode fazer para minimizar um pouco é justamente estar lendo blogs como este, e no facebook existem bons grupos sobre o assunto e podem servir como ótima fonte de troca de ideias e talvez até criar amizades. Sobre o escotismo o Julio Lobo poderia responder com mais propriedade visto que já foi escoteiro, mas eu acho que existe colocação no escotismo para adultos também, creio que seria uma boa perguntar em algum grupo escoteiro de sua região, Se realmente tiver como participar eu acho uma ótima! Abraços!

  • Claudio Domingos

    Um dos melhores artigos que já li. Há um ano passei por uma situação de crise onde perdi um bom cargo, esposa, casa, e sobraram pilhas de dívidas, aluguel para pagar e salário menor em meu novo emprego. Estou vivendo um dia após o outro e me esforçando separação onde perdi quase tudo, ficando cheio de dívidas. Hoje, tem sido um dia de cada vez e cada dia aprendendo mais. Esse artigo vai me ajudar muito. Parabéns e obrigado.

    • Eremita Urbano

      Ok, Claudio, eu que agradeço por compartilhar sua vivencia… muita força pra você! Abraços!

  • Parabéns Eremita Urbano!!

    Achei o texto muito reflexivo e interessante, ao abordar esse aspecto psicológico e que muitos enfrentam diariamente nos dias de hoje. Concordo com você , não sabemos nada do dia de amanhã, mas sabemos do pequeno universo que nos cerca agora, e com você mencionou ” Um dia de cada vez”…

    Fraterno Abraço Amigo

  • Tiago Bushman

    Ótimo texto.
    Já passei por boa parte destas situações, e foi 90% ruim e difícil, mas os 10% do lado bom que sobraram foram pra mim os 100% de experiência que até hoje uso.Um sobrevivencialista de verdade precisa ser tocado pela necessidade, medo e solidão para ser tornar um homem.

  • Sem palavras…
    Parabéns Eremita Urbano!

  • Belo texto Parabens, nunca desistir!!!!!
    Otimo trabalho eremita.

  • Rosane Malavazzi

    Obrigada pelo texto inspirador!

  • Bem, não cheguei a passar por tamanho aperreio, mas a muitos anos atrás também passei por um divórcio, bem mais simples e sem dívidas, rs, mas minha renda também não andava la essas coisas, no entanto sou treinador de cães e na época fez muita diferença, pois conheci uma pessoa que trabalhava com venda de quentinhas e tinha dois cães de guarda e queria treiná-los, foi aí que tudo se encaixou, treinei os cães dela em troca do almoço de todos os dias. Também concordo que em momentos de crise pessoal, com um pouco de criatividade, conhecimento e força de vontade, ninguém precisa partir pra algo errado para sobreviver. Hoje não trabalho mais com treinamento de cães, por conta do meu emprego atual.

  • Fernandes e Eremita, morei fora também um tempo, entreguei jornal as 5 da manhã para ter a grana do transporte semanal que lá é caro, trabalhei fazendo mudança (sempre sobra alguma coisa que o dono não quer mais, conheci gente que mobiliou a casa toda, geladeira, fogão, cama, armário, etc), de garçom (comida de graça, até levava pra casa), eu tinha uma máquina de cortar cabelo, nunca paguei um corte lá. Degustações em supermercados é padrão! Quando parei com a entrega de jornal, comprei uma bicicleta. Não cheguei a comprar mas tem lojas que vendem roupa usada como novas a um preço irrisório pois a renda é destinada para institutos sobre a cura de câncer.
    Eu não fiz tudo isso por crise pessoal, mas serviu pra provar a mim mesmo que é possível e da certo!
    Abraço!

    • Eremita Urbano

      Valeu Comanf, obrigado por compartilhar conosco sua vivência.

      • Acredito que quando se tem o “espírito” no sangue, tudo fica mais fácil de aceitar!
        Abraço!

      • Quando passamos por dificuldades percebemos o que é realmente importante, e revemos nossos gastos, necessidades, e o que vale a pena sacrificar seu tempo.
        Excelente texto, Eremita Urbano!

      • Eremita Urbano

        Valeu Biex!

  • Meu amigo fiquei muito emocionado com o texto, pois estou passando uma pequena crise financeira, e parece que este texto foi escrito para mim, muito obrigado por estas palavras que me ajudaram muito, abraço.

  • Bom texto, mas o preço da enxada em 40 reais foi muito inflacionado!(risos) Mas falando sério, prestar serviços de limpeza tem e terá cada vez mais demanda. A população está envelhecendo e muitos não tem filhos ou parentes, então moram sozinhos e não podem lhe dar com a manutenção da casa (que geralmente são velhas também).
    Reciclagem também é uma opção em caso de aperto.
    Vender espetinhos de carne. Já apelei para esse recurso quando desempregado uns 15 anos atrás, voltei e trabalhei até ano passado (por quase dois anos) para reforçar o orçamento. Fiz algumas reformas em casa, paguei boa parte do carro e ainda sobraram uns bons mirréis, além dos equipamentos que vendi depois. Parei porque sou meio vagabundo e a renda familiar melhorou. Um ponto meia-boca já fatura 100 reais limpos por dia brincando.Tem gente muito bem de vida vendendo espetinhos por esse Brasil!
    Mas se eu fosse o João, partiria para o litigioso ao invés de aceitar um acordo de c_ com pau_ como esse. Mas na situação dele, eu venderia a casa, faria um acordo para quitar por menos o valor dos aluguéis que foi fiador(burrice ser fiador), compraria ou alugaria uma casa mais barata, trabalharia informalmente e daria pensão sobre um salário mínimo.

  • carlossilvapb

    Excelente texto! João mostrou que com cabeça fria e visão pode-se superar qualquer crise. Mas devemos ter em mente que, embora isso o prepare para futuras crises mais severas, ele pode sobreviver porque o sistema continuou funcionando. A diferença básica será essa. Numa SHTF, não haverá, por exemplo, nenhum restaurante popular para salvar a vida do João, ou do José, ou da Maria, ou de quem quer que seja. O colapso da sociedade será muito mais brutal e desesperador do que podemos imaginar…

    • Eremita Urbano

      Ok, obrigado pelo comentário Carlos.

    • Por isso devemos começar a nos preparar com crises como essas, que são intensas, mas menos brutais que uma situação SHTF. A vida dá voltas, precisamos estar prontos.

  • Estou vivendo exatamente como Joao aqui nos EUA, bom saber q estou indo no rumo certo. Levei uma pernada d um irmao brasileiro e agora to sobrevivendo aqui, luta diaria com pouco dinheiro e sem falar muito ingles. Muito bom seu artigo.

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