Reflexão sobre o dinheiro em crises prolongadas

Por Eremita Urbano

Algumas pessoas têm o costume de deixar algum dinheiro, ouro ou prata guardados para emergências e se esquecem de ter reservas de mantimentos e outros itens que podem ser úteis. Isso geralmente ocorre pois são itens fáceis de se comprar hoje em dia… Mas, e se uma crise qualquer ocorrer?

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Hoje venho propor uma reflexão sobre o valor efetivo do dinheiro em cenários de crise – Lembrando que toda vez que me referir a “dinheiro”, estarei me referindo também a ouro, prata ou pedras preciosas.

Nos últimos meses em algumas regiões do nosso país ocorreram muitos eventos que desestruturaram a ordem das coisas, um exemplo claro desse fato ocorreu no estado do Acre. Você pode achar facilmente reportagens sobre a cheia do Rio Madeira que ocorreu por lá, como também sobre a região Sul do país, onde fortes chuvas mataram e desabrigaram várias pessoas.

Não vou citar com detalhes os acontecimentos visto a facilidade de achar esse conteúdo, o que desejo por meio dessa postagem é propor uma reflexão sobre o valor efetivo do dinheiro em cenários de crise. De forma bem resumida, percebi que ele é de valor muito relativo.

Em uma situação normal dez reais compram aproximadamente 5 kg de arroz, mas quando os produtos têm dificuldade para chegar aos mercados eles rapidamente podem passar a custar dez vezes mais por causa da escassez.

Gás de cozinha, alimentos e água nessas regiões ficaram de 3 a 5 vezes mais caros! Isso ocorreu dada a dificuldade dos fornecedores em entregarem os produtos, já que muitos locais ficaram praticamente isolados por via terrestre. Assim surgiu o desabastecimento e consequentemente, a disparada nos preços.

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A enchente cortou o abastecimento de recursos em vários pontos do estado

Essa postagem não tem o objetivo de esgotar o assunto, pelo contrário, quero na verdade plantar essa discussão para que as dúvidas surjam e consequentemente suas conclusões pessoais possam nortear as preparações de vocês. Pare um momento e reflita… O dinheiro tem valor em um cenário de crise?

Eu penso que é válido sim ter uma reserva em casa, mas numa crise, alimentos, água e combustível, são mais interessantes.

Imagine que acabou o seu leite e você sai para tentar comprar. Quando você chega ao mercadinho, você encontra o dono já fechando, pois não tem mais nada para vender e coincidentemente ele está com uma lata de leite em pó nas mãos – a última. Você diz que quer comprá-la, mas ele fala que não esta a venda pois é a última lata do seu estoque e está levando para a sua filha.

É uma lata de leite que em uma situação normal custa em torno de dez reais, mas você então propõe pagar 100 reais. Ele diz que não, você propõe para 500 reais e ele finaliza a conversa simplesmente dizendo: “Desculpe, não esta a venda, não tem como comer dinheiro amigo!”

Percebeu que nesse momento o dinheiro não vale mais nada? Você poderia oferecer os 1.000 reais que tinha reservado, nada mudaria! Esse dinheiro reservado que em uma situação normal daria pra fazer compras para trinta dias agora não compra 1 lata de leite.

Eu penso que é interessante não descuidar dos estoques e ter guardados pelo menos 3 meses de itens básicos. Essa conduta é vital, afinal, se uma crise qualquer ocorrer, alimentos, materiais de limpeza, ferramentas e combustíveis tem mais valor que qualquer outra coisa.

E você amigo leitor? Já tinha refletido sobre esta questão?

Dinheiro é bom e muito importante, mas funciona bem somente quando está tudo caminhando perfeitamente. Em uma crise grave, definitivamente seu valor é bastante diminuído, pode passar a ser extremamente limitado e até mesmo, ficar sem valor algum.

43 Comentários

  • Voltando após sobreviver,por enquanto, ao coronavirus. E reforçar. Estejam preparados.

  • Eremita, tu é economista? ja estudou leu algo sobre a revolucao marginalista, teoria austriaca? se nao, saiba que tu deu o melhor exemplo que eu ja vi sobre a teoria do valor subjetivo!

  • Leandro Kozerski

    Lembrei de uma cena que vi num documentário sobre o início da II Guerra, o Nazismo, na Alemanha em crise (pouco antes da guerra) as pessoas levando carrinhos de mão com uma pequena montanha de dinheiro para comprar alimentos, como batatas, muita gente passando fome algumas até morrendo por inanição. É, numa época de crise o dinheiro pode não valer absolutamente nada, é melhor limpar a *$#@ com ele por que pra outra coisa não irá servir!

  • Então Eremita, preparação é sempre um assunto polemico e que tem várias vertentes, pensando num cenário de médias e grandes proporções dinheiro perde seu valor num estalar de dedos, o que o preparador ou o sobrevivencialista tem que ter em mente é que numa hora ou outra terá de se adaptar às várias situações que lhe serão impostas. Então na minha opinião a maior preocupação é com a situação de preparo psicológico as vezes você nota um certo descontrole de alguns cidadãos até numa simples discussão hipotética, imagine numa situação real, depois uma ampla capacidade de adaptação visto que independentemente do tamanho da sua preparação uma hora ou outra você terá que deixar o bunker e buscar recursos ou até mesmo migrar para áreas com maiores condições de sobrevivência, não há obviamente condição de ninguém ficar entocado por muito tempo devido às necessidades básicas tais como água e alimentação básica entre outras tantas que bem conhecemos. Então dinheiro e valores são muito bons dentro da perfeita ordem social, depois de instalado o caos já não terá mais valor a menos que esta ordem seja restabelecida. Abração irmão.

  • A frase;
    “Um exército pode permanecer mil anos sem ser empregado, mas nenhum dia sem estar preparado”
    E
    “A selva não pertence ao mais forte, mas ao sóbrio, habilidoso e resistente!”

    São minhas preferidas e sempre penso e respeito do escrito!

  • KARLOS HEVERTON

    devemos se preparar sim para o pior. n sei porque há pessoas no meio sobrevivencialista que ainda se assusta com certas ponderacoes e com comentarios de pessoas que quer fazer um bunker ou se preparar para o combate.se fosse pessoas n sobrevivencialistas eu ficava calado pois sao leigas, nas soa sobrevivencialistas,qué que é acha vc que vai so plantar,construir paineis solares, fazer fogueiras etc… e na vai ter que matar gente para sobreviver ou fazer coisas que normalmente voce n faria.porra veio acorda, fiquei puto quando vi um colega postar um comentario que n final iria comprar uma arma e ia se preparar e botaram n gostei, tudo bem tens todo o direito de votar contra mas porra veio contra isso aí é foda né .

    • ali em baixo eu falei que uma dispensa e uma boa opçao para crises de curto e medio prazo, E SO funcionaria se NINGUEM soubesse da mesma,se for uma crise de medio ou longo prazo. se alguem souber pode ter certeza que vai ser assunto para ser resolvido na bala.

  • Organização médicos sem fronteiras declarou hoje que ebola está fora de controle na África. A doença deste modo certamente se espalhará pelo mundo.

    • esse assunto e uma bomba relogio , li recentemente que o ebola tinha chegado em uma cidade na africa que tinha aeroporto internacional, e que as autoridades nao sabiam como resolver isso , aqui no site devemos estudar esse assunto mais a fundo,

    • De acordo com a própria MSF, embora o ebola seja muitíssimo letal – entre 50% e 90% – ele apenas é transmissível de pessoa para pessoa através do contato direto com os fluidos corporais do infectado, e de porco para pessoa e de macaco para pessoa por via aérea e contato com os fluidos corporais. Assim, dificilmente a doença se espalhará para fora da África, pois lá essa doença persiste devido a exatamente a falta de condições e conhecimentos de higiene, diferentemente da Europa, EUA e maior parte do mundo.

      • Não acho será difícil não, ela certamente se espalhará. O pior não é tanto a doença mas as consequências sociais dela que poderão nos atingir. O caos.

        Quanto a doença por pior que ela seja devemos ter em mente que há pessoas que lidam com ela fazem anos, estando trabalhando em ambientes com muitos contaminados
        contaminados, sendo assim não é uma coisa do tipo, abri a janela e peguei ebola. Aparentemente, o ato de manter a máxima distância das pessoas, bem como usar luvas e higienizados de mãos é o suficiente. Mas tais procedimentos são difíceis.

        O pior será o caos, por certo os hospitais rapidamente serão fechados e a violência se espalhará. Verei se acelero ao máximo meus procedimentos para as razões para a compra de uma arma.

      • Caro Vilhena, não percebo lógica ou coesão nos seus argumentos, entendo que você está cabalmente equivocado. Mesmo porque o período de vida após a contaminação é de muito no máximo 21 dias e isso com o tratamento médico, sem o tratamento esse período é muito menor. Ou seja, o período de transmissão não é tão duradouro. Assim o vírus tem dificuldade em se espalhar, pois o doente e transmissor logo morre e se isolado em quarentena será mais um foco neutralizado da epidemia. Consistindo o tratamento em cuidados de suporte a vital como restabelecimentos de fluidos e eletrólitos e tratamentos paliativos. E o combate à epidemia isolamento das regiões afetadas, quarentena dos suspeitos de contaminação, doentes e mortos, cuidados na higiene e uso adequado do EPI, e instrução de lições de higiene às populações afetadas e potencialmente afetadas.

        Além disso, embora a lenda não diga isso o ebola é considerado um vírus de transmissibilidade mediana. As medidas de prevenção incluem apenas o uso de luvas de proteção e filtro respiratório e não roupas herméticas etc. Certamente lavar bem as mão e não se expor aos fluídos alheios certamente diminui muito o risco de contaminação.

      • Heráclio Arcoverde (Tito)

        Contato direto com fluidos corporais: o infectado espirra, coloca a mão na frente do nariz (fluidos corporais na mão). Minutos depois ele aperta sua mão (fluidos corporais na SUA mão). Aí você coça o olho, pra tirar um cisco, ou rói as unhas. Pronto! Você foi infectado!

      • Modo de transmissão
        Pessoa a pessoa (aparentemente só através de pacientes graves), seringas e agulhas contaminadas, contato sexual. Já houve registro de epizootia entre macacos, que infectaram alguns tratadores dos animais, que não apresentaram manifestações clínicas. Aparentemente, a forma de transmissão foi respiratória.

        Período de transmissibilidade
        Persiste enquanto houver vírus no sangue e secreções.

        Período de incubação
        Varia de 5 a 12 dias, sendo menor quando a transmissão é parenteral e mais longa quando a transmissão é de pessoa a pessoa.

        Vigilância Epidemiológica
        Objetivo – Impedir a introdução dos vírus em território nacional através da manutenção de vigilância sanitária ativa de portos e aeroportos, com medidas específicas de vigilância ativa para passageiros provenientes de áreas de ocorrência de casos esporádicos ou epidemias.
        Notificação – Todo caso suspeito deve ser imediatamente notificado por se tratar de agravo inusitado para o país e doença grave com grande potencial de transmissibilidade.

        Medidas de Controle
        a) Vigilância sanitária: medidas rigorosas de vigilância em portos e aeroportos e nos meios de transportes oriundos de regiões ou países com ocorrência de casos esporádicos ou epidemias. Protocolos sanitários devem ser adotados no sentido do exercício de quarentenas e barreiras sanitárias que não firam os direitos internacionais de ir e vir dos cidadãos, para que não afetem desnecessariamente as atividades sociais e econômicas.
        b) Isolamento do doente: As pessoas doentes devem ser isoladas pela equipe do hospital, através de um método chamado “barreira técnica”, que inclui as seguintes medidas: médicos e enfermeiros vestem paramentos, máscaras, luvas e proteção especial quando cuidam dos pacientes; as visitas aos pacientes são restritas; materiais descartáveis são removidos do quarto e queimados depois do uso; todo material reutilizável é esterilizado, uma vez que o vírus é facilmente destruído por desinfetantes. Toda a área deve ser limpa com uma solução desinfetante.

    • Não dá nem em sonho para imaginar que o ebola não se espalhará e em breve chegará ao Brasil. Eu até concordo e muito com a noção de que ele é um vírus de média transmissão, como disse, há pessoas que trabalham faz anos junto a doentes e não morreram. Mas se é assim isto não significa que tal fato não fará o vírus não se espalhar
      espalhar. Na verdade o pior não é em si a capacidade de transmissão, uma capacidade média já é o suficiente para destruir o nosso mundo do jeito que o conhecemos, o pior é a mortalidade da doença, ela criará caos.

      Eu Tava pensando hoje sobre estes trens de Rio e São Paulo, com todo mundo apertado e as mulheres sendo agarradas lá dentro, onde qualquer atraso provoca depredação. Tais pessoas só entram ali porque não tem opção, porque é a única forma de sobrevivência que eles tem. E quando ninguém mais tiver coragem de entrar em um trem desses? Quem entraria em um trem imundo e super lotado com uma doença 90% letal e de média transmissão?

      Esta doença inviabiliza a sociedade atual, ela pode provocar o colapso. Os hospitais serão abandonados, eu pelo menos abandonaria se fosse médico. E todo o resto com o tempo cai também. O pior, outras doenças não tiram férias, elas também vem a reboque. Febre tifóide, tifo, tuberculose, cólera…

      Eu não sei se isto de fato ocorrerá, mas o potencial é grande. O melhor é desenvolver técnicas de sobrevivência no mato e possuir armas. Sábado farei o exame de tiro para a compra de uma puma 38. Depois espero fazer cursos práticos de sobrevivência no mato e relento. Aí eu atiro em qualquer coisa de duas ou de quatro pernas que tente chegar perto de mim no meio do nada, e que não deveria estar lá, em uma situação como esta que está se desenhando. E claro, procurar construir um bom estoque.

    • Já que tocaram neste assunto, seria interessante que Julio, ou outra pessoa com experiência no estudo de sobrevivência em momentos de crise falasse sobre a questão do Ebola. Como nos preparar para este tipo de crise? Pelo que vem sendo publicado na Internet, não vejo que este seja o virus final que irá dizimar a sociedade, mas tem potencial para deixar a população em pânico por alguns meses. (A gripe suína, por exemplo matou muitas pessoas e exigiu a mudança de comportamentos das pessoas, imagina um Ebola). Continuando, a não ser que o vírus sofra uma mutação tornando-se mais contagioso, o estrago não deve ser tão grande. Mas as pessoas podem passar a ter medo de sair na rua, utilizar transportes coletivos, de ir trabalhar. Talvez os hospitais não fechem, mas existe grande chance de se fechar postos de saúde, o comercio, interrupção do transporte público. Energia e telefonia, devem continuar, mas intermitentes. E ai, como se preparar ?

  • Já que o Sr. Eremita propôs uma troca de ideias, irei defender o uso do dinheiro como apoio do sobrevivencialista.
    O dinheiro, diferente do ouro e da prata, não possui qualquer tipo de valor material, ele apenas possui o seu valor virtual na forma da fé que damos a ele.

    Você, que é um preparador inteligente sabe que deve se preparar em tempos de paz, e nesse tempo, o dinheiro é o principal canal de troca entre o trabalho que você desenvolve e os bens/conhecimento que você adquire através dele. Sem ele você consegue conhecimento, verdade. A internet está cheio de informações, porém nada, substitui um bom livro ou um curso, seja ele de autodefesa, de tiro, de sobrevivência na selva, de primeiros socorros, etc.

    Acredito que todo sobrevivencialista deveria ser empreendedor, pois a habilidade de “fazer dinheiro” garantirá o seu sustento e da sua família.
    Quanto mais variadas as formas de ganhar dinheiro e mais independentes umas das outras melhor. Se hoje você só ganha dinheiro diretamente do seu emprego, se for demitido, provavelmente a crise que você se preparou estará acontecendo APENAS na sua casa, com a sua família.

    E o seu vizinho? aquele gordo panaca, que não se preparou nunca para nada, que fica tomando todas no final de semana, tem um emprego fixo, faz uns bicos de mecânico no sábado de manhã, ganha aluguel de uma casa na praia e ainda agencia alguns carros para venda, estará muito, mas muito mais preparado que você.

    A crise pode ter abrangência global, mas, pode ser apenas em sua casa.

    • Eremita Urbano

      Valeu Ismael, gostei de suas ponderações, a troca de ideias é muito importante para enriquecer qualquer assunto.

    • É verdade, afinal as crises fazem parte do capitalismo. É fundamental ter outras habilidades, como saber fazer reparos em alvenaria, elétrica,eletrônica, mecânica, etc…bom para ganhar uns trocados por fora ou pelo menos não gastar com mão-de-obra cara (e duvidosa muitas vezes). No caso de desemprego, tem gente ganhando uma boa grana só assentando cerâmicas, por exemplo.

  • A crise que mais abate diariamente o mundo inteiro e o nosso Brasil não é excessão: a incapacitação temporária de membros da família, especialmente quem provê o sustento, por doença, acidentes etc. Mais vezes do que se imagina, com ou sem plano de saúde, o dinheiro se vai, não há reservas de alimentos, não se paga as contas, escola, remédios etc. e o sofrimento fica muito ampliado. Portanto, a Preparação Pessoal e Familiar, nos aspectos Estoque de Alimentos, Finanças, Saúde preventiva, Educação, Capacitação Profissional e Preparação Psicológica minimizam o sofrimento de falta de recursos e dependência da ajuda outros, o que abala muito mais o ânimo da família e é causa de rompimentos. Posso testificar por longa experiência que até mesmo as famílias mais pobres e desprovidas podem, ao longo de um processo de um a três anos, montar um estoque de gêneros básicos e remédios de uso contínuo para superarem uma crise por 6 meses ou mais até a recuperação do(s) provedores do lar. Questão de saber como fazer. Pensemos nisso.

  • Demóstenes Jr.

    Excelente post!! Dinheiro é um bem simbólico e de valor arbitrário, em si não passa de papel colorido (quando em estado de guerra um punhado de trigo pode custar milhões – vide os últimos conflitos na África, onde um carrinho de mão cheio de notas comprava apenas uma dúzia de batatas e o caso emblemático da inflação na Alemanha antes da 2ª WW, onde uma refeição custava alguns bilhões de marcos). Desde criança desenvolvi a capacidade de realizar poupança, mas quando posso sempre transformo o papel moeda em bens tangíveis e conhecimento, dois ingredientes que não tem preço em momentos de crise. O primeiro, por se tratar de produtos, se necessário serve para escambo e o segundo não pode ser tirado nem levado numa mochila, mas somente compartilhado ou utilizado em benefício próprio ou de terceiros que estejam sob sua responsabilidade. Parabéns pelo importante insight!

  • No cenário acima, a lata de leite chegou a valer 500 reais. Aquele que houver feito nesse mesmo cenário uma reserva de 20 latas de leite, 20 galões de água, 20 kg (de cada) de arroz, farinha e açúcar, 4 kg de café, 5 kg de sal grosso(para peixe e carne seca) e uns 50 enlatados diversos tipos(sardinhas, salsichas, frutas), terá uma pequena fortuna em sua despensa! O valor venal já desperta o interesse dos gatunos, o valor vital despertaria qualquer ato por parte de um ser humano faminto.
    Tenho dúvidas se vale a pena ter grande estoque e permanecer num ambiente tão hostil. Um estoque pequeno para superar pequenas crises ( e poder socorrer alguns familiares) vá lá, mas longos estoques para longas crises é inviável porque demanda uma logística complicada referente à segurança: residência fortificada, armamento e munição (muita munição).
    O estoque deve ser suficiente para uma semana; se a crise passar disso é caos! É melhor ter uma estratégia de evasão.
    Além da lista acima, seria bom ter combustível sobrando, mas jamais aconselharia ninguém a ter dezenas de litros de gasolina guardados no quintal!
    Quanto a guardar dinheiro… se for uma crise local é útil ser em moeda nacional; se for uma crise nacional é melhor ter dólares ou algumas gramas de ouro em filetes (ou as alianças, os brincos da esposa, o anel herdado do avô,etc), afinal podem ser úteis para atravessar alguma fronteira.

    • Eremita Urbano

      Obrigado pelo comentário, opiniões enriquecem bastante a postagem, valeu Max.

      • Hoje me lembrei de algo que meu finado sogro e minha sogra contavam que ocorreu durante a II GM: a escassez de alimentos e consequente racionamento. Meu sogro dizia que ele, um menino na época, precisava enfrentar longas filas para comprar pão, assim era com outros itens, como a manteiga, vendida em pequenas porções. Os alimentos eram exportados para abastecer as forças aliadas.
        Nesse tipo de cenário é interessante fazer estoque de alimentos e empreender uma horta\criação doméstica, porque não houve uma crise alimentar capaz de desesperar a população. Mas o dinheiro era inútil, ao menos para quem queria ficar.

  • Na Natgeo tinha um programa sobre sobrevivencialismo. Eles mostram a preparação da pessoa e dão uma avaliação no final. Num dos episódios, tinha uma família que guardava bebidas alcoólicas para servir como moeda de troca. Também servia para usar como arma (coquetel molotov). Então, o “dinheiro” pode ser qualquer coisa que a outra pessoa aceitar.

    Não vi ninguém tocando no assunto fuga. Se você tem acesso ao mercado, pode ter acesso a um barqueiro. Digamos que você tem apenas dinheiro. Você poderia alugar um barqueiro para te levar para outra região. Se você tiver o cartão do banco ou documentos, pode se virar bem melhor em outra região do que no local de crise. Mas claro que exigira mais dinheiro.

    Numa guerra, é preciso ter mantimentos para avançar e saber evacuar na hora certa.

  • Ótima postagem,principalmente por tudo o que está acontecendo no planeta, seja pela natureza ou pelas atitudes humanas.Nos faz pensar no que realmente importa.Parabéns!!!

  • uma boa dispensa e uma das melhores opções de saida de crises de curtos e medio prazo , e so funciona se outras pessoas nao saberem da mesma , outra coisa e ficar observando os sinais , greve de caminhoneiros na regiao e um sinal , ponte caidas e outra, manutençoes de rede eletrica tambem e uma , o clima tambem deve ser observado, o dinheiro so vai ter utilidade se voce perceber o que vai acontecer e REFORÇAR seus planos , algum tempo atras li em algum lugar sobre objetos e coisas que seria boas moedas de trocas, como exemplo isqueiros e pilhas , se algum lembrar dessa materia , coloque pra gente , de ja muito agradecido.

  • Tiago Bushman

    Boas postagens de todos os colegas.
    Fui uma das vítimas da grande enchente de 1983(região sul) e , com 16 anos de idade, senti o que foi permanecer por 3 meses ouvindo a chuva cair , com a cidade toda isolada. Família unida, ainda fazíamos o sopão diário para dar aos desabrigados. Minha mãe tinha um freezer lotado de carne e não passávamos fome.
    Felizes os que tem resiliência psicológica nestas situações e bendita época aquela em que não havia a dependência de internet, celular e as porcarias de hoje.
    Amigo, se você tem filhos acima de 7 anos de idade comece a educá-los para um futuro próximo que pode “arrombar sua porta”. Filhos exigentes, “birrentos”, explosivos e mal-educados podem fazer seus conhecimentos não valerem nada em dias caóticos, sem luz, água e comida.
    Se tem dinheiro sobrando faça seu estoque, se não tem dinheiro e não pode guardar por falta de espaço em sua casa, comece a pensar em soluções.
    Hoje eu não tenho grana pra fazer estoque e nem espaço pra guardar, mas se eu perceber que os “sinais” estão se agravando já tenho meus planos prontos, que podem ser resolvidos em poucas horas, usando um dinheiro de reserva para compras de emergência, enquanto os outros ficam esperando a “vaca ir pro brejo”.
    Seus filhos vão pedir comida e conforto, remédios e paciência, ….fique atento amigo!!…..tem visto as notícias mundo afora??
    Abraços…força!

  • Lucas Cavalcanti

    Em tempos de escassez o dinheiro muda de forma, ou seja, de um mero pedaço de papel sem real valor à um punhado de mantimentos (arroz, feijão, macarrão, até biscoitos recheados e doces). O dinheiro em si não vale nada, só é uma forma de controle de trocas, caso contrário não se ofereceria dinheiro em troca de tão pouca comida (mas que faz a diferença) como citado pelo Eremita. Muito bom!! Sempre com assuntos interessantes.

  • carlossilvapb

    É sempre bom ter algum dinheiro em espécie guardado. Mas eu imagino que ele só terá validade nos momentos iniciais da crise. Vamos supor que em um determinado cenário, um dos primeiros efeitos da crise seja a falta de eletricidade. Seus cartões de crédito e débito se tornaram inúteis. A única maneira de se comprar algo sem energia, pelo menos nos primeiros dias, será dinheiro em espécie ou talvez, metais preciosos. Mas, a medida em que a crise for avançando, chegaremos ao ponto em que nada, nem todo o dinheiro do mundo, comprará uma lata de leite, como está dito no texto. Daí a importância da preparação benfeita. Se você se preparou, a possibilidade de precisar de alguma coisa será bem pequena.
    Na minha concepção, durante as primeiras fases da crise, interações com estranhos devem ser evitadas a todo custo. Se você demonstrar de alguma maneira que possui produtos para trocar, você pode vir a se tornar um alvo. Existe um texto do Selco, da SHTF School, que está neste blog, que descreve bem este tipo de situação. Vale a pena dar uma lida.

  • Gostei muito da postagem e, principalmente, da reflexão que ela nos trás.
    Parabéns Eremita.

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