Onde você não quer estar quando uma crise acontecer

Quando uma crise começar o centro populacional do Brasil irá explodir em violência, saques e total quebra da lei e ordem. Afirmação absurda? Pense melhor.

Se a polícia já têm trabalho para conter alguns milhares de manifestantes, imagine milhões de moradores lutando para conseguir um quilo de arroz para alimentar suas famílias… Incluindo os policiais que também têm famílias a proteger. Dependendo da intensidade da situação isso pode facilmente se tornar realidade, então é hora de refletirmos sobre o assunto.

Essa teoria já foi reforçada por inúmeros analistas de sobrevivência e defesa civil e faz completo sentido se você começar a considerar o que realmente acontece em um cenário de crise intenso.

Imagine que algum evento prejudique nosso fornecimento de energia. Saiba que o Brasil têm grande parte de sua energia canalizada por poucas linhas de transmissão, logo, se algo ocorresse em uma destas principais vias provavelmente muitos ficariam no escuro. Se este apagão não for facilmente reparável, inicia-se uma corrente de eventos:

Energia > Água > Distribuição de comida > Lei e ordem > Saques > Incêndios 

  1. Caso nossa luz seja desligada os serviços vão aos poucos desligando, desde seu refrigerador ou alarme residencial até hospitais que ficarem sem combustível para os geradores;
  2. O sistema de bombeamento e tratamento de água encanada também para devido á falta de energia;
  3. A partir daí temos a paralisação do sistema de distribuição de comida, já que os caminhões ficariam parados em meio ao tráfego ou sem mercadoria pela falta de indústrias ativas;
  4. Com a população ficando com fome e percebendo que as coisas estão ruins vamos ao fim da lei e da ordem, pois aqueles que trabalham em áreas de segurança também começam a se preocupar com suas famílias e percebem que as manifestações e agitações sociais estão fora de controle;
  5. Logo em seguida, surgem os saques. A população desesperada por qualquer comida começa a recorrer à violência e lojas e casas são saqueadas;
  6. E por último, quando tudo está fora de controle, ninguém poderá apagar os incêndios que iniciarão e teremos bairros inteiros queimando até o alicerce.

Então onde é que devemos estar quando isso acontecer?

Para achar a resposta, basta analisarmos onde é que não devemos estar.

O último censo brasileiro aponta que grande parte da população está concentrada em pequenas áreas. Se você quer ter maior chance de sobreviver a uma catástrofe de grande abrangência, dê uma analisada com calma no mapa a seguir para ter uma referência visual de onde é preferível manter-se longe:

img-1

Para lista mais detalhada sobre cada estado, clique aqui.

Fato é que nem todo mundo pode escolher mudar de cidade de repente. Se você vive em um desses centros urbanos grandes, terá de pensar em formas de sair dele o mais rápido possível quando sentir que a @$#! vai atingir o ventilador. Claro que isso não é nem um pouco simples, afinal, as saídas principais já ficam congestionadas em finais de semana e tempos de férias… Imagine em uma situação onde todos queiram fugir da cidade. Procure por rotas secundárias, pouco conhecidas e que você já conheça bem. Pratique sair por estas rotas em horários de congestionamento para sentir como será.

Se acha que é improvável que as pessoas decidam fugir em massa dessa forma, pense melhor. Durante o furacão Rita que atingiu os EUA anos atrás, todas as maiores auto estradas ficaram travadas por centenas de quilômetros. Se aqui no Brasil podemos ficar um dia inteiro travado em congestionamento em situações normais, imagine em cenários de catástrofe.

Se você é daqueles sortudos que podem procurar por uma propriedade afastada destes centros e que ainda assim estejam ao alcance da tecnologia, pense em manter sua propriedade no mínimo de 10 a 15 quilômetros longe de qualquer auto estrada ou rodovia. Este é o alcance relativamente seguro para manter longe os que queiram sair do congestionamento e se aventurar em estradas vicinais procurando por água e comida.

Se você não tem qualquer outra alternativa a não ser permanecer na cidade, considere estratégias que possam lhe manter de forma sustentável na cidade mesmo em tempos de pânico. Não será fácil mas é possível, mais à frente conversaremos sobre o tema.

Até.

28 Comentários

  • Pingback: Onde Você Não Quer Estar Quando Uma Crise Acontecer! | Os Bastidores do Planeta

  • Finalmente algo útil na internet =D

    Eu acrescentaria ainda o fato de que quando o colapso começar, policiais, bombeiros, traficantes, grupos criminosos, clubes de tiro, clubes de cação, militares… Irão se aglutinar em milícias. E se você não faz parte de um destes grupos, é muito bom estar beeem longe deles.

  • carlossilvapb

    E não esqueçam que, após algumas horas de falta de energia, ficamos sem comunicação. Se não me engano, as torres de celular estão equipadas com geradores que suportam até 8h de falta de energia. Após esse tempo, ficaríamos (ou melhor, ficaremos) sem ter como fazer e receber ligações telefônicas e sem ter como acessar o 3G/4G das operadoras. Digo isso porque recentemente tivemos um blecaute, mas podemos acessar a internet via celular para descobrir o que estava acontecendo. Isso nos deu um alívio imediato, alívio este que se transformaria em preocupação se não pudéssemos mais ter acesso às informações. É importantíssimo ressaltar esse ponto. Em termos psicológicos, a falta de informação pode ser extremamente maléfica. Como parte de minha preparação, eu e minha família reduzimos bastante o uso do celular, e fizemos um pequeno investimento em rádios PX, que tem o alcance de alguns quilômetros e baterias que duram algumas horas. Creio que essa seja uma medida absolutamente necessária em caso de SHTF. Evita momentos desesperadores em caso de separação física na hora do caos.

  • Já tem meu respeito este site e vejo que possuem bons conhecimentos das possíveis situações, além de preocuparem-se em ter o maior número de pessoas que possam “sobreviver”.
    Sou militar da reserva, 45 anos, pai de 2 filhos adultos, sei atirar bem com todas as armas automáticas e simples, atiro pra matar se necessário, faço armadilhas, caço, pesco, durmo no mato se necessário, fico sem comida 4 dias se necessário, como cobra, lagarto, vermes, faço abrigos de 6 tipos diferentes, etc…..vivo no limite por até 30 dias…e depois reavalio a situação para decidir como continuo.
    Gente, eu nasci com o instinto de sobrevivência pronto, com 10 anos já atirava , pescava, acampava……mas digo uma coisa: tenho um medo pavoroso de saber que um dia eu possa precisar disto pra “realmente sobreviver”….porque?
    Quando imaginamos uma situação de caos, a primeira coisa que queremos é mostrar que temos o poder de enfrentá-la com os recursos e conhecimentos que conseguimos, e até nos achamos SUPER (acendemos fogo c/ pederneira, matamos pombos c/ a airgun, pescamos, fazemos racionamento alimentar, montamos vigia noturna, etc) …..mas o tempo passa e castiga….e a doce adrenalina acaba….e isto coloco para quem vive em área rural ou pequnas cidades……pra quem vive em capitais nem imagino como poderão sobreviver !
    Minha mensagem é só uma: crie um grupo coeso de pessoas equilibradas, mas corajosas; não traga crianças; tenha remédios; tenha moeda de troca(ouro, prata, armas brancas, pederneiras, etc); tenha um ou dois cachorros(melhor vira-lata); tome antidepressivos leves(vai precisar); saiba como fazer torniquete, infusão sanguínea, massagem cardíaca, pontos de sutura, talas de imobilização, ….aprenda a plantar, colher, cultivar….faça tudo e algo mais do que escrevem neste blog e principalmente: reze para nunca precisar usar nada disso que escrevi acima.
    As pessoas já são más sem motivos…imaginem elas loucas.
    A você que mora em um AP em São Paulo e não sabe andar descalço no mato……trate de arranjar pelo menos um parente ou amigo no interior….compre uma moto…..tenha boa resistência física….faca e pau ajudam…..e se a luz apagar por mais de 2 horas sua mochila já deve estar pronta.

  • Devemos nos preparar porque as coisas já estão acontecendo, o pior cego é aquele que não quer ver. De um tempo para cá venho me preparando do jeito que posso porque é questão de tempo para as coisas acontecerem. Além de provimentos e rotas de fuga, etc devemos cuidar da espiritualidade porque o equilíbrio é muito importante. Um abraço a todos

  • quem morra em montanhas tem mais chances de sobreviver

  • Muito bom o site, acompanho a um tempo, porém nunca quis comentar. Moro no interior do menor estado do Brasil (SE) mas nessa situação não sei o que seria melhor: Subir uma das duas serras que conheço aqui(armado e com uma boa quantia de comida) ou me refugiar mais ainda pra outro interior(não na cidade,claro) que tenha algum rio próximo.

    Por conta desse caso (não em primeiro lugar) que eu procurarei nos próximos anos adquirir um carro tipo o Jeep Troller ou até mesmo Willys.
    Vai lá a maioria dos playboys com seus celtas e corsas tentar entrar em um local com muita lama,buraco,água…

    Parabéns pelo blog!

    😀

    • Um jeep é um sonho de consumo. Mas será que isso não chamaria muita atenção? Acho que em um cenário de crise seria como andar com um colete a prova de balas a mostra. Todo mundo iria querer tomar de você.

      A serra é um ótimo lugar pra se esconder. Principalmente pela dificuldade de acesso. Vivo dizendo que vou encontrar uma boa caverna numa que tem próximo a minha cidade mais nunca faço =/

      • Também é um sonho, ele ou uma L200 Savana. Rapaz, creio que em uma situação como essa, qualquer veículo chamaria atenção. Imagine pessoas paradas com seus carros LOUCAS por gasolina? Atacaria qualquer carro. Mas se isso for relacionado a uma pessoa “sobrevivencialista”, ela sairia antes e tomaria as decisões antes da bolha estourar por completo.

        Por exemplo, eu sendo policial eu andaria com o jeep e armado até os dentes, facilitaria algumas coisas.

        É, pelo visto a serra ou alguns lugares mais altos e afastados que tivessem rio/cachoeira/fonte seriam mais favoráveis porque você tendo alguns grãos e sementes e água poderia viver com sua família por um tempo tranquilamente, mesmo que de maneira extremamente simples. Pra isso tem que pensar em tudo, o frio do local, remédios e outras coisas.

      • Cara, esse Brasilzão é foda mesmo. Existe lugares (e não digo isso com nenhum tipo de desrespeito ou superioridade, mas apenas para ilustrar como o país é distinto) onde um corsa é carro de playboy

    • Acho que essas coisas podem ajudar em quanto é cedo, em breve não vai ter mais gasolina e vai ser perigoso viajar si tiver alguma reserva bem longe de aglomerações e melhor reunir e organizar
      um grupo de amigos afins

  • Daniel Bayer

    Um problema com o fornecimento de energia é algo bem real e perigoso, a alguns anos atrás, em 2009, houve um problema em uma rede de transmissão de energia elétrica vinda da Usina de Itaipu, deixando municípios de 18 estados brasileiros no escuro (principalmente em São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Paraná, Mato Grosso do Sul e Goiás), e ainda uma região do Paraguai. Então se formos pensar que grande parte do território nacional é alimentado pela energia de apenas um lugar, e o mesmo já apresentou falhas, devemos estar bem preparados para uma situação envolvendo nossa energia. Em qualquer tipo de crise a energia vai ser um dos primeiros itens a desaparecer, em seguida é um efeito dominó para o caos. Em nossa preparação precisamos sempre considerar a falta de energia, que nos trará problemas com água, alimentos e segurança.

  • Estudo sobre o tempo do fim com bases Bíblicas a cerca de 25 anos.
    Durante minha vida me esforcei para ter uma base militar e de sobrevivência a altura da crise que estudava.
    Hoje mais do que nunca vejo se cumprindo tudo o que tenho estudado e não é pouco.
    A Bíblia dá detalhes bastante claros de como a crise começa, onde, porque, e quem é afetado.
    Apesar de que do jeito que a coisa está não é necessário ser religioso pra saber que o fim se aproxima.
    Abraços e bom preparo a todos. Vamos precisar.

  • Renato José Ignachitti Milhiolo

    Uma vez desenhei uma história em quadrinhos onde o personagem, numa dessas situações, construiu na área rural um esconderijo onde tinha condições (família com 4 pessoas), de ficar 2 anos isolado até que a situação voltasse ao normal. Acumulou 50.000 litros de água, além de um sistema de coleta da água da chuva, filtrada. Gêneros alimentícios desidratados (2.000 kg) sistema de fossa para tratamento de dejetos, captação de energia elétrica (célula fotovoltaica) e rádio amador para ouvir as notícias além de armamento e munição.Após inventar mil engenhocas ele fica confinado por dois anos e descobre que os invasores são alienígenas ao sair em busca de provisões… encontra outros que fizeram o mesmo como ele e decidem lutar… é uma HQ de ficção, que bem poderia ilustrar o que o sobrevivencialismo.com quer alertar…

  • Pelo menos nisso tenho vantagem por morar no “interior”.
    Minha cidade tem pouco mais de 190mil habitantes, e minha casa fica a menos de 3km da mata. Sem falar que moro em um apartamento com um bom nível de segurança por só ter 1 entrada e não ter vizinhos da mesma altura (são 4m de diferença do telhado dos vizinhos);
    Em uma situação de crise (que aqui só aconteceria alguns dias após atingir a capital), poderia me trancar em casa e proteger a entrada do prédio. Se desse merda, poderia seguir pra mata e alcançar uma das 3 lagoas da região. Todas a menos de 10km e algumas de acesso bastante difícil (que seria minha primeira alternativa =P).
    Em um cenário desses, acaba parecendo ainda mais estranho eu me preocupar com todas as preparações do sobrevivencialismo xD

  • gustavo andriolo

    se nao estiver armado nem tente

  • Se nosso povo fosse como os povos do oriente já estaríamos vivendo em um cenário SHTF…

    A maioria do nosso povo não está preparado para encarar uma situação de SHTF, não temos cultura sobrevivencialista como em outros países, 99,99% da população acredita que o governo tem obrigação e vai agir “em prol do bem estar do povo” quando uma situação dessa acontecer, dentro desses 99,99% ainda tem aqueles que além de acreditarem no governo acreditam que se o governo falhar serão amparados por alguma divindade, portanto eles acham que não há pq se preocupar com o que pode vir. (Com todo o respeito pela fé dos companheiros, mas a própria bíblia diz que devemos fazer nossa parte e nos preparar.)

    Só que eles se esquecem que não dá para colocar nossas vidas nas mão dos governantes, não podemos ficar esperando pela ações deles, e eles se esquecem também que teremos que resistir até o salvador vir a nós e isso seria mais fácil se estivermos prevenidos.

    Os brasileiros infelizmente ainda mantem vivo o costume de só fechar a porta depois que o ladrão vai embora e ainda assim depois de um tempo sem serem visitados pelos bandidos voltam a deixar a porta aberta…

    • Tem uma anedota que fala mais ou menos sobre isso.
      Uma barragem rompe e alaga a cidade. As pessoas começam a correr e um senhor se recusa a sair de casa pois o Senhor irá ajudá-lo. Horas depois vêm os bombeiros de barco, quando a água já passou de 1,5m, e o velho se recusa a sair dizendo que “o Senhor irá me proteger”. Depois, quando a água já cobriu a casa e o vejo esta no telhado, vem um helicóptero e o velho se recusa a sair de sua casa. “O senhor me deu essa casa. Ele vai me proteger.” dizia ele.
      Horas depois o velho morre afogado e quando chega no céu pergunta indignado “Porque o Senhor não foi me ajudar?” e o Senhor responte “Meu filho. Eu mandei seus vizinhos, mandei os bombeiros, mandei até um helicóptero. Você não saiu pq não quis.”
      xD

  • Maria Rodrigues

    se for uma tragédia anunciada, vou para o interior, viverei de brisa, ate o SHTF(amei essa sigla), acalmar

  • Ótima texto!
    Pra quem mora em centros urbanos, acredito que seja melhor ter uma residência reforçada com autossuficiência de alimentos e água e permanecer nela pelo menos até o primeiro momento de crise passar. Se houver um SHTF e o pânico se alastrar pelas ruas ficará impossível de transitar.

    Dica de filme: Guerra Mundial Z, tem uma cena logo no início do filme que ocorre um SHTF e todo mundo corre para os mercados e começam a saquear comida, até mesmo os policiais.

  • Parabéns, ótimo post Júlio.

  • Moro em uma grande cidade, e este sempre foi o meu maior medo. O que imagino que eu possa fazer em uma situação dessas, é fugir a pé a noite para aproveitar a camuflagem noturna. Resolvi morar na extremidade da cidade, perto de 3 possíveis rotas de fuga, o que me da uma certa vantagem, posso caminhar uma velocidade de 6 km/h em 8 horas posso percorrer 48 km, é lógico, armado até os dentes.

    • Isso aí Eli, conhecer nossa capacidade física é muito importante mas você já pôs em prática se consegue caminhar as 8 horas diretas ou se tem que fazer intervalos com descanso?
      Carregando peso a coisa toda muda de figura, você pode ficar mais lento e ficará mais cansado.

  • Estou no pior lugar do país pra esse tipo de situação, “Bug in” pode não ser uma boa ideia e “Bug out” em uma situação dessas é com uns 90% de chance de morrer. Viva São Paulo \o/ , é praticamente uma mancha inteira verde ali no mapa.

    • Daniel Bayer

      Nesse caso, o melhor seria transformar sua casa em uma fortaleza autossuficiente e sem chamar a atenção. Ter algo como captação de água, produção de alimentos, remédios e armas pra segurar as pontas. Deixe a casa com a fachada de uma casa normal, porém reforce o sistema de defesa.

    • não pense que as coisas aconteceram de um dia para outro vai ter muitas sinais para sair com calma, bem uma vez perceba como esta virando tudo ,se esta atento atue.

  • Walter Santos

    Muito interessante essa matéria, chama nossa atenção para uma realidade que muitos não querem pensar e nem acreditar que pode estar mais próximo do que se imagina.

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