Acidentes radioativos – No Brasil não acontece! Será mesmo?
Por Eremita Urbano
Ouço muito a frase: “Ah, X coisa não acontece no Brasil, não precisamos nos preocupar.”
Eu digo que qualquer coisa pode acontecer e justamente foi essa a motivação para tecer algumas linhas sobre um problema grave acontecido aqui, mas ainda assim esquecido por muitos. Eu tinha 13 anos quando ocorreu essa crise e quase três décadas depois ainda me lembro do despreparo das autoridades e do caos gerado.
Já que fazem 27 anos desde o maior acidente radiológico do mundo, que ocorreu aqui no Brasil. Quase ninguém mais se lembra, mas passamos por um grave problema com radiação e muitas pessoas que trabalharam no processo de descontaminação, que foram enviadas para fazer o trabalho sem equipamentos de segurança, ainda hoje lutam para ter direito a pensões.
Muitos policiais militares estão na mesma situação. Apesar de terem sido mandados fazer a segurança do local pelo governo sem nenhuma proteção, os que ainda vivem estão com pouco senão nenhum amparo.
Você acha que o governo brasileiro e seus órgãos realmente estão preparados para gerir crises? Eles sabem realmente o que fazer? Eu afirmo que não. Basta observar este fato, que é uma mistura de falta de informação com irresponsabilidade do poder público, aliado a falta de bom senso. Ele mostra claramente que não dá para confiar em gerenciamento de crises no Brasil.
Vejam o quão fácil é ocorrer uma grande catástrofe.
Dois catadores de lixo encontram abandonado em uma avenida de Goiânia-GO um equipamento de radiodiagnóstico. O equipamento era revestido de 304 quilos de chumbo, uma blindagem de aço de 120 quilos e mais outra blindagem de platina, que isolava a cápsula que continha a substância radioativa.
Como o chumbo tem um bom valor de revenda, eles “meteram a marreta”, desmontaram o aparelho e levaram tudo em um carrinho de mão para casa. A partir daí deu-se inicio um dos maiores acidentes radiológicos do mundo.
Dados extraoficiais contam que 3.200 vítimas foram contaminadas de diferentes formas.
Os “técnicos” que fizeram o trabalho de descontaminação do local, que tiraram as 13.500 toneladas de material contaminado foram os chamados de “chapas”, os mesmos contratados para fazer transporte de sacarias e mudanças. Além deles foram chamados muitos funcionários públicos como policiais, bombeiros e agentes de limpeza – que claro foram contaminados. Homens e mulheres carregaram esses entulhos para tambores e contêineres, trabalharam sem nenhuma proteção, totalmente expostos a radiação sem ter nenhuma ideia dos riscos à que estavam expostos.
Caso você queira ver a notícia inteira basta clicar aqui. O objetivo de ler esse artigo é ver o quão fácil é para uma grande catástrofe ocorrer.
Lembrem-se: Estejam sempre atentos.
As usinas de Angra, são um exemplo do perigo direto que o Brasil sofre para com os acidentes nucleares.
Embora eu suponha que existem interesses escusos no trabalho com a energia nuclear neste país. Ainda considero um perigo sério o emprego de materiais deste tipo neste país. Aqui, é costume as coisas do governo darem “pau” , e temo que Angra seja um lamentável exemplo futuro. Se é que já não foi e nem estamos sabendo. O que piora na situação de angra é a sua localização: próxima do Rio de Janeiro e de São Paulo, e ainda mais importante, dentro de um maravilhoso santuário da vida natural. A restinga de marambaia, as ilhas de Angra, Ilhabela, Ilha Grande… É um absurdo dos piores instalar esse tipo de Indústria neste tipo de cenário.
O problema é justamente essa incompetência e despreocupação do estado frente as ameaças, que num faz nada, pra ajudar, só arrecadar impostos e manter a roda girando, só isso que nosso estado serve.
Qualquer coisa é possível acontecer, até no caso ebola, embora as “autoridades” dizem que não em uma linha fantasiosa de segurança, mas sabemos que esta tudo ferrado e que pode piorar sim…
Perfeito Saulo, obrigado pelo complemento e pelos comentários. Valeu!
Não ficam duvidas da incompetência que gira em torno do governo brasileiro em relação de como lidar com este tipo de produto mesmo após tomar conhecimento do que se tratava, mas a incompetência se deu inicio desde o descarte sem a merecida atenção, mesmo depois de tudo e tempos depois do acontecido, apesar do conhecimento ter se abrangido principalmente devido a tecnologia disponível hoje, as coisas não mudaram muito, eles ainda continuam descartando materiais e maquinas altamente contaminantes de diversas formas, incorretamente e incompetentemente.
Perfeitas observações, obrigado pelo comentário.
Pois é “Eremita Urbano”, eu lembro muito bem dos noticiários sobre o assunto, apezar de que nunca tratavam o fato com a gravidade que este merecia, mesmo assim, isso repercutiu muito aqui e até no exterior.
Acidentes dessa naturesa nunca param, pois a radioatividade nunca cessa, você pode armazená-la, mas um dia os containers irão apodercer, e o produto vai voltar a incomodar.
Em Cernobyl, até hoje as áreas de terra mais afetada não podem ser, sequer, visitadas, as proteções que foram colocadas já estão com o prazo de validade vencendo e os efeitos disso já começam a ser sentidos pela população, mesmo assim, o governo russo ainda não tem planos de contingência para o problema.
Imagina aqui, com a competência e vontade das nossas autoridades. Se isso atinge algum lençol freático a coisa fica preta.
Verdade Sandro, obrigado pelo comentário.
Chernobyl fica na Ucrânia, e não na Rússia.
O desastre foi na Ucrânia não na Rússia.
O local pode ser visitado sim, eu mesmo já vi muitas reportagens (até um programa de culinária) visitando o local. Existe até uma família que ainda mora lá perto do reator que tem vários animais de criação.
Ao meu ver o nível de radiação já caiu demais lá. Ainda é um lugar insalubre mas muito longe de ser fatal como foi na época do acidente.
muito interessante a consideração, e só para adicionar, existem fissões nucleares que acontecem naturalmente no planeta, algumas durando centenas de milhares de anos…
Valeu Renato, obrigado por comentar.
Como já disse o Bluehand no Nerdcast sobre a Alvorada da era Nuclear, os acidentes com material radiativo não são acidentes inevitáveis, são acidentes imbecis, excetuando-se alguns poucos casos. Esse “acidente” mostra nossa realidade: Descaso, despreparo e falta de planejamento por parte das autoridades competentes.
Mas amigos, minha tristeza/temor aumenta ao perceber que esse foi um caso extraordinário (afinal não temos césio, urânio ou plutônio brotando toda hora por aí) que causou tantos problemas, mas coisas que já deveriam ter sido sanadas ou controladas simplesmente arrasam com o país TODOS OS ANOS.
Um exemplo disso são as constantes enchentes, deslizamentos de encostas, problemática com as secas, dentre outros problemas que tornaram-se cotidianos no nosso país. Problemas com a radiação me preocupam sim, mas problemas como os que citei me preocupam bem mais, já que ninguém, literalmente ninguém da a mínima por isso, nem os governantes nem a população.
Perfeito Caio, obrigado por comentar.
é mesmo muito fácil acontecer uma coisa dessas no brasil,temos que lembrar que em Angra existe uma usina e se acontece uma tsunami pronto ta feito o problema!
Ok David, obrigado pelo comentário.
Quanto a Angra… Ninguém esperava um tsunami daquela proporção… felizmente a usina de Angra está projetando algo para evitar problemas com um tsunami… mesmo que seja quase impossível ocorrer algum por aqui, devido ao tipo de eventos sísmicos que ocorrem em nossa costa… aqui as placas tectônicas se afastam, enquanto no Japão as placas se chocam umas contra as outras… ou seja, não há energia potencial acumulada para um sismo muito grande em nossas águas.
https://www.google.com/trends/explore#q=radia%C3%A7%C3%A3o
OU
https://www.google.com/trends/explore#q=radiação
Vejam o “G”
Valeu, obrigado!
Parabéns pelo post , eu nem me lembrava mais deste acontecido .
Abraço !
Valeu Ítalo, abraço!