Antes de iniciarmos nossas preparações, precisamos saber para quê estamos nos preparando. Muitos iniciantes na prática sobrevivencialista ficam perdidos ao encontrarem tantas informações em tantos temas diferentes, e foi por isso que decidi elaborar este pequeno explicativo para ajudar quem estiver com dúvidas.
Um dos principais fatos que devemos reconhecer em nossa prática é a de que nunca conseguiremos nos preparar para todas ameaças existentes, o que requere então o planejamento para nos proteger das ameaças que tem maior probabilidade de acontecer em nossa região. Tal foco vai nos ajudar a manter uma postura realista sobre o sobrevivencialismo e também fazer com que tenhamos preparações que sejam realmente eficazes em caso de crises… Mas como estabelecer o foco? Para isso devemos fazer uma avaliação de risco. Segue o vídeo:
Segue o conteúdo de forma resumida em forma de texto:
Para efetuar uma avaliação de risco precisamos de dois grandes pré-requisitos, sendo que a eficácia de sua avaliação dependerá diretamente destes.
O primeiro é ter o conhecimento sobre sua região em três diferentes níveis:
- Econômico: Você deve saber como a economia funciona em sua região, quais são as principais formas de “sustento” da sua cidade (uma grande indústria? Trabalhos públicos? Agricultura? Pecuária?) e como essa economia pode se desestabilizar.
- Social: É importante conhecer como está a situação política e social de sua área. Existem movimentos organizados e violentos na sua região? A política tem apresentado momentos de tensão? A população está revoltada por alguma causa? Resumindo, tudo aquilo que tange aos moradores de sua cidade em geral.
- Territorial: Aqui temos que ter duas abordagens diferentes, uma com foco em informações geográficas e outra com foco em obtenção de recursos. As informações geográficas seria o conhecimento da variação média de temperatura local, altitude de sua casa em relação ao mar ou rios, morros próximos e itens que lhe ajudem a ter uma visão geral do “mapa” onde você está. Já ao falar de obtenção de recursos o foco é em conhecer as fontes de água mais próximas, plantações e tudo aquilo que possa lhe oferecer recursos em caso de crise.
O segundo requisito é manter-se atualizado às notícias globais ou seja, visitar sempre que possível os sites de notícias e fontes de informação que demonstrem como está a situação geral no mundo, se há alguma guerra perto de ser deflagrada, crises econômicas ou epidemias que podem chegar até você.
Após aperfeiçoamento destes requisitos podemos partir para a avaliação propriamente dita.
- Crie categorias de ameaças. No vídeo separei em três principais, que são “gerais” (podem ocorrer no mundo inteiro), “naturais” (desastres naturais que podem ocorrer) e “regionais” (situações que podem ocorrer diretamente em minha região);
- Liste o máximo de ameaças possíveis nestas categorias, não restringindo nenhuma, mesmo que esta pareça impossível;
- A partir de seu conhecimento prévio, faça uma análise de quais ameças da lista tem maior probabilidade de realmente acontecer e defina ao menos duas “mais prováveis”.
Terminando estes passos, você terá seu foco para preparação. O correto é se preparar para as que você selecionou como mais prováveis e após esta preparação estar bem fundamentada, você vai ampliando para ameaças menos prováveis, seguindo a lista de prioridade.
Bom, você já tem sua avaliação pronta… e agora? Você deve pensar nas perguntas abaixo:
- Quais são as minhas prioridades? Ou seja, quais ameaças são as mais perigosas para mim e minha família?
- Como posso me preparar para elas?
- Quanto tempo tenho para me preparar para elas antes que estas possivelmente ocorram?
- Se minha preparação der errado, qual minha alternativa?
Espero que esta pequena explicação tenha lhes ajudado a orientar melhor vossas preparações, pois de nada adianta gastarmos dinheiro em itens que nem ao menos pensamos se vamos utilizar verdadeiramente!
Até.