A falta de ação em situações de emergência – 5 minutos Ep.03

Algumas vezes a realidade pode parecer bastante… Irreal. São nesses momentos que temos um grande desafio: Partir para a ação.

Em muitos textos que traduzimos do Selco e também em inúmeros relatos de sobreviventes é fácil observar que um dos fatores que realmente definem as chances de sobrevivência é o “timing”, ou seja, a capacidade do indivíduo tomar ação na janela de tempo onde ela ainda é segura.

Apesar de parecer algo óbvio, na realidade tudo é diferente. Muitos aqui – inclusive eu – já passaram por momentos em que sentiram seu corpo congelar e nosso cérebro simplesmente se tornar incapaz de tomar decisões. Em uma situação onde há risco de vida imediato, as coisas podem complicar rapidamente se isso acontecer.

Se você se identificou com tais afirmações e está se perguntando como resolver isso, infelizmente não há uma resposta escrita em pedra. Até onde sabemos, a exposição a estímulos de maneira gradual permite que nosso cérebro consiga “engolir” a realidade apresentada e nos mantenha funcionais, mas mudanças abruptas (como uma tsunami ou uma explosão terrorista, por exemplo) são realmente difíceis de controlar.

Ainda assim, se você busca meios de melhorar isso eu vou arriscar uma orientação: familiarize-se com cenários extremos. Se você já se aventura no meio do mato e em trilhas, sabe como é ficar molhado, com frio, já viu uma enchente enorme na sua frente ou até mesmo presenciou cenas de violência urbana acontecerem, você naturalmente já está mais “acostumado” com tais cenários e terá menos dificuldade de lidar com eles do que um marinheiro de primeira viagem. Seria o mesmo que colocar um garoto de 18 anos em um campo de batalha e um veterano de guerra ao lado dele, é natural que o mais vivenciado ficaria menos chocado com a situação e se manteria muito mais funcional.

Contudo infelizmente não há uma fórmula infalível. Você pode ser o cara mais treinado do planeta e se ver em choque durante uma situação de emergência enquanto o “zé” que sempre foi um desligado se mostra completamente ativo e funcional (claro que as chances são que o contrário aconteça, mas quando falamos de comportamento tudo pode ser possível).

Enfim, fica apenas esta reflexão. Você está preparado para lidar com o sentimento de irrealidade em situações de emergência?

Até.

um comentário

  • Demóstenes Pessoa Mamede da Costa

    Esse episódio dos 5 min foi bem realista Julio Lobo. Muitas vezes ficamos céticos ou não acreditamos em notícias ou eventos catastróficos, calamitosos ou até incomuns, como um evento ontem em Campina Grande/PB, em que bandidos explodiram caixas eletrônicos e roubaram joalherias em um Shopping Center à noite/madrugada, parecendo um bombardeio. No seu exemplo, enchente muitas vezes é mais trágico, imprevisível e perigoso do que fogo. É preciso agir ante os sinais evidentes que surgem. A inércia só prejudica e se torna um obstáculo à sua sobrevivência. Parabéns. Demóstenes

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