Deslocamento tático em cenário de crise

Quando falamos de crises o tema das fugas, deslocamentos e evacuações são sempre recorrentes. Hoje vou usar os princípios do deslocamento tático para a nossa realidade.

Lembre-se que antes de iniciar uma jornada você tem de estar previamente preparado com a bagagem pronta, equipamentos configurados e em caso de veículo este deve estar abastecido e sempre em condições de viagem. Somente após estes elementos estarem prontos nós podemos continuar a pensar sobre o tema.

Existem quatro critérios a serem avaliados antes de iniciarmos um deslocamento:

Para onde vou: Você tem de saber exatamente qual o seu destino (se é um refúgio oferecido pelo Estado, seu próprio abrigo, etc). Sair do seu local sem saber para onde está indo só lhe trará mais problemas.

Por onde vou: Isto quer dizer qual trajeto você optará seguir. Saiba que o caminho deve ser o mais seguro e não o mais curto, afinal, sabemos o que aconteceu com a chapeuzinho vermelho quando ela decidiu pegar um atalho. Use rotas conhecidas, não aceite opinião de estranhos e só desvie do seu trajeto previamente planejado em caso de extrema necessidade, porém avalie os riscos antes. É melhor voltar e tentar outro dia do que se arriscar e não chegar.

Obtenhas informações prévias de como estão as estradas principais e as secundárias, sendo importante conhecer as estradas vicinais que dão acesso a localidades vizinhas. Esteja sempre alerta a modificações no trajeto, arvores tombadas, veículos quebrados, pontes destruídas.

Quando vou: Escolha o momento mais adequado para iniciar o deslocamento, prefira menor movimento, evite tempo chuvoso, viajar contra o sol ou com sol a pique. Esta pode ser a diferença entre ficar preso em um engarrafamento ao meio dia ou ficar preso no meio de uma enchente… ou no meio de um bando de zumbis (não pude perder a piada).

Como vou: Escolha a forma mais adequada de se mover em função dos pontos de apoio que você preparou previamente e tenha conhecimento de sua estrutura física para definir a distância e a quantidade de material que será transportado. Neste caso deve-se avaliar se vai a pé ou terá algum veículo, lembrando de deixá-lo sempre abastecido e em condições de viagem.

Lembre que a distância mínima de segurança de alguma ameaça é de quinze metros, então caminhe por onde você possa ter visão ampla de pelo menos 30 metros e de forma não ostensiva, ao menos que precise ser visto.

“Ah Diego um sniper te atinge a 500 metros” – Sim, mas quantos atiradores você conhece? Em caso de crise você realmente acha que encontrará um franco atirador esperando qualquer um para atirar e revelar sua posição? Acredito que não. Vamos falar de coisas mais palpáveis.

Procure se deslocar de um ponto de cobertura para outro, aproveitando o terreno, árvores e matas. Quando passar por áreas abertas mantenha a silhueta baixa, evitando “zig zag” e de forma rápida. Caso seja um grupo evite fazer deslocamentos separados, assim você chama a atenção de agressores e divide um grupo que unido pode ser mais forte.

Quando falamos sobre essa área é fácil escrever um texto enorme, mas hoje vamos parar por aqui e deixar que vocês emitam suas opiniões nos comentários. Qual a importância de se deslocar com eficiência?

25 Comentários

  • Bem, faz um tempão que estou no ócio, em relação a um monte de coisas, inclusive as preparações, mas bora lá: Primeiramente, ótimo artigo. Lembrar a todos a importância do deslocamento/fuga em cenário de crise é fundamental.
    No meu caso, teria de fazer o deslocamento a pé mesmo, então, tenho de dar atenção à minha BOB, sem esquecer do conceito já abordado no blog, a respeito do “Gray Man”. Poderia contar com alguns parentes meus que provavelmente tem como destino nossa cidade natal (onde residem meus pais), formando um grupo “motorizado”.
    Algo que pode ser abordado em um próximo post em relação à fugas seria o Tubo de Sobrevivência, que dispostos em pontos específicos dentro de rotas pré-determinadas seriam uma verdadeira mão-na-roda na hora H.
    Ah, e já que o tema é tática, seria mesmo bacana abordar a movimentação em cenários distintos (urbano, rural, mata fechada, caatinga, conflitos, catástrofes naturais, etc), levando em consideração que cada cenário pode exigir diferentes táticas para o sucesso da fuga.
    Muito trabalho a fazer (principalmente no meu caso), mas vamos em frente!
    Abraços!

  • Yoseph Makabi

    O governo, todos eles, já demonstrou que ou não tem capacidade ou não está preocupado com o cidadão comum. PREPAREM-SE PARA O PIOR.

  • Luiz Rodrigo

    Uma pergunta sobre deslocamento em caso de crise que exija fuga imediata: se um casal pode escolher fugir por carro ou motocicleta, qual seria o mais adequado?

    • Luiz, acredito que se você já tiver uma mochila pronta com o querealmente precisa, a moto vai te dar mais mobilidade! Eu tenho os dois meios de transporte e usaria a moto, vai onde carros não vão, entram em vielas, atravessam canteiros mais facilmente, dão meia volta numa facilidade só!!
      Ábaco!!

    • Depende das circunstâncias. Se for por exemplo uma crise econômica de escala mundial que é o mais provável que possa acontecer, na minha opinião seria mais adequado fugir de carro, pq seria mais seguro e seria possível levar mais de um parente e tbm caberia levar MUITOs alimentos, água, remédios(analgésicos, anti-inflamatório e antibióticos) e equipamentos de primeiros socorros que é o q vc precisaria para conseguir sobreviver por algumas semanas ou meses até a crise passar( se passar….rsrsrs). Agora, é importante analisar bem, pq se nesse cenário por ventura as estradas ficarem de alguma maneira obstruídas, o mais adequado no caso seria ir de motocicleta devido o seu tamanho e suas facilidades.

  • eddygunslinger

    É bom quando outros autores e colaboradores do blog produzem textos. Os do Julio e as traduções que faz são muito bons, mas ver uma abordagem diferente é sempre revigorante para o leitor. Bom texto Diego, parabéns.

  • Um tema importante, e muito bem abordado por você batata, nunca tinha percebido o quanto a sociedade e suas leis que naturalmente já não são seguidas, pode simplesmente virar um caos pela simples falta de energia elétrica durante algumas horas, tive essa percepção após um blackout nua cidade próxima, foram saques, depredações, estupros, enfim, desde então venho tendo algumas mudanças no dia a dia, e pensando neste tema, infelizmente teria de me virar andando, tentaria levar o essencial em equipamentos em uma mochila, e contar com meu físico que um dia já foi atlético Rsrs…como vantagens não me preocuparia com pane seca, ou com às vias bloqueadas, já como desvantagens teria um grande gasto de energia, cobriria uma distância menor por dia, seria mais lenta, de certa forma ficaria mais exposta, e conseguiria carregar menos equipamentos, se levar em conta meu peso poderia carregar uns 12 a 18 kg bem distribuídos, o que iria me limitar, mas enfim, o lema a sobreviver… Bjus batata e continue com os posts me incentivaram e inspiraram muito!

    • Yogue Imortal

      Hahaha! Esse não é o blog do Batata

      • Putz, só fui perceber isso quando já tinha enviado, acontece que acompanho ambos, só espero que não tenha ofendido o verdadeiro dono do blog rsrsr….sorry 🙂

  • Se eu fosse escolher um meio de locomoção rápida, que dá acesso à diversas regiões sem enfrentar congestionamentos, além de servir de abrigo seria um barco. Quanto mais caro o barco, mais pessoas podemos levar e mais longe podemos ir, mas barcos pequenos de alumínio ou fibra e com motor se conseguem usados por um bom preço. Moro no litoral, mas quase todas as cidades tem acesso a um rio navegável pelo menos, onde se evita multidões ensandecidas, e também a pesca pode ser um recurso importante. E enquanto nenhuma catástrofe nos atinge, passear e pescar de barco nos fins de semana é uma boa diversão! Até acho que todos deveriam ter no mínimo um bote inflável em casa para enfrentrar enchentes, pois em alguns casos as pessoas ficam horas ou dias ilhados nos telhados de suas casas.
    Se a rota de fuga for obrigatoriamente por terra, a melhor opção seria o cavalo – não depende de combustível, não precisa de estradas e em último recurso, fonte de proteínas.
    Se não tiver acesso a esses meios, tenha pelo menos um bom par de calçados, confortável e resistente, pois a caminhada será longa…

  • É interessante o deslocamento tudo vai de acordo com a situação
    em que a pessoa esteja ou o grupo , para mim o tipo de transporte alternativo que uso atualmente e a bike para o trabalho ,então em caso de crise de combustível ou greve temporária já ficaria menos preocupado.(kkk),porem não e o veiculo ideal para a família, mas como dito ,devemos avaliar todo os riscos do terreno a ser percorrido ,dai então pensar de qual meio de transporte e o mais adequado.

  • Robson Lira Gonçalves

    Muito pertinente o assunto. Lembrando que o nosso planeta tbm pode nos colocar em crise, um exemplo são os fatores climáticas (sabemos muito bem como isso é no Brasil), seria bom mostrar situações referente essas particularidades que o mundo enfrenta com a natureza, temos que ter isso em mente parta estar prevenido para tudo.

    Abç.

  • eu acho sempre melhor se descolar (em caso de descolamento solo ou até 2 pessoas) em bicicleta, porque alem de ser muito mais eficiente para sair de uma zona rapidamente, é mais seguro no sentido de conseguir fugir de uma situação perigosa. além de poder levar uma mochila mais pesada e maior em comparação com fuga apé.
    nao considero um veiculo para longas distancias, mas para sair do ponto A até o ponto B onde vc pode deixar escondido um veiculo maior e melhor.. acho um bom meio de deslocamento tático.

    • Investindo em BIKE em 3, 2, 1 haha próximo investimento.

    • A segunda guerra, nas batalhas pelas ilhas do pacifico, o exercito japones uso bicicletas e foi o grande diferencial na guerra, pois os soldados podiam carregar mais suprimentos e alcançar as posições mais rapido.

      • se tem capital para isso, acho que vale a pena investir em bicicleta sim. porem, nao gastar uma fortuna em uma “super-bicicleta-pós-apocalíptica”, porque é essencial poder larga-la em qualquer beira de estrada no primeiro sinal de inutilidade… ninguém quer/pode deixar 5 mil reais para trás caso for necessário.

  • Boas observações, vou elaborar um trabalho menos generico

  • Agradeço pelas criticas, tais informação são compiladas de uma manual de atuação policial, as técnicas vem garantindo a segurança de policias em zonas de conflitos (troca de tiros, manifestações). Devemos lembrar que nossos grupos terão mulheres, crianças, idosos. Não seremos uma grupo especial de batalha, seremos um grupo de refugiados a procura de um lugar seguro pra continuar a vida.

  • Muito bacana o post! Copiar e colar do facebook: Meu último investimento mochila de montanha deuter, perdendo peso e na academia, próximos investimentos barraca leve e uma bicicleta. 32 anos já estão me pesando, hora de readaptar. Não adianta ter uma bela BOB, equipamentos, armas… e não ter mobilidade pra isso precisa se de condicionamento físico.

    • Camarada! Vi isso acontecer na última empreitada que fizemos, tinham dois colegas que estavam, digamos, com tudo em cima, no quesito preparação de material, mas no meio da caminhada, foi o caos pra eles, tivemos que pegar as coisas deles e
      dividir entre os demais…mico total de quem sempre dizia que estava em condições plenas..!!

      • Pois é! Andar com equipamentos errados, pesado demais e sem preparo físico dá nisso, eu mesmo fui pra testar uma mochila de ataque na montanha e passei sufoco, não tinha nada a ver, agora minha mochila é top mesmo, a idade pediu, mas visualmente ela é bem discreta também.

  • O deslocamento na minha opinião vai ser motivada por alguma ameça, ninguém vai iniciar uma jornada ainda mais a pé se não houver motivos plausíveis para isso. Neste sentido, todo o trajeto deve ser observado, e em cada terreno existe uma maneira de se andar. Existe um vídeo no youtube que se chama “Aperfeiçoamento de sargentos”, onde se tem uma ideia de como andar em áreas de conflito. Isso seria de serventia nem caso de crise.

  • marciliodiniz

    Sobre deslocamento em grupo – este negócio de todo mundo “juntinho” me parece estranho, ao se tratar de áreas rurais. Pressupondo que se esteja numa área hostil, a melhor técnica é a da patrulha (vejam os manuais de instrução individual do Exército ou algum dos livros norte-americanos de instrução tática para pequenos “times” para saber as técnicas e o modus operandi), que pressupõe uma distância mínima entre os caminhantes.

    Uma coisa é o deslocamento urbano e suas particularidades, que pressupõem táticas diversas para ocasiões diversas (trânsito automobilístico, caminhada a pé em bairros e zonas hostis, passagem em zonas de caos social ou conflito, etc.) e seria bom apontar algo sobre isto. Outra coisa é o deslocamento em área rural – que se adequa muito mais as táticas já bem conhecidas e expostas no mundo militar nas situações de campanha. E mesmo em zona rural – uma coisa é o deslocamento em Caatinga, outra em Selva, outra em zonas agrícolas, por exemplo. Creio que faltou ao artigo explorar um pouco mais estas divergências e apontar coisas mais concretas para as situações dos brasileiros.

  • rsrsrsrsrs… Interessante da parte dos Zumbis! rsrsrsrsrsrs
    Abração

  • E por obvio, isso só será um sucesso se for adotada a teoria do Grey Man já citado aqui. Excelente texto, parabéns.

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